Por que o dólar caiu para menos de R$ 4 em um dia negativo para a bolsa?

Anúncio de leilões no mercado à vista pelo BC e o corte da taxa de juros do México pesaram sobre o câmbio na sessão, favorecendo o real

Anderson Figo

(Shutterstock)

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SÃO PAULO — Quando os investidores estão avessos ao risco, é comum que a bolsa caia e o dólar suba, reflexo da fuga para ativos considerados mais seguros, como a moeda americana. Mas esta quinta-feira (15) foi uma exceção.

O Ibovespa, o principal índice de ações da B3, fechou em queda de 1,20%, aos 99.056 pontos, ao passo que o dólar recuou 1,24%, para R$ 3,9903 na venda e R$ 3,9878 na compra. A moeda americana já começou o dia em baixa com a notícia de que o Banco Central vai vender dólares no mercado à vista.

Os leilões de US$ 550 milhões por dia vão ocorrer de 21 a 29 de agosto e serão casados com uma oferta de igual tamanho de swaps reversos. A ideia é atender à demanda por liquidez no mercado à vista e reduzir os estoques de swaps, o que barateia o custo da dívida do país.

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A notícia foi bem recebida por analistas, que já esperavam uma redução pontual da cotação do dólar, embora acreditem que a tendência continue sendo de alta para a moeda americana no médio prazo, especialmente por causa do cenário externo, com os efeitos da guerra comercial, por exemplo. Veja as avaliações completas.

 A queda do dólar se intensificou no meio da tarde com a notícia de que o banco central do México cortou a taxa básica de juros do país pela primeira vez em cinco anos, de 8,25% para 8% ao ano. 

 O corte de juros no México desencadeou movimento de zerada de posições compradas em peso mexicano contra o real. Também houve um desmonte de posições em bolsa contra o dólar, segundo analistas. 

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O economista Alberto Ramos, do Goldman Sachs, destacou que o banco central mexicano não deixou claro se seria o início de um ciclo de afrouxamento monetário no país ou não, apenas disse que vai monitorar como se comporta a inflação para dar os próximos passos. Ainda assim, Ramos acredita que há espaço para mais dois cortes nos juros do México ainda neste ano, ambos de 0,25 ponto percentual. 

As moedas emergentes como um todo se fortaleceram em relação ao dólar hoje. Em uma cesta de 24 moedas emergentes acompanhadas pela Bloomberg, o real foi a segunda que mais ganhou contra o dólar na sessão, atrás apenas do peso argentino.

Essas divisas sofreram desvalorização contra o dólar nos últimos dias, especialmente o peso argentino, que caiu quase 30% após os resultados das eleições primárias no último domingo, e é natural um movimento de ajuste, segundo especialistas.

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