Petrobras sobe 4% antes de balanço, small cap desaba 17% e Braskem dispara 6%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quinta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve dia volátil nesta quinta-feira (6), com as ações da Petrobras e Vale. Os papéis das duas companhias tiveram uma alta repentina nesta manhã – a partir das 10h30 (horário de Brasília) -, mas perderam força horas depois. No início dessa tarde, no entanto, essas ações voltavam a subir mais forte, “ignorando” a queda dos preços das commodities. 

O mercado aguarda hoje pela divulgação do balanço do segundo trimestre da Petrobras, programado para esta noite, além de um possível pedido de IPO da BR Distribuidora hoje na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Na liderança do Ibovespa, destaque para as ações da Braskem, que dispararam após balanço do segundo trimestre, que mostrou um lucro líquido quase 10 vezes maior do que o apurado um ano antes. Já do outro oposto, aparecem as ações da Metalúrgica Gerdau (GOAU4) e Rumo – papéis que têm mostrado forte volatilidade nos últimos dias – com queda de cerca de 4% após disparada na véspera. Confira abaixo os principais destaques corporativos da sessão desta quinta-feira:

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Petrobras (PETR3, R$ 11,46, +4,28%; PETR4, R$ 10,32, +3,10%)
As ações da Petrobras passaram a ganhar força a partir das 10h35 (horário de Brasília), depois de um início de sessão no negativo, ganhando força durante a tarde. O mercado aguarda pelo balanço do segundo trimestre da estatal esta noite, além de expectativas por um possível pedido de IPO da BR Distribuidora na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).  

O movimento da estatal hoje deixa à margem o cenário político mais tenso, com o governo obtendo um derrota na Câmara que pode custar mais de R$ 2,4 bilhões, a base aliada ficando menor com a saída do PDT e PTB e o Datafolha mostrando queda na aprovação de Dilma Rousseff para 8%. Da mesma forma, as ações “ignoram” hoje a queda de 1,05% no petróleo Brent, para US$ 49,07. 

Vale (VALE3, R$ 19,58, +3,00%; VALE5, R$ 15,67, +1,82%)
As ações da Vale tiveram dia volátil. Depois de abertura em queda, mas recuperação minutos depois com a recuperação de outros ativos da Bovespa, as ações da mineradora voltaram a recuar, seguindo a baixa do preço do minério de ferro no porto de Qingdao. A queda foi de 0,67%, a US$ 56,40. Nesta tarde, no entanto, os papéis retomaram ganhos, aparecendo entre as maiores altas do Ibovespa. 

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No radar da companhia, a mineradora submeterá à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), em 6 de agosto, pedido de registro de oferta pública de distribuição de 1 milhão de debêntures simples, não conversíveis em ações, em até duas séries, da 9ª emissão da companhia, com valor nominal unitário de R$ 1 mil no dia 15 de agosto, totalizando, na data de emissão, o valor de R$ 1 bilhão. O prazo de vigência das debêntures da 1ª série serão de 5 anos contados da data de emissão, vencendo-se em 15 de agosto de 2020 e da 2ª série serão de 7 anos, vencendo-se em 15 de agosto de 2022 .

Os recursos líquidos obtidos pela Companhia com a Oferta serão integralmente destinados ao uso com ou ao reembolso de gastos, despesas e/ou dívidas relacionadas ao projeto de investimento em infraestrutura da Companhia, denominado Projeto Expansão Estrada de Ferro Carajás.

Braskem (BRKM5, R$ 13,50, +6,55%)
Após os resultados, as ações da Braskem subiram forte na Bolsa. A petroquímica encerrou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 1,05 bilhão, forte aumento ante o resultado positivo de R$ 124 milhões obtido um ano antes e apoiado em ganhos cambiais e crescimento da receita. O resultado reflete principalmente a melhora operacional da companhia, que foi beneficiada por spread (diferença de preço entre a matéria-prima e produto final) maior no intervalo. 

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Em teleconferência sobre o balanço nesta manhã, a petroquímica falou que fez uma proposta de uma fórmula de preço flexível para um novo contrato de longo prazo de fornecimento de nafta com a Petrobras, com variação de 90% a 110% do preço de referência no mercado europeu (ARA), mas ainda não chegou a uma solução com a petroleira.

“A Petrobras não colocou nenhuma proposta diferente na mesa, então não chegamos ainda a uma solução”, disse o presidente da Braskem, Carlos Fadigas, acrescentando que a assinatura um novo aditivo de seis meses é possível para dar mais tempo para as negociações. O contrato de longo prazo anterior, que terminou no ano passado, variava de 92,5% a 105% do valor de ARA. A companhia está pagando, na prática, 100% do valor no aditivo contratual atualmente em vigor, que termina no fim de agosto.

Exportadoras 
Com o dólar subindo pelo sexto dia, as ações das empresas que possuem sua receita atrelada ao dólar registraram forte alta, como as empresas de papel e celulose Suzano (SUZB5, R$ 17,84, +1,36%) e Fibria (FIBR3, R$ 49,59, +1,93%), que renovaram máxima de 2008. Os papéis da Fibria subiram pelos últimos 6 pregões, enquanto Suzano teve alta em 5 das últimas 6 sessões. A fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3, R$ 24,96, +1,13%) também subiu forte hoje, registrando alta de quase 10% nos últimos 5 pregões. 

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Cia Hering (HGTX3, R$ 11,53, +1,14%)
Depois de um início negativo, as ações da Cia Hering registram leve alta após divulgação do seu resultado trimestral na quarta-feira após o pregão. A varejista de moda Cia Hering encerrou o segundo trimestre com queda de 20,7% no lucro líquido, em um resultado ligeiramente abaixo do esperado por analistas e impactado por queda de vendas e alta em despesas operacionais. A companhia teve lucro líquido de R$ 58,8 milhões no segundo trimestre ante expectativa média de analistas de R$ 63 milhões.

A receita líquida da Cia Hering caiu 9,3% no segundo trimestre ante o segundo trimestre de 2014, para R$ 380,8 milhões. Enquanto isso, as despesas operacionais tiveram alta de 8,9%, R$ 100,9 milhões. 

Segundo o BTG Pactual, o segundo trimestre da companhia veio com uma pequena melhora na comparação com o catastrófico primeiro trimestre. O banco destacou que o foco da varejista em iniciativas da oferta faz sentido (administração dos estoques e assertividade nas coleções), mas a visibilidade segue baixa. 

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Usiminas (USIM5, R$ 4,07, -2,40%)
As ações da Usiminas, que subiam durante a manhã, caíram após balanço do segundo trimestre. Segundo o BTG Pactual, a primeira leitura foi um resultado fraco, com Ebitda 9% abaixo do esperado, queda de 23% no volume doméstico na comparação trimestral, custo e despesas acima do esperado e mix fraco (vendas no mercado doméstico representando só 67% do total). Além disso, a companhia teve seu resultado afetado por uma baixa contábil de R$ 985 milhões no valor dos seus direitos minerários. O banco reforçou que segue cauteloso com a empresa, com neutro mantido, não vendo nenhum catalisador no curto prazo.

Já a Planner Corretora ressaltou que o fraco resultado operacional da Usiminas reflete o momento delicado da siderurgia no Brasil, para o qual não se tem expectativa de melhora no curto prazo

No trimestre, a siderúrgica teve um prejuízo líquido de R$ 781 milhões no segundo trimestre, ante resultado positivo de 129 milhões de reais no mesmo período do ano anterior. Com isso, a companhia acumula no primeiro semestre um saldo negativo de R$ 1 bilhão. O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 755 milhões, ante resultado positivo de R$ 538 milhões no segundo trimestre do ano passado. 

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Ultrapar (UGPA3, R$ 69,57, -1,86%)
A Ultrapar viu seu lucro líquido atribuído a controladores subir 9,9%, ante o mesmo período do ano passado, para R$ 328,6 milhões. Para o BTG Pactual, o resultado da companhia veio mais uma vez acima do esperado, impulsionado pelo bom momento de Ipiranga, Oxiteno e Extrafarma.  

Guararapes (GUAR4, R$ 50,00, -11,97%)
As ações da Guararapes, dona da Riachuelo, afundaram 17,6% em dois dias após divulgação do balanço do segundo trimestre. A varejista reportou lucro líquido de R$ 74,6 milhões no período, o que representa uma queda de 40,1% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Em relatório, a companhia informou que o elevado nível de estoques e as vendas abaixo do esperado levaram a Riachuelo a intensificar promoções e liquidações no trimestre, o que afetou a rentabilidade do período. 

Segundo o BB Investimentos, o resultado foi consideravelmente pior do que o esperado. A performance das vendas foi positiva, mas houve uma rápida deterioração na rentabilidade, comentaram os analistas Maria Paula Cantusio e Mário Bernardes Junior. “Lembramos que não é recomendável fazer uma comparação entre a performance da Riachuelo e Renner, mas não dá para esquecer o impressionante desempenho da Renner no mercado”, apontaram.  

Anima (ANIM3, R$ 14,78, -4,65%)
As ações da Anima caíram forte após prejuízo líquido de R$ 24,2 milhões, por conta de uma despesa não recorrente no valor de R$ 56,8 milhões referente à multa paga pelo cancelamento da aquisição da Whitney Brasil. A receita líquida da companhia foi de R$ 222,4 milhões, crescimento de 100,0% ante os R$ 141 milhões de 2014. O Ebitda encerrou o período com valor negativo de R$ 14,4 milhões. A margem Ebitda teve resultado negativo de 6,5%. 

Segundo o BTG Pactual, o resultado operacional foi melhor do que o esperado, mas a empresa continua com fluxo de caixa livre apertado, principalmente por um aumento de recebíveis do Fies, resultado direto da mudança no cronograma de pagamento do governo anunciado no começo do ano. 

Totvs (TOTS3, R$ 34,47, -2,05%)
A Totvs divulgou seus resultados e também vê suas ações em queda. A empresa apresentou uma receita de R$ 451,4 milhões, aumento de 2,7% na comparação com o mesmo período do ano passado, que foi de R$ 439,30. O lucro líquido caiu 5,6%, para R$ 60,4 milhões este trimestre e na comparação semestral teve alta de 10,6% ao encerrar estes seis meses com R$ 268,49 milhões. 

Em uma média compilada pelo jornal Valor Econômico com projeções dos analistas do Morgan Stanley, Itaú BBA e Credit Suisse, a expectativa era de uma receita de R$ 464,3 milhões (avanço de 5,77%) e de um lucro de R$ 72,3 milhões (alta de 13%).

BTG Pactual (BBTG11, R$ 24,90, -3,79%)
O BTG Pactual viu seus papéis caírem forte. A instituição financeira teve lucro líquido de R$ 1,02 bilhão no segundo trimestre, alta de 6,34% ante igual período do ano passado, pouco acima da previsão média de analistas ouvidos pela Reuters, de lucro de R$ 905 milhões para o período. 

De abril a junho, a receita total do grupo, maior banco de investimento independente em mercados emergentes, foi de R$ 2,047 bilhões, alta ano a ano de 17%, com destaque para gestão de riquezas (+23%) e empréstimos corporativos (+52%).

Tereos (TERI3, R$ 0,47, -17,54%)
As ações da Tereos, empresa de origem francesa, que controla a sucroalcooleira Guarani, desabaram nesta sessão e atingiram o menor patamar histórico. Ontem à noite, a companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 141 milhões no primeiro trimestre da safra de 2015/2016, encerrado em 30 de junho, contra um resultado negativo de R$ 32 milhões registrados em igual intervalo de 2014.

Segundo o Morgan Stanley, a companhia mostrou um fraco início de ano safra, guiado pelo resultado da divisão de Amidos e Adoçantes da Europa. O real desvalorizado também ajudou a impactar a última linha do balanço da empresa, enquanto o cenário macroeconômico desafiador e alta alavancagem (em 6,7 vezes) mantêm o banco com visão cautelosa sobre a empresa. A recomendação segue em equalweight (exposição em linha com a média). 

Prumo (PRML3, R$ 0,84, +10,53%)
As ações da Prumo Logística subiram forte hoje, após a companhia comunicar a  venda de 20% do terminal de petróleo em Açu por US$ 200 milhões.

A venda foi feita para a Oiltanking, da Marquard & Bahls AG, segunda maior empresa mundial de armazenagem de petróleo, disse Robert Blair Thomas, presidente da EIG Global Energy, controladora da Prumo. A EIG assumiu o controle do projeto mais valioso de Eike Batista quando seu império colapsou. 

A companhia avaliou o terminal de petróleo em US$ 1 bilhão, ou mais de 1,5 vez o valor de mercado da Prumo, que era de US$ 605 milhões no fechamento do mercado ontem.