Bolsonaro não descarta apoiar intervenção na Venezuela; Maduro reage

Presidente brasileiro mostrou sintonia com Trump em reunião na Casa Branca e levou à reação de Caracas

Equipe InfoMoney

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O presidente Jair Bolsonaro não descartou a hipótese de permitir a entrada no país de tropas dos Estados Unidos para uma eventual ação militar na Venezuela.

Questionado sobre o assunto durante uma coletiva de imprensa com Donald Trump, Bolsonaro foi evasivo. “Há pouco permitimos que alimentos fossem alocados em Boa Vista por parte dos americanos, para que a ajuda humanitária se fizesse presente. No momento, estamos nesse ponto, mas o que for possível fazer juntos, o Brasil estará a postos para cumprir sua missão”, disse o presidente.

Em seguida, respondendo a outra pergunta, Bolsonaro ressaltou que “certas informações não podem ser debatidas de forma pública”. “Tem certas questões que, se você divulgar, deixam de ser estratégicas”, reforçou.

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Mais tarde, em breve coletiva de imprensa na saída do cemitério militar de Arlington, na Virgínia, Bolsonaro acrescentou que a diplomacia é a primeira opção para resolver a crise na Venezuela. “Diplomacia em primeiro lugar, até as últimas consequências”, garantiu.

Trump, por sua vez, reiterou que “todas as opções estão abertas” e que ainda pode aplicar sanções mais duras antes de tentar uma alternativa militar. “Vamos ver o que acontece”, disse. Durante um pronunciamento antes da coletiva, o presidente dos EUA havia afirmado que “chegou a hora final do socialismo” no Ocidente, já buscando atacar possíveis concorrentes nas eleições de 2020.

“A última coisa que queremos em nosso país é o socialismo”, declarou. Diversos pré-candidatos democratas, como Bernie Sanders e Elizabeth Warren, defendem ideias socialistas e podem desafiar Trump na próxima corrida pela Casa Branca.

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Questionado sobre as eleições, Bolsonaro disse que aceitará o resultado das urnas em 2020, mas que acredita “piamente” na reeleição do magnata. “O povo que o apoiou no passado repetirá esse voto, com toda a certeza”, afirmou o brasileiro, recebendo os agradecimentos de Trump.

Reação de Maduro

O governo da Venezuela reagiu, acusando Bolsonaro e Trump de fazerem “apologia à guerra” depois das declarações dos dois presidentes de que é preciso aumentar a pressão para tirar Nicolás Maduro do poder.

“Resulta grotesco ver dois chefes de Estado como responsabilidades internacionais fazer apologia da guerra, sem qualquer vergonha, em flagrante violação à Carta das Nações Unidas”, assinalou a chancelaria em Caracas.

“Nenhuma aliança neofascista conseguirá dobrar a vontade independente e soberana do povo venezuelano, e também não terão sucesso ao tentar semear o ódio e estratégias bélicas” entre os países do continente”, afirmou. 

Afagos entre Trump e Bolsonaro

O primeiro encontro oficial entre os dois líderes foi marcado pelas trocas de elogios e por promessas de maior parceria. “Sei que teremos um ótimo relacionamento de trabalho, temos muitas visões parecidas, e as relações entre Brasil e EUA são provavelmente melhores do que jamais foram. Gostaria de dar parabéns pela sua recuperação após uma horrível provação. O povo do Brasil sabe a bravura que você mostrou”, disse Trump, em referência ao atentado de Juiz de Fora (MG).

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O presidente dos EUA também demonstrou a intenção de designar o Brasil como “aliado especial” fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), “quem sabe até dentro da OTAN”, e indicou que pode apoiar a entrada do país na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

“Isso poderia melhorar muito a cooperação e segurança entre nossos países”, disse Trump, que também celebrou a assinatura do acordo para uso comercial da base de lançamento de Alcântara (MA), bastante cobiçada devido à sua localização privilegiada. “Estamos trabalhando muitíssimo para criar a Força Espacial, e agradecemos ao Brasil pelo apoio”, acrescentou.

O sexto braço das Forças Armadas dos EUA devem surgir até 2020, em uma tentativa de Trump de garantir a supremacia militar no Espaço. O acordo sobre a base de Alcântara prevê apenas sua utilização para fins comerciais. Bolsonaro, por sua vez, convidou Trump para visitar o Brasil e revelou ser um “grande admirador” dos EUA. “Essa visita abre um capítulo inédito da relação entre Brasil e EUA.

Hoje destravamos assuntos que estavam na pauta há décadas. Essa é a hora de superarmos velhas resistências e explorar todo o vasto potencial que existe entre EUA e Brasil”, afirmou. Os presidentes anunciaram a reativação de um foro de executivos do setor privado e a intenção de criar outro, este sobre energia, com foco nos setores de óleo e gás.

“Estamos unidos no respeito à família tradicional, no temor a Deus, contra a ideologia de gênero e o politicamente correto”, disse Bolsonaro. 

(Com Ansa Brasil)

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