O que Dilma, FHC, Churchill e Homer Simpson têm em comum? A “Antologia da Maldade” explica

Livro Antologia da Maldade, que será lançado hoje em São Paulo, foi organizado por dois renomados economistas, Gustavo Franco e Fábio Giambiagi, e tratam sobre diversos temas: de asilo, azar, até inflacionismo, paranoia e vaidade

Lara Rizério

29/05/2008 FINANCAS Personagem: Gustavo Franco, socio da Rio Bravo e da Unik Detalhe: Unik, empresa de cartoes da Rio Bravo, recebe investimentos do BID e do Banco Mundial Reporter: Altamiro Silva Junior. Local: Sao Paulo, SP Foto: Gustavo Lourencao/VALOR cultura

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SÃO PAULO – “Há muitas maneiras de lidar com o mau humor, a melhor é o bom humor”. É com esse espírito que será lançado na noite desta quarta-feira (9), em São Paulo, o livro “Antologia da Maldade – Um dicionário de citações, associações ilícitas e ligações perigosas”,  em meio aos momentos de tensão que afligem a política e a economia.

O livro, organizado por dois renomados economistas, Gustavo Franco e Fábio Giambiagi, reúne mais de 500 frases célebres (algumas não tanto pelo seu lado positivo ou construtivo) de personalidades atuais ou de clássicos que atravessam os séculos. Porém, a maldade que dá título ao livro não é a da perversidade e a da má índole, e sim um composto formado de maldade espirituosa, ironia e também maus ditos e bom humor.

O livro trata sobre diversos temas: de asilo, azar, até inflacionismo, paranoia e vaidade. O resultado é um livro que acaba por reunir o humor, a sabedoria e a maldade de figuras proeminentes do cenário brasileiro e universal, de ontem e de hoje e até mesmo de gareandes personagens da TV e da literatura. 

Nelson Rodrigues, Lula, Dilma Rousseff, Fernando Henrique Cardoso, Getúlio Vargas, Winston Churchill, Roberto Campos, William Shakespeare, Millor Fernandes, e muitos outros, entre banqueiros, políticos, escritores, esportistas, filósofos, dramaturgos e cientistas, até mesmo personagens de televisão, como Homer Simpson, dão sua contribuição para o livro de citações. 

A obra é reunida em verbetes, não porque tratam do mesmo tema, mas também de forma a criar associações maliciosas capazes de traduzir o Brasil e seus personagens. Confira abaixo quatro perguntas que fizemos para Gustavo Franco sobre o livro:

InfoMoney – Qual a inspiração para o livro? Ele está sendo lançado neste momento, de tanta tensão e mau humor, principalmente na política, de propósito?

Gustavo Franco – Há muitas maneiras de lidar com o mau humor, a melhor é o bom humor. Sobretudo quando o humor é ferino, irônico e ataca as razões do mau humor. Nossa coletânea traz esse tipo de maldade, que é inofensiva na aparência, mas nos dá um pouco de alívio e redenção para o desastre econômico e político que estamos vivendo. Nossa coletânea é um comentário maldoso sobre as causas dessa difícil conjuntura e seus principais patronos.

IM – Qual é a sua frase favorita do livro? E qual delas define melhor o momento atual? 

 GF – Tenho muitas favoritas, depende do dia. A de hoje é do (humorista) Millor Fernandes: “O corrupto serve principalmente como assunto de conversa”. Sobre o momento atual é: “Quando se está numa reunião e alguém fala em corrupção, é inútil mudar de assunto. Pode-se, no máximo, mudar de corrupto”.

IM – Em que medida o senhor acha que o livro pode estimular o debate atual? 

GF – O livro se destina a estimular o debate pois não é uma coletânea neutra, pois traz posições muito claras sobre os grandes temas políticos e econômicos da atualidade.

IM – Há frases muito antigas, de outros contextos, que podem ser utilizadas no momento atual, principalmente quando se fala de economia e política. O senhor acha que a história (a brasileira principalmente) anda em ciclos? Ou é por que certas coisas nunca mudam mesmo?

GF – As frases antigas fazem parte da coletânea sempre em conjunto com verbetes que as colocam em um contexto novo e atual. Daí a ideia de associação “ilícita”. É claro que há assuntos recorrentes, como a corrupção, ou o charlatanismo econômico, e que se tornam mais atuais. Fica interessante buscar velhas sabedorias sobre esses assuntos e revalidá-las para o contexto atual.

Em muitos casos as observações adquirem novos e interessantes sentidos. Veja o caso de uma observação do Lula em 1989: “No Brasil é assim: quando um pobre rouba, ele vai para a cadeia, mas quando um rico rouba, ele vira ministro.” Não soa diferente em 2015, depois de ministros do Lula serem presos?

Confira abaixo algumas frases que compõem o livro:

Primeiro, eu queria te dizer que eu tenho muito respeito pelo ET de Varginha. E eu sei que aqui, quem não viu conhece alguém que viu, ou tem alguém na família que viu, mas de qualquer jeito eu começo dizendo que esse respeito pelo ET de Varginha está garantido.
Dilma Rousseff, presidente brasileira, no verbete “Alienígenas”

“A diferença é que, na guerra, você só morre uma vez”
Winston Churchill, ex-primeiro-ministro britânico, no tópico “Batalha”

O que representa roubar um banco comparado ao que representa fundar um?
Bertolt Brench, dramaturgo alemão, no verbete “Banco”

“Existe três frases curtas que levarão sua vida adiante: ‘Não diga que fui eu!’, ‘Oh, boa idéia, chefe!’ e ‘Já estava assim quando cheguei'”
Homer Simpson, personagem de Matt Groening, no verbete “Autoajuda”

Antologia da maldade

Livro: Antologia da Maldade
Editora: Zahar
Lançamento em São Paulo: Livraria da Vila no shopping JK Iguatemi
Data: 9 de dezembro de 2015, às 19h (horário de Brasília) 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.