Diferente de 2002, risco-Brasil passou período pré-eleitoral com tranqüilidade

Nos quinze dias anteriores ao primeiro turno, indicador aumentou, porém menos do que a média dos países emergentes

Publicidade

SÃO PAULO – É empírico, não ideológico: o risco-Brasil atravessou o período pré-eleitoral com relativa tranqüilidade.

Nos quinze dias que antecederam o pleito, o indicador passou de 223 para 233 pontos-base, o que corresponde a um aumento de 10 pontos. Enquanto isso, uma cesta de indicadores de risco-país de diversos emergentes pulou de 195 para 212 pontos-base, equivalente a uma elevação de 17 pontos.

Cautela, mas sem assustar

É evidente que o período predecessor ao primeiro turno das eleições trouxe uma dose adicional de cautela aos investidores. Contudo, os dados ilustram terem sido outros fatores os principais responsáveis pela alta do risco Brasil no período em análise.

Oferta Exclusiva para Novos Clientes

Jaqueta XP NFL

Garanta em 3 passos a sua jaqueta e vista a emoção do futebol americano

O final do mês de setembro foi de certa deterioração do cenário para os mercados emergentes como um todo. Na Tailândia, um Golpe de Estado reforçou o nervosismo dos investidores. Já a possibilidade de default do Equador, que vem insistindo em reestruturar sua dívida externa, acendeu o sinal amarelo sobre os latino-americanos.

E não paramos por aí. A coalizão de governo na Polônia entrou em colapso, enquanto os protestos contrários ao primeiro ministro da Hungria ganharam força.

Situação nova

A relativa tranqüilidade no mercado de títulos da dívida externa brasileira às vésperas das eleições contrasta com o ocorrido no ano de 2002, quando o risco Brasil ultrapassou o patamar de 2 mil pontos.

Continua depois da publicidade

Entre 16 de setembro e 4 de outubro de 2002 – última sessão antes das eleições -, o indicador saltou de 1.758 para 1.960 pontos-base, um aumento de quase 200 pontos.

Avanços

O forte nervosismo do mercado àquele momento advinha das incertezas que cercavam um provável Governo Lula entre 2003 e 2006. Agora, no entanto, o panorama é bastante diferente.

Além do alcance de avanços macroeconômicos importantes, a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva ou Geraldo Alckmin não traria modificações profundas em termos de política econômica, o que traz uma maior tranqüilidade aos investidores.

Uma ressalva, porém: falta ainda o segundo turno. E não há certeza de estabilidade política plena até lá. Esperemos até o dia 29.
Confira na tabela abaixo a evolução do risco-país:

País 29/set 14/set Variação*
África do Sul 93,234 89,614 +3,62
Argentina 341,988 323,532 +18,46
Brasil 233,279 223,445 +9,83
Colômbia 200,238 200,713 -0,47
Equador 608,453 563,835 +44,52
Egito 101,241 91,566 +9,68
Filipinas 231,658 218,377 +13,28
Marrocos 90,221 86,320 +3,90
México 121,423 109,252 +12,17
Nigéria 493,091 415,559 +77,53
Panamá 193,301 190,584 +2,72
Peru 170,779 133,467 +37,31
Polônia 59,224 59,031 +0,19
Rússia 114,034 106,185 +7,85
Turquia 256,377 228,416 +27,96
Ucrânia 192,069 170,279 +21,79
Venezuela 233,295 226,753 +6,55
Média 212,296 195,190 +17,11

Fonte: JP Morgan
*Em pontos-base

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.