Petrobras reverte lucro e tem prejuízo de R$ 2,71 bilhões no segundo trimestre

Na comparação mensal, a petrolífera teve uma melhora expressiva ante o prejuízo recorde de R$ 48,5 bilhões registrados nos três primeiros meses deste ano

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A Petrobras (PETR3; PETR4) registrou um prejuízo líquido de R$ 2,713 bilhões no segundo trimestre de 2020, revertendo o lucro de R$ 18,866 bilhões apresentados no mesmo período do ano passado.

Na comparação mensal, porém, a petrolífera teve uma melhora expressiva ante o prejuízo recorde de R$ 48,523 bilhões registrados nos três primeiros meses deste ano. Enquanto isso, o prejuízo recorrente da companhia ficou em R$ 13,732 bilhões, contra um resultado negativo de R$ 4,637 bilhões um ano antes.

A empresa conseguiu reduzir o prejuízo na comparação mensal principalmente “devido à ausência de impairments no trimestre e ao ganho proveniente da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS após decisão judicial favorável, que teve um efeito de R$ 10,9 bilhões no resultado”, segundo release de resultado.

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A receita de vendas da estatal, por sua vez, caiu 29,9% na comparação anual, para R$ 50,898 bilhões. Já o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado caiu 23,5%, passando de R$ 32,651 bilhões para atuais R$ 24,986 bilhões.

A companhia destaca que o segundo trimestre foi bastante impactado pela pandemia da Covid-19 e do colapso dos preços do petróleo resultante das negociações da OPEP+.

“O Brent em reais caiu 29% em relação ao 1T20, intensificando a tendência que começou em março. As medidas de distanciamento social refletiram uma redução no volume de vendas de 8%. Praticamente todos os produtos foram fortemente afetados, levando a uma queda de 33% na receita líquida no 2T20, com destaque para a exportação de óleo e derivados, diesel, gasolina e QAV, parcialmente compensados pela depreciação cambial”, explicou a Petrobras.

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Segundo a estatal, as medidas adotadas resultaram em um grande volume de exportações no segundo trimestre, e que isso não foi totalmente traduzido em receita, já que 38 milhões de barris de exportação de petróleo estão andamento.

A China, que no primeiro trimestre era a região mais afetada pela pandemia, foi o país para onde a Petrobras mais exportou, representando 87% do total, contra 48% nos três primeiros meses do ano, o que ajudou a sustentar as vendas internacionais da companhia brasileira.

Enquanto isso, no cenário doméstico, diesel e gasolina tiveram sua relevância aumentada devido à queda abrupta nas vendas de querosene de aviação.

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Despesas

Outro destaque do balanço, a Petrobras conseguiu reduzir em 89% suas despesas na comparação com o primeiro trimestre, passando de R$ 75,616 bilhões para R$ 8,109 bilhões.

Isso se deu porque no período anterior a estatal realizou um impairment de R$ 65,3 bilhões. Além disso, a empresa cita que esta melhora também aconteceu por conta da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS após decisão judicial favorável.

Dentro dos segmentos, as despesas de vendas subiram 14% devido à desvalorização cambial e aos maiores custos logísticos, reflexo da alteração no mix de vendas, com direcionamento de derivados do mercado nacional para o mercado externo, parcialmente compensado por menores volumes.

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A Petrobras ainda fez provisionamentos referentes aos planos de demissão voluntária e às despesas relacionadas com hedge de commodities e de exportações de petróleo.

“Os hedges de petróleo foram essenciais para garantir margem positiva à companhia quando o mercado estava muito volátil. Neste momento, não estamos fazendo hedge de nossas exportações de petróleo pois o mercado está mais estável. Porém, poderemos retomar essa prática se julgarmos necessário”, explicou a companhia.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.