Por que Rede D’Or e Hapvida são as principais apostas do UBS BB no setor de saúde

Mercado deve crescer 6,5% ao ano em até uma década, impulsionado por inovações e aumento da conscientização, apesar de desafios regulatórios e competitivos

Murilo Melo

Publicidade

As expectativas para o mercado no setor de saúde são projetadas por analistas financeiros como positivas, com um potencial de mercado total endereçado (TAM) estimado em R$ 485 bilhões e um crescimento anual composto (CAGR) de 6,5% previsto para a próxima década, segundo relatório do UBS BB, que iniciou cobertura para as ações do setor. Duas gigantes devem ser os destaques na área: Rede D’Or (RDOR3) e Hapvida (HAPV3).

A primeira, diz o banco, deve se consolidar com um preço-alvo de R$ 38 por ação. A capacidade de administrar a indústria hospitalar e a recente colaboração (joint venture) com o Bradesco devem fortalecer ainda mais a posição de mercado da Rede D’Or. Já a Hapvida (HAPV3), com um preço-alvo de R$ 5,50, se destaca por sua estrutura de custos disciplinada e sua abordagem competitiva de precificação, que a mantém à frente dos concorrentes, conforme os estrategistas.

Em contrapartida, empresas como Fleury (FLRY3), Odontoprev (ODPV3) e Oncoclinicas (ONCO3) enfrentam desafios maiores. A Fleury, com um preço-alvo de R$17, deve se concentrar em integrar sinergias com a Pardini para manter suas margens de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), dizem os especialistas. A Odontoprev, estimada em R$ 11,50, pode ver seu crescimento da receita limitado em relação aos seus pares. Já a Oncoclinicas, com um preço-alvo de R$ 5,70, deverá manter um crescimento moderado até 2028, com perspectivas de crescimento desafiadoras, afirma a UBS BB.

Para o banco, o setor de saúde enfrenta desafios persistentes, incluindo uma regulação excessiva e litígios que limitam a capacidade de manobra das empresas. Ajustes de preços dos planos de saúde, por exemplo, permanecem abaixo da inflação, o que pode restringir a rentabilidade, segundo os analistas. Além disso, a concorrência acirrada e as preocupações jurídicas em áreas como tetos de copagamento e reações à covid-19 complicam ainda mais o cenário.

O que deve salvar o setor é o aumento da conscientização sobre saúde e inovações médicas pós-pandemia, capazes de impulsionar aumento nas despesas por beneficiário, aponta o relatório.

No documento, os especialistas destacam a necessidade de consolidação e parcerias entre os operadores de planos de saúde e prestadores de serviços, como hospitais e laboratórios. Modelos de negócios verticalmente integrados, como o da Hapvida, de acordo com eles, têm se mostrado mais resilientes e capazes de controlar perdas médicas, o que os coloca em uma posição privilegiada no setor.

Continua depois da publicidade

Principais ações e perspectivas no setor de saúde, segundo o UBS-BB