Prejuízo da BRF (BRFS3) cresceu 91% no terceiro trimestre, para R$ 262 milhões

Companhia ainda sente reflexos do mercado internacional, mas projeta retomada ainda em 2023

Alexandre Inacio

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A BRF (BRFS3) viu seu prejuízo líquido quase dobrar no terceiro trimestre de 2023. O resultado negativo cresceu 91% em comparação ao mesmo período do ano passado, para R$ 262 milhões.

O número ainda refletiu a sobreoferta de carne de frango no mercado internacional e a suspensão temporária das vendas brasileiras para o Japão. A BRF vinha operando perto do break-even em suas exportações.

Entre julho e setembro, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da dona das marcas Sadia e Perdigão caiu 13% para R$ 1,2 bilhão. Já a receita da companhia diminuiu 1,8% ante igual intervalo de 2022, para R$ 13,8 bilhões.

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O terceiro trimestre ainda se mostrou “desafiador” na visão do CEO da companhia, Miguel Gularte, na sequência do que tem sido todo o ano de 2023. Contudo, o executivo se mostra tomista com os resultados que se desenham para o quarto trimestre e para 2024, com a normalização do cenário de oferta e a retomada do equilíbrio entre abate e consumo.

“As projeções do quarto trimestre nos deixam entusiasmados. É um trimestre em que a BRF tradicionalmente tem uma boa performance e estamos animados com os itens natalinos e os kits para as festas”, disse Gularte, durante conversa com jornalistas.

Miguel Gularte, CEO da BRF (Divulgação)
Miguel Gularte, CEO da BRF (foto: Divulgação)

Apesar dos resultados negativos, 2023 foi o ano em que a BRF implementou seu programa de eficiência, chamado de BRF+. As sinergias do projeto chegaram a R$ 677 milhões no fim do terceiro trimestre, superando o que era esperado para o período. Para o ano, a expectativa é chegar a R$ 3 bilhões.

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Agora, a empresa já trabalha no BRF+ 2.0, onde as entregas prometidas para 2024 serão adicionadas às de 2023. As metas da nova versão serão definidas até o fim de novembro, mas já é sabido que os números não serão tão expressivos.

“Será um projeto muito mais acurado do que foi o de 2023, com iniciativas mais refinadas. Vamos agregar, por exemplo, o projeto osso branco para suínos”, disse Gularte. “Não é simplesmente otimismo para 2024, é realismo”, apostou o executivo.

Nesta segunda-feira, a BRF anunciou que desistiu de vender sua unidade de pet food. Na conversa com os jornalistas sobre os resultados trimestrais, Fabio Luis Mariano, vice-presidente financeiro da empresa, afirmou que a companhia não recebeu nenhuma proposta justa pelos ativos, que refletissem seu potencial.

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“Agora, o foco é passar a executar o plano de negócios que tínhamos desenhado para a unidade, capturando as sinergias que esperamos”, disse Mariano.