“Derrota de Aécio foi o ideal; é melhor deixar esse abacaxi com a Dilma”

Economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, contudo, criticou excesso de pessimismo com o Brasil e destacou a evolução da sociedade nos últimos anos

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em evento realizado pela ACREFI nesta quinta-feira (6), o estrategista, CEO da Quest Investimentos e ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros destacou que deve-se olhar menos para o momento e ver no horizonte mais à frente. 

Mendonça de Barros afirmou que o Brasil tem a necessidade de mais “urubus técnicos”, que observam e esperam um ciclo se desenvolvimento para que possam ganhar com ele no longo prazo, ao invés dos “urubus normais”, que fazem operações mais constantes atrás do que está acontecendo. De acordo com ele, há um movimento exagerado do mercado em meio às perspectivas sobre o Brasil.

Uma das leituras que se mostra equivocada é sobre o mercado de trabalho, afirma, ao dizer que, com menos jovens dispostos a trabalhar, as taxas de desemprego estão em níveis bastante baixos mesmo com baixo crescimento econômico. “Poderia interpretar que estes jovens tiveram um ‘surto de vagabundagem’, mas estudos mostram que o tempo do jovem na escola está aumentando, os salários para pessoas com maior escolaridade também, o que são estímulos claros para que isso acabe acontecendo”, e é positivo. 

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O economista ressaltou que podem achar que a queda de produtividade nos últimos anos aconteceu por causa de Dilma, mas que não é verdade. “A verdade é que havia uma capacidade ociosa muito grande, que cresceu de forma esplendorosa no governo Lula ao contar com um ciclo de crescimento que acontece de tempos em tempos”, afirmou. Segundo ele, o aumento real do salário mínimo no governo Lula em um momento em que se pode fazer isso, esta interferência teve um efeito retro-alimentado, uma vez que parte do salário voltava para as empresas e alimentava o setor.  

“O período de ouro inebriou o governo”, afirmou ressaltando que Dilma, “até por incompetência teórica”, não percebeu que o ciclo acabou. 

Ao falar sobre a campanha política, Mendonça de Barros ressaltou que o discurso de Dilma foi pendurado na baixa taxa de desemprego, “o que é perigoso, uma vez que esta é a última variável que se movimenta no final de um ciclo”. “Ela continuou com o mesmo remédio, de mais crédito e mais gastos públicos, e o remédio, na hora errada, é ruim para o próprio paciente.”

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E, declarando-se tucano, ele ainda falou que “a derrota de Aécio [Neves, que perdeu no segundo turno para a presidente] foi o ideal. É melhor deixar esse abacaxi com ela”. Ele ressaltou que Aécio não teria mandato para fazer as reformas necessárias. 

Por outro lado, ele ponderou, destacando o aumento da economia formal e a evolução para uma sociedade melhor. Mendonça de Barros afirmou ainda que é preciso “cristalizar” o que está acontecendo agora, para que daqui 20 anos seja possível haver mudanças constitucionais que representem uma mudança no papel do Estado. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.