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SÃO PAULO – Desde que foi lançada, a série da Netflix “O Mecanismo” está criando grande debate, principalmente com críticas por parte da esquerda brasileira. Na semana passada, o criador da produção, José Padilha, já rebateu diversas falas, incluindo da ex-presidente Dilma Rousseff, e desta vez ele decidiu publicar um artigo na Folha de S. Paulo, em que diz que “esperava mais da esquerda”.
“Confesso que esperava mais dos formadores de opinião da esquerda. Pensei que em algum momento da história fossem acordar do estupor ideológico e ajudar pessoas de bem na luta contra o mecanismo que opera no mundo real, em vez de se associar a ele para lutar contra o mecanismo exposto na Netflix”, diz o diretor de Tropa de Elite no jornal.
Segundo ele, tanto esquerda quanto direita estão pressionando o STF (Supremo Tribunal Federal) para mudar a decisão sobre a prisão em segunda instância, o que seguiria exatamente o que ele chama de mecanismo. “Hoje, vemos os formadores de opinião de esquerda e os membros da direita fisiológica de mãos dadas, pressionando o STF para cancelar a prisão após condenação em segunda instância. Afinal, para a esquerda isso garantiria a impunidade de Lula; para a direita, a de Aécio, de Temer, de Jucá… O mecanismo, é claro, agradece”, diz
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No artigo, Padilha reforça que sua série é uma obra de ficção baseada em fatos reais e que seu objetivo é apresentar uma tese em cinco pontos, que mostraria que “O mecanismo não tem ideologia”. “No Brasil, a corrupção não ocorre esporadicamente; ela é o mecanismo estruturante da política e da administração pública, um mecanismo que opera nos municípios, nos estados e no governo federal; no Executivo e no Legislativo, e também nas cortes judiciais constituídas por indicações políticas”, afirma o diretor.
A partir de seus argumentos, Padilha justifica que o Brasil se encaixa nos conceitos apresentados e que tanto a esquerda quanto a direita estão envolvidas na Operação Lava Jato. Ele diz ainda que as investigações caíram primeiro contra o PT porque era o partido no poder. “Se a nova lei de delações premiadas tivesse sido sancionada com o PSDB no poder, os políticos denunciados teriam sido Aécio, Serra e FHC”, explica.
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O diretor conclui dizendo que a situação no País criou um “ambiente irracional e polarizado, em que o dogmatismo ideológico da esquerda radical e o cinismo pragmático da direita fisiológica passaram a trabalhar juntos para negar o inegável o fato de que todas as lideranças políticas dos grandes partidos brasileiros são corruptas.
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