As más notícias que o Ibope trouxe para Dilma (e uma possível boa notícia para junho)

Avaliação da presidente caiu em todos os estratos sociais e a confiança diminuiu drasticamente; porém, afirma gerente-executivo, pesquisa pode estar inflacionada negativamente para a presidente

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Por mais uma vez, a terceira pesquisa divulgada após as manifestações contra o governo em 15 de março mostrou que a vida da presidente Dilma Rousseff não anda nada fácil.

O último CNI/Ibope, divulgado na manhã desta quarta-feira, mostrou que a avaliação de Dilma caiu de 40% em dezembro para 12% em março, sendo o pior desempenho de um presidente na série histórica do levantamento, que começou a partir do primeiro mandato de FHC.

Os que acham o governo regular passou de 32% para 23%, enquanto os que veem o governo como ruim ou péssimo saltou de 27% para 64%.

Hoje, apenas 19% aprovam o modo de governar da presidente Dilma, ante 52% na última pesquisa. Em dezembro, a desaprovação à forma da presidente governar era de 41% e saltou para 78%.  A confiança na presidente também apresentou queda de 51% para 24% no mesmo período.

Outra má notícia é que opercentual dos que confiam na Dilma caiu drasticamente, 27 pontos, passando de 51% para 24%. Segundo o levantamento, 74% não confiam na presidente. 

E, conforme destacou o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, em entrevista coletiva, a aprovação do governo caiu em todos os estratos sociais, independente do nível de escolaridade. 

Além disso, o percentual de aprovação entre os que votaram na presidente Dilma em 2014 caiu de 80% em dezembro para 42% em março. E apenas 14% da população acreditam que o segundo governo da presidente Dilma será ótimo ou bom.

Aliás, as questões econômicas (impostos e taxa de juros) passaram a ser as áreas mais criticadas do governo. Os principais problemas no governo Dilma são impostos (90%) e juros (89%), destaca a pesquisa.

E as notícias sobre a operação Lava Jato/ investigação na Petrobras foram as mais lembradas pela população, sendo citadas por 28% dos entrevistados.

Porém, Fonseca destacou que os números das próximas pesquisas podem ser mais positivos, uma vez que os números atuais podem estar inflacionados, já que a pesquisa foi feita logo após as manifestações anti-governo. A pesquisa foi realizada entre os dias 21 e 25 deste mês, logo após as manifestações do dia 15. A próxima pesquisa de avaliação do governo sairá no final de junho.

“Não me surpreenderá se a pesquisa de junho levar a uma recuperação mas a expectativa é de que, dada a situação econômica, a avaliação continue pior que dezembro”, afirma o gerente-executivo. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.