Petz (PETZ3) traz resultado fraco e ação cai; mercado espera por sinergias com Cobasi

Companhia destacou fusão com Cobasi em teleconferência, apostando em sinergias

Camille Bocanegra

Fachada de uma das lojas da Petz: sobreposição com lojas da Cobasi poderia ser entrave para junção das operações (Foto: Divulgação)
Fachada de uma das lojas da Petz: sobreposição com lojas da Cobasi poderia ser entrave para junção das operações (Foto: Divulgação)

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A Petz (PETZ3) apresentou seu balanço do primeiro trimestre de 2024, com queda no lucro líquido ajustado. Para analistas, a companhia apresentou balanço fraco como demonstravam as expectativas, uma vez que as tendências tanto do mercado quanto da companhia já apontavam para piores dados. Os papéis sofrem queda de 4,19%, a R$ 4,58, às 16h12 (horário de Brasília).
Na análise da XP, a rentabilidade foi destacada como um ponto negativo, com a margem bruta consolidada registrando uma queda de 0,9 ponto percentual, principalmente devido ao aumento recorde da penetração digital (correspondendo a 42,2% das vendas) e aos efeitos tributários, como o aumento do PIS/Cofins e do ICMS em alguns estados. Apesar disso, a análise destaca que a Petz poderá benefícios fiscais do ágio da Zee (R$45 milhões) dentro de 60 meses a partir de maio e aposta na fusão com Cobasi no primeiro semestre de 2025.

Os números foram vistos como fracos e marcados por recuo das vendas nas mesmas lojas (SSS) e com mix de canais negativos, na análise do Bradesco BBI. O banco havia antecipado números tímidos considerando as tendências mais fracas vistas nos últimos balanços. Além disso, o setor de varejo de cuidados com animais tem vivido cenário competitivo acirrado que também impactou os números.

Mesmo assim, o banco destacou que a queima de caixa foi relativamente controlada e que as reações negativas pelo fraco crescimento e menor rentabilidade poderiam ser limitadas. A aposta do BBI é que as apostas estariam no acordo Cobasi-Petz, que atualmente encontra-se em fase de due diligence. A recomendação para o nome segue neutro, uma vez que qualquer alteração dependeria de mais detalhes sobre sinergias e definições sobre a integração. O BBI opta por manter o tom conservador e sustenta o preço alvo em R$ 5,00/ação ao final de 2024, considerando as atualizações após os resultados divulgados.

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Sinergias com a Cobasi

Na teleconferência de resultados, Sergio Zimmerman, CEO da companhia, deu mais informações sobre as expectativas em relação à Cobasi. “A gente junta para reduzir custos e existe uma lógica para o consumidor espetacular aqui, será o principal beneficiado dessa junção”, afirmou. O executivo comentou que não há busca por aumentar preço da ação mas sim otimizar as operações conjuntas.

“Tem muitos ganhos de sinergias com a Cobasi, ao invés de ter dois aluguéis, duas equipes, temos um investimento que tem uma captura similar”, afirmou o CEO. O executivo destacou a maior competitividade do físico comparado com o online.
O Zimmerman comentou o crescimento de venda considerado interessante na Petix, a marca própria da Petz (PETZ3). O nome próprio apresentou avanço anual de 83,5% e comercializa não somente rações como tapetes higiênicos (que tem passado por investimentos para oferecimento de produtos diversos).

“Os ajustes que vocês viram e alguma melhora foram tímidos perto do que ainda vamos fazer ao longo dos trimestres”, comentou o CEO, destacando que considera que serviços devem entrar em uma trajetória ascendente de longo prazo. “Ao longo dos próximos trimestres, serviços, devem começar a recuperar o tempo perdido e a Petz vai viver o melhor momento que jamais teve”, afirma Zimmerman.

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A administração destacou que um dos esforços da companhia é garantir que haja consonância entre os preços praticados nos canais digitais e nas lojas física. “Essa medida que tomamos para ajustes seletivos de preços piorava nosso resultado no curto prazo mas buscamos benefícios no futuro, priorizando a companhia”, disse o CEO.