Petrobras salta 3%, Itaú renova máxima histórica e Cielo cai até 4% com saída de CEO; Braskem sobe 11% na semana

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sexta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa subiu nesta sexta-feira, com investidores animados com o anúncio da nova política de preços da Petrobras e um bom humor no exterior. Os papéis da estatal saltaram 3% nesta sessão, apesar da leve queda dos preços do petróleo, acumulando na semana valorização de 6%. Outras ações ligadas a commodities também subiram forte hoje, com Vale e siderúrgicas. Na ponta negativa, as ações da Cielo afundaram 3% com renúncia de CEO. Na mínima do dia, os papéis atingiram queda de 4,52%, a R$ 31,67.  

Na semana, as ações da Braskem lideraram os ganhos, com valorização de 11,5%, após revisões de recomendações para compra por dois bancos na última terça-feira – HSBC e Brasil Plural. Aliado a perspectivas de risco menor, um outro fator vem saltando aos olhos dos analistas. Se a Braskem anunciou no final de setembro um dividendo bilionário que já chamou atenção, imagina um “repeteco” dele já no início do ano que vem. Essa possibilidade, por mais exagerada que pareça em um primeiro momento, tem grandes chances de ocorrer e já vem sendo considerada pelo mercado (veja mais clicando aqui).

Do outro lado, as ações da Telefônica Brasil, dona da marca Vivo, afundaram 7% na semana, pressionadas pela saída do CEO. Na esteira, as ações da Usiminas e BRF caíram mais de 4% no período. 

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Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão: 

Petrobras (PETR3, R$ 17,90, +2,29%; PETR4, R$ 16,26, +3,17%)
As ações da Petrobras dispararam após a empresa anunciar corte de 3,2% no preço da gasolina nas refinarias e no diesel, em 2,7%. Esses preços entrarão em vigor a partir da zero hora de sábado, dia 15 de outubro. Segundo a petroleira, se a redução aplicada na refinaria for integralmente repassada ao consumidor final, na bomba dos postos, o diesel pode cair 1,8%, ou R$ 0,05 por litro. A gasolina, por sua vez, pode cair 1,4%, ou R$ 0,05 por litro.

A notícia ofuscou uma leve queda dos preços do petróleo no mercado internacional. O contrato do Brent caiu 0,08%, a US$ 51,99 o barril, enquanto o WTI recuou 0,20%, a US$ 50,34 o barril. Na semana, as ações da estatal saltaram 6%, mas acumulam desde o dia 27 de setembro alta de 27% na Bolsa. Enquanto isso, opções da petrolífera com vencimento dia 17 de outubro (J) saltaram até 1.500% nesse período (confira mais clicando aqui). Vale lembrar que na próxima segunda-feira ocorre o vencimento desses contratos na BM&FBovespa. 

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Sobre o comunicado da Petrobras, o BTG Pactual disse que, no geral, a notícia é positiva para a Petrobras. “Se por um lado a diminuição de preços afeta a receita líquida da empresa, a previsibilidade na precificação de combustíveis diminui bem o risco do negócio e aumenta as chances de sucesso nas parcerias no refino, que fazem parte do plano de desinvestimento de 2017 a 2018”, comentaram os analistas. 

Juntamente com a revisão, a diretoria executiva da empresa aprovou, ontem, a implantação de uma nova política de preços de gasolina e diesel comercializados em suas refinarias. A companhia informou que a política de preços a ser praticada pela empresa terá quatro princípios: i) o preço de paridade internacional (PPI), que já inclui custos como frete de navios, custos internos de transporte e taxas portuárias; ii) uma margem para remuneração dos riscos inerentes à operação, tais como, volatilidade da taxa de câmbio e dos preços, sobre estadias em portos e lucro, além de tributos; iii) nível de participação no mercado e iv) preços nunca abaixo da paridade internacional.

Bancos
As ações dos bancos também foram guiadas pelo bom humor do mercado e subiram forte hoje, com Banco do Brasil (BBAS3, R$ 25,96, +2,61%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 39,13, +1,90%), Santander (SANB11, R$ 23,74, +1,76%) e Bradesco (BBDC4, R$ 31,04, +0,81%). No caso do Itaú e Bradesco, os papéis renovaram hoje suas máximas históricas na Bolsa, enquanto BB renovou máxima desde novembro de 2014. 

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Lojas Americanas (LAME4, R$ 20,65, +0,10%)
A rede varejista Lojas Americanas manifestou interesse em participar do processo de aquisição de participação societária na BR Distribuidora, unidade de combustíveis da Petrobras, segundo fato relevante divulgado pela empresa na quinta-feira. A companhia disse que recebeu prospecto para participar do processo competitivo de aquisição, mas que inexiste, “no momento, definição quanto à futura apresentação de proposta para aquisição de participação na BR Distribuidora”.

Segundo o BTG Pactual, a notícia parece fazer sentido, desde que venha no preço certo e com um parceiro para tocar a parte de distribuição. Pelas contas dos analistas do banco, a BR Distribuidora vale entre R$ 25 bilhões e R$ 35 bilhões e a fatia à venda é de 51% das ONs (que representa menos da metade do capital total). Ademais, eles comentam que cerca de 81% dos postos de gasolina não tem loja de conveniência (mas muito deles, de fato, não faz sentido ter), mas ainda assim tem um enorme potencial de crescimento.

A Lojas Americanas, no entanto, não é a única interessada na BR Distribuidora (a Itaúsa e outros players aparentemente querem o ativo). Não está descartada a possibilidade de fechar uma parceria (potencialmente com a 3G) para ir adiante e ajudar a financiar o acordo. Para muitos será uma novidade, mas a Lojas Americanas opera um posto de gasolina na Barra desde 2007, e tem cerca de 20 lojas em postos de gasolina, comentaram.

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O distribuidor de combustível não pode operar postos de gasolina, sendo assim, se a varejista comprar o ativo, poderia franquear e talvez até abrir lojas próprias em postos que fizessem sentido. “Ainda é muito cedo para confirmar, mas o acordo poderia trazer muitos desafios, já que a empresa continuaria tendo que negociar com diversos operadores de postos de gasolina da BR”, comentaram. 

Na visão do gestor Eduardo Roche, da Canepa Asset Management, que falou em entrevista à Reuters, a notícia até faz sentido, do ponto de vista de uma parceira na qual a Lojas Americanas entraria como responsável na administração das lojas de conveniência dos postos. “O que não faria sentido é a Lojas Americanas entrar sozinha nessa, mesmo tendo a Petrobras como parceira na operação dos postos, porque o cheque é muito grande”, afirmou ele, ainda que entre os sócios da rede varejista estejam os bilionários do fundo de private equity 3G Capital, que controla indiretamente a brasileira Ambev.

Cielo (CIEL3, R$ 32,00, -3,53%)
As ações da Cielo afundaram até 4,52%, a R$ 31,67, após renúncia do diretor presidente da companhia, Rômulo de Mello Dias, aceita pelo Conselho de Administração. A carta de renúncia foi entregue na última quinta-feira. Na mesma data, o Conselho aprovou a eleição de Eduardo Campozana Gouveia como novo Diretor-Presidente da Cielo, atual Diretor-Presidente da Alelo Brasil, cujo mandato inicia-se a partir de 2 de janeiro de 2017.

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Rômulo Dias será diretor-executivo do Bradesco (BBDC4) e, de acordo com comunicado do banco,  será responsável pela área de cartões, reportando-se ao vice-presidente Marcelo Noronha. A indicação de Rômulo de Mello Dias foi aprovada pelo conselho. Dias “também irá permanecer como um dos membros indicados pelo Bradesco no Conselho de Administração da Cielo”. 

A notícia é vista como uma surpresa negativa, segundo o BTG Pactual, dado que ele está voltando para o Bradesco, os analistas acreditam que esse é o melhor cenário possível. “O papel da Cielo pode ficar pressionado hoje, mas veríamos qualquer grande exagero como uma oportunidade de compra”, disseram. 

Vale e siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 18,02, +1,52%; VALE5, R$ 16,52, +1,85%) e Bradespar (BRAP4, R$ 10,74, +3,27%) – holding que detém participação na Vale – subiram, com dados chineses roubando a cena mais uma vez. 
Por lá, os preços ao produtor subiram inesperadamente em setembro pela primeira vez em quase cinco anos, enquanto a inflação ao consumidor acelerou para 1,9% sobre o ano anterior, também superando as expectativas do mercado. Os ativos também reagem aos preços do minério de ferro. A commodity cotada no Porto de Qingdao, na China, subiu 1,07%, a US$ 57,28 a tonelada. 

Acompanharam o movimento positivo hoje as ações das siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 9,44, +0,85%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,80, +2,15%), CSN (CSNA3, R$ 10,22, +3,44%) e Usiminas (USIM5, R$ 3,56, +0,28%). 

Localiza (RENT3, R$ 40,80, -1,92%)
O BTG Pactal elevou o preço-alvo das ações da Localiza de R$ 34,00 para R$ 47,00, mas reiterou recomendação neutra. A revisão ocorreu em meio às expectativas de resultado bastante forte no 3° trimestre, que deve vir acima das expectativas do mercado.
Segundo os analistas, mais uma vez, o segmento de aluguel de carros [RAC] deve ser o destaque do resultado, onde eles esperam crescimento de 15% de volumes na comparação anual. 

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Embraer (EMBR3, R$ 14,78, +2,92%)
A fabricante de aviões Embraer despachou a clientes 54 jatos comerciais e executivos no terceiro trimestre ante 51 aeronaves entregues no mesmo período do ano passado, informou a companhia nesta sexta-feira. O BTG Pactual destacou que as entregas do 3° trimestre superaram suas baixas expectativas. 
A empresa afirmou que a carteira de pedidos firmes a entregar encerrou o trimestre passado em US$ 21,4 bilhões ante posição de US$ 22,8 bilhões no final de setembro de 2015.

A companhia entregou de julho a setembro 29 aviões comerciais e 25 jatos executivos, dos quais 12 de grande porte, como os modelos Legacy. As entregas dos jatos da aviação comercial, que têm preços maiores que os da aviação executiva, subiram 38 por cento sobre um ano antes, mas os jatos executivos tiveram queda de 17 por cento no volume total despachado no período.

Em relatório, o BTG manteve a recomendação neutra da ação, apesar da recente “underperformance” (desempenho abaixo da média) e o valuation relativamente barato. A avaliação corresponde a uma visão de fraco momentum para lucros, com o ainda fraco desempenho do segmento de aviação executiva e apreciação do real frente ao dólar.