Petróleo será muito mais “explosivo” para o Brasil do que China, diz Trabuco

Para o presidente do Bradesco, a estabilização das Bolsas, dos preços dos ativos e das commodities vai ocorrer somente no fundo do poço

Paula Barra

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SÃO PAULO – A derrocada dos preços do petróleo terá um impacto muito mais “explosivo” sobre a economia global e especialmente a brasileira do que a desaceleração chinesa, disse Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, em Davos, durante o Fórum Econômico Mundial, ao jornal Folha de S Paulo

Para ele, esse ano vai ser pior, já que as projeções apontam que a China vai comprar menos e a um preço mais baixo. Quando vier o ajuste, isso pode doer mais às suas empresas e ao mundo, pelo peso que a economia chinesa tem. “A estabilização das Bolsas, dos preços dos ativos e das commodities vai ser no fundo do poço”, disse. 

Ele acredita que estamos entrando em um “túnel de grande ajuste”, com projeções para o petróleo já batendo os US$ 10,00 o barril, o que trará um impacto ainda maior para a Petrobras [do que outras companhias] pelos problemas que já tem.

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Segundo ele, o Brasil precisa se transformar em uma locomotiva por si só, trabalhar duro para isso, ou vai continuar patinando. “O investidor estrangeiro tem mais de 15% da dívida interna brasileira, o que é formidável, porque ele acredita nos títulos do Tesouro brasileiro (…), mas é evidente que o valor dos ativos brasileiros, a confiança que o investidor internacional desenvolveu no Brasil, agora está praticamente em xeque”, disse.

Para Trabuco, o Brasil não pode ter um governo trabalhando unicamente em cima do ajuste fiscal, isso não é plataforma, é meio. O País precisa ter medidas para aumentar a liquidez do sistema bancário, dentre elas, a redução do compulsório, dado que apesar de a inflação estar alta, a demanda é baixa por produtos de consumo, enquanto para investimentos é quase inexistente. Questionado se o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, está no caminho certo, Trabuco disse que “está. Tem consciência e, pelo que mostrou aqui, vai reforçar essa agenda para o Brasil avançar”. 

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