Meirelles não receberá nem R$ 0,01 do MDB para campanha; por que isso é bom para ele?

Disposto a bancar sua própria campanha, ex-ministro evita entrar na disputa pelos recursos do partido

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – O MDB decidiu, na última terça-feira (3), que não irá repassar recursos do fundo eleitoral à campanha do pré-candidato à presidência Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda do governo de Michel Temer. A notícia soaria péssima a qualquer outro candidato, mas paradoxalmente pode ser considerada positiva à sua estratégia para o pleito de outubro.

Isso acontece porque a decisão, anunciada pelo presidente da sigla, senador Romero Jucá (RR), reforça a prioridade dada às eleições proporcionais. Como já era esperado, o MDB reunirá esforços para eleger o maior número possível de deputados e senadores para a próxima legislatura. Desta forma, a pressão de candidatos ao parlamento diminui, já que não terão que brigar por recursos com Meirelles.

“A decisão de ontem pode até viabilizar a candidatura de Meirelles, em que pese a desaprovação de Temer, porque garante ao partido que a candidatura própria [à presidência] será bancada pelo próprio Meirelles”, observou o analista político Carlos Eduardo Borenstein, da consultoria Arko Advice.

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Para o especialista, o pré-candidato emedebista estaria muito mais pressionado se tal movimento não tivesse sido feito, já que candidatos a governos estaduais e a assentos no Legislativo teriam que dividir os recursos do fundo eleitoral com a campanha de Meirelles à presidência. Como o ex-ministro pode e está disposto a bancar a própria campanha sozinho, é um problema a menos.

Bom para deputados e senadores, que terão R$ 234 milhões para gastar com campanhas. No caso do primeiro grupo, o montante distribuído por candidato é de R$ 1,5 milhão, ao passo que o segundo receberá R$ 2 milhões. Ruim para governadores, que dependem de repasses dos diretórios estaduais.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.