Possível acordo entre Mercosul e União Européia pode mudar rumos da Alca

Sem obter sucesso nas negociações para criar Alca, países do Mercosul estariam negociando com União Européia

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Em meio às quase infindáveis discussões a respeito da criação da Alca, os rumores de que a União Européia (UE) estaria fechando um acordo com os países do Mercosul para concessões agrícolas abalou fortemente o mundo dos negócios e o mundo diplomático.

Segundo notícia publicada no jornal britânico Financial Times na semana passada, a UE estaria fazendo uma proposta de acordo com o Mercosul para concessões agrícolas, o que, como conseqüência, levaria os países do Mercosul a abandonar o G-20, o grupo dos países em desenvolvimento liderados pelo Brasil, que tenta obter concessões agrícolas na Organização Mundial do Comércio.

UE tenta atrair países do Mercosul

A engenhosa proposta da UE consiste em conceder aos países do Mercosul uma cota de determinados produtos agrícolas, antes de conceder cotas nas negociações da OMC. Assim, após o produto ser negociado pelos países no âmbito da OMC, os países do Mercosul receberiam mais uma cota daquela quantidade que não foi requerida por mais nenhum país.

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Ou seja, se a UE tiver a necessidade de importar 100 toneladas de carne, reservará desde já 30 toneladas para o Mercosul. As outras 70 ficariam para os demais países membros da OMC, mas com perspectiva de um montante adicional para o Mercosul.
Em contrapartida, Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai teriam que fazer concessões, que se especulam seriam na área de serviços.

Analistas acreditam que, em breve, a proposta da UE será anunciada e o Brasil, como resposta, deve propor concessões separadas. Ou seja, se a UE conceder uma certa cota, o Mercosul fará uma determinada concessão. Assim, o Mercosul somente faria concessões se a UE fizer uma concessão concreta, em troca.

O embaixador do Brasil junto à União Européia, José Alfredo Graça Lima, afirma que o acordo UE-Mercosul trata, acima de tudo, de acesso ao mercado, ou seja, redução ou eliminação de tarifas de importação. Já o G-20 defende a redução dos dois pilares do protecionismo agrícola, os subsídios internos e à exportação.

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Portanto, para o embaixador, mesmo que haja o acordo, ele não interferiria com as principais reivindicações do G-20 no âmbito da OMC.