Engana-se quem acha que Bolsonaro já está no segundo turno, diz pesquisador

Enquanto uma parte do eleitorado acredita que, com a atual pontuação, deputado dificilmente ficará de fora do pelotão da frente da corrida eleitoral, outros imaginam que ele irá desidratar durante a campanha

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Uns dizem que é fogo de palha, outros sugerem que “é melhor Jair se acostumando”. A candidatura presidencial do deputado Jair Bolsonaro alimenta muitas paixões e poucas certezas neste ambiente eleitoral ainda muito nebuloso. Enquanto uma parte do eleitorado acredita que, com a atual pontuação, ele dificilmente ficará de fora do pelotão da frente, outros imaginam que o início do período de campanha estourará uma bolha que se formou.

Nem uma coisa, nem outra. Para Marcelo Souza, diretor do instituto MDA Pesquisa, o parlamentar é um candidato competitivo, mas ainda precisará provar sua força diante das diversas adversidades que enfrentará. “Imaginamos que Bolsonaro já tenha consolidado um grupo na casa de 13%, 15% ou 16% do eleitorado. Agora, enganam-se aqueles que acham que ele já está no segundo turno”, observou durante a última edição do programa Conexão Brasília.

“É preciso tentar entender um pouco mais como é formado esse voto nele. No primeiro cenário que medimos na pesquisa CNT/MDA sem o ex-presidente Lula, Bolsonaro aparece com 20%. Agora, entre os homens, ele tem 30%, e 11% entre as mulheres, arredondando os números. Se pegarmos as pessoas com menos de 34 anos, Bolsonaro tem 28%, mas nas pessoas com mais de 45, tem só 12%/13%”, explicou o especialista.

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“Eu até acho que era para ele ter crescido um pouco mais. Já faz 4 meses que ele está na casa dos 17% a 20%. Ele não está conseguindo chegar a 25%, 28%. Talvez tenha que aprimorar um pouco o discurso, para tentar conseguir votos nesses grupos que hoje têm restrição. A mulher, hoje, tem restrição em votar nele e, a princípio, vai ter. Como ele vai fazer? Ele precisa resolver essas questões. Ele está em um partido relativamente pequeno. Isso vai impactar em dificuldades em fazer algumas alianças e em tempo reduzido de propaganda de TV”, argumentou.

“Agora, é o candidato potencial, tem chances interessantes de estar no segundo turno, já cristalizou seu grupo. Mas é um grupo hoje de homens mais jovens. Ele precisa extrapolar isso para outros segmentos da sociedade”, concluiu.

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Embora tenha dado demonstrações de força ao avançar sobre uma faixa do eleitorado que tradicionalmente votava nos candidatos do PSDB, Bolsonaro terá dificuldades em adaptar o discurso a uma faixa mais localizada na centro-direita. Além disso, a baixa estrutura partidária representa obstáculo considerável. Com pequena fatia dos fundos partidário e eleitoral e pouco tempo de rádio e televisão, o deputado terá de apostar as fichas nas redes sociais.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.