Petrobras recua sobre reajuste e Vale vende fatia na CSA; Bradesco e mais 11 no radar

Confira os destaques no noticiário corporativo desta terça-feira

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário sobre a Petrobras segue movimentado nesta terça-feira, após a polêmica sobre a discussão do corte dos preços de combustíveis na véspera. Hoje, o mercado fica atento ainda à Vale, Bradesco e mais companhias. Confira os destaques:

Petrobras
A Petrobras (PETR3;PETR4) informou ontem (4), em nota, que “não há previsão, neste momento, de reajuste nos preços de comercialização de gasolina e diesel”. A divulgação da nota ocorreu depois de notícias veiculadas no fim de semana sobre um possível anúncio da estatal de reduzir os preços da gasolina e do diesel. No texto, a estatal diz que “avalia permanentemente a competitividade de suas práticas e condições comerciais”. 

Em carta dirigida ao Conselho de Administração obtida pela Bloomberg, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou que a gerência executiva da companhia discutiu sobre possível redução de combustíveis, mas não tomou decisão final. “Estamos todos aqui, diretores e conselheiros, com o objetivo de atender única e exclusivamente os interesses da Petrobras‘‘, disse ele, afirmando que não há politização sobre o tema. 

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“Em suma, o político segue dando o tom na Petrobras. Seguimos céticos com o nível de alavancagem da companhia e a interferência governamental, porém, sabemos que é um ativo que negocia muito em função do político e uma saída do atual governo levaria o ativo a negociar a patamares mais elevados, mas preferimos outros ativos com melhor relação risco-retorno”, afirma a XP Investimentos.  

Em esclarecimento, a companhia ainda informou que os financiamentos de 5 bilhões de dólares com o China Development Bank (CDB) no ano passado previam a compra de equipamentos ou serviços chineses equivalentes a 60 por cento do montante.

“A comprovação da requerida condição foi atendida através de acordos efetuados em datas anteriores a este contrato de financiamento, não sendo necessário realizar novas aquisições junto às empresas chinesas para a liberação dos recursos”, disse a Petrobras, em comunicado. A estatal enviou documento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) após publicação de reportagem no jornal O Estado de S. Paulo, que dizia que a China condicionou crédito à Petrobras à compra de seus equipamentos e serviços.

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Vale
Vale (VALE3VALE5) informou a venda de sua participação total de 26,87% na CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico) para Thyssenkrupp como parte de sua iniciativa de simplificação de seu portfólio de ativos. “A participação da Vale está sendo vendida por um preço simbólico”, diz a nota divulgada pela mineradora.

“Entretanto existe uma cláusula de earn-out válida por um período, que intitula à Vale uma potencial receita caso o controle acionário da CSA seja vendido para um terceiro”, explica a companhia, que ressalta que deixará de ter responsabilidade pela dívida da CSA.

Com a transação, os acordos de acionistas existentes e outros contratos operacionais entre a Vale e a CSA deixarão de existir, com a exceção do contrato de compra e venda de minério de ferro entre ambas as partes. “Esta transação não terá impacto significativo no resultado financeiro da Vale”, afirma a mineradora. A conclusão do acordo está sujeita ao cumprimento de condições precedentes e a aprovações, inclusive a aprovação do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

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Gerdau
A Gerdau (GGBR4) recebeu carta da NYSE informando que os ADRs voltaram a ser negociados dentro dos padrões de listagem da Bolsa de NY, que exigem cotação média mínima de US$ 1,00 por ADR. 

Eletrobras
Advogados contratados pela Eletrobras (ELET6) para calcular o tamanho das perdas com possíveis atos de corrupção concluiu a maior parte do trabalho, disse uma pessoa familiarizada com o assunto para a Bloomberg.

Para terminar o relatório, a equipe ainda espera um detalhe no quebra-cabeça: a delação dos executivos da Andrade Gutierrez, empreiteira responsável por vários dos projetos da Eletrobras, como a usina nuclear Angra e a hidrelétrica de Belo Monte. Os testemunhos dos executivos da Andrade devem vir a público nas próximas semanas, assim que o STF homologar a delação, segundo outra pessoa com conhecimento do assunto. A assessoria de imprensa da Andrade Gutierrez disse que a empresa não vai comentar sobre a possível delação dos executivos.

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A Eletrobras pretende concluir relatório até 18 de maio, mas as alegações dos executivos da Andrade Gutierrez podem obrigá- la a pedir uma nova extensão do prazo à SEC, disse uma das pessoas. A assessoria de imprensa da Eletrobras não respondeu aos pedidos de comentários da Bloomberg. 

Além disso, o diretor financeiro e de RI da estatal, Armando Casado, informou na véspera que a companhia será bastante seletiva no leilão de linhas de transmissão marcado para o dia 13 de abril, devido às condições de mercado desfavoráveis. Segundo ele, as condições de financiamento oferecidas pelo mercado impõem uma participação mais cuidadosa no certame.

Questionado durante evento a investidores se a Eletrobras poderia ficar de fora do leilão, o diretor afirmou que essa seria uma visão muito pessimista. “Vamos ser restritivos e olhar caso a caso devido ao custo de ir a mercado. Vamos olhar a situação de cada empresa que vai participar, da holding, mas vamos ser cautelosos nos investimentos, mas não vamos deixar de analisar porque uma empresa não vive sem investimento”, disse ele.

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Ainda sobre a companhia, após a divulgação no último dia 31 de um prejuízo de R$ 14,4 bilhões da Eletrobras no ano passado, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, foi ao Ministério da Fazenda discutir com Nelson Barbosa a situação financeira da estatal. Segundo ele, a principal questão a ser debatida é quais mecanismos podem ser utilizados para se realizar aportes financeiros às distribuidoras de energia do grupo que foram os maiores responsáveis pelo resultado deficitário do ano passado. 

“Um dos mecanismos pode ser a antecipação de formação de capital por parte da Eletrobras ou ainda a utilização de recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para amortização de dívidas dessas companhias com a Petrobras”, disse Braga ao chegar ao Ministério da Fazenda.

Bradesco
O Banco Central homologou o aumento de capital de R$ 8 bilhões do Bradesco (BBDC4) via bonificação de 10% em ações – uma ação nova para cada 10 ações da mesma espécie. A operação foi aprovada em assembleia de acionistas em 10 de março e o capital do banco passa para R$ 51,1 bilhões. Os JCP (juros sobre o capital próprio mensais) contuinuarão em R$ 0,017249826 por ação ordinária e R$ 0,018974809 por ação preferencial – valor antes de impostos e a instituição continuará pagando proventos aos acionistas mensalmente. 

Suzano
A Suzano Papel e Celulose (SUZB5) afirmou na segunda-feira que sociedades no exterior por ela controladas são regulares de declaradas a autoridades públicas. O comunicado veio após informações de vazamento de documentos de um escritório de advocacia sediado no Panamá especializado em abrir empresas offshore. Os “Papéis do Panamá” revelaram acertos financeiros envolvendo políticos e figuras públicas de todo o mundo, incluindo do Brasil.

Segundo o documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as investigações envolvem sociedades estrangeiras, incluindo “certos controladores da Suzano”, mas a companhia afirma que não conhece “qualquer sociedade estrangeira controlada por ela seja objeto de tal investigação por autoridade pública”.

“Todas as sociedades constituídas no exterior e controladas pela Suzano estão devidamente declaradas para as autoridades públicas e são operadas de forma absolutamente regular e transparente”, diz o comunicado. 

CVC
A CVC (CVCB3) afirmou em comunicado que as reservas confirmadas somam R$ 1,29 bilhão no primeiro trimestre de 2016, alta de 1,7% na comparação anual. Os números de reservas confirmadas excluem Rextur Advance e Subamrino Viagens, segundo comunicado.

 A queda da confiança do consumidor, desvalorização do real e promoções de última hora “fizeram com que os consumidores continuassem adquirindo os seus pacotes mais próximos da data da viagem no primeiro trimestre, ainda que esse comportamento continua sendo menos pronunciado que o observado nos trimestres anteriores”. 

“As reservas confirmadas no primeiro trimestre para embarque no mesmo trimestre apresentaram um crescimento de 3,6% em comparação com o ano anterior, e as reservas para embarques nos próximos trimestres retomaram o crescimento, após 2 trimestres de queda. No período, adicionamos 17 novas lojas, totalizando 102 aberturas liquidas nos últimos 12 meses e atingindo 1.021 lojas exclusivas em março de 2016”, informou a companhia. 

Usiminas
A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou os ratings corporativos da Usiminas (USIM5) de Caa1 para Ca em escala global e de Caa1.br para Ca.br em escala nacional. 

“O rebaixamento para Ca reflete principalmente o acordo que suspendeu os pagamentos de principal de dívida da Usiminas e medidas de covenants por 120 dias (a partir de 18 de março de 2016). A Usiminas pretende negociar novos termos com credores e estender o prazo de vencimento das dívidas vincendas em 2016, 2017 e 2018. Este acordo constitui um default de pagamento pelas definições da Moody’s. A Moody’s acredita que a empresa possuiu uma estrutura de capital insustentável e que qualquer reestruturação provavelmente acarretará perdas significativas para os detentores dos títulos de dívida. Além disso, os ratings incorporam a contínua deterioração dos fundamentos de mercado para as siderúrgicas no Brasil e a diminuição da capacidade de geração de fluxo de caixa operacional da Usiminas, o que manterá as métricas de crédito pressionadas por um período de tempo prolongado e os riscos de liquidez altos na ausência de uma reestruturação de dívida”, afirma a agência. 

JSL
A JSL (JSLG3) projeta a realização investimentos líquidos de R$ 300 milhões a R$ 600 milhões neste ano. A estimativa de receita bruta do grupo para o ano é de R$ 5,05 bilhões a R$ 5,35 bilhões e o Ebitda (lucro antes de juros, depreciações e amortizações) projetado é entre R$ 1,15 bilhão e R$ 1,3 bilhão.

Log-In
A Log-In (LOGN3) informou na segunda-feira que fez acordo com Mercosul Line, do grupo Maersk, para operação compartilhada de longo prazo denominado Vessel Sharing Agreement (VSA), no Serviço Atlântico Sul (SAS). De acordo com a companhia, o VSA contará com quatro navios em operação, sendo três da Log-In e um da Mercosul Line.

“Cada uma das empresas terá o direito de comercializar a capacidade proporcional ao porte de seus navios empregados no VSA, sendo responsável pelos custos incorridos com seus respectivos navios”, disse a Log-In, em fato relevante.

O SAS faz a ligação entre os portos do Mercosul e as regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil, com viagem completa de 28 dias e frequência semanal. O novo modelo permitirá à Log-In oferecer ao mercado maior flexibilidade operacional e otimização de custos no trade, acrescentou a empresa. O novo VSA atingirá a regularidade neste mês de abril.

BR Properties
Os debenturistas da BR Properties (BRPR3) representando 96,57% dos papéis em circulação decidiram não considerar vencimento antecipado das debêntures em reunião realizada ontem. Os debenturistas aprovaram dar consentimento à OPA proposta pelo GP, condicionado ao pagamento de prêmio pela emissora no valor de 0,62% incidente sobre o saldo devedor. Na semana passada, a GP lançou oferta por até 172,4 milhões de ações ON da BR Properties.

Sonae Sierra 
A Sonae Sierra (SSBR3) concluiu a venda da subsidiária Pátio Campinas por R$ 64,2 milhões em dinheiro. 

IMC
A IMC (MEAL3), comunicou que seu Conselho de Administração aprovou a substituição da empresa de auditoria independente Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes pela empresa Ernst & Young Auditores Independentes para auditar as demonstrações financeiras relativas ao exercício social de 2016 e revisar as informações trimestrais dos primeiro, segundo e terceiro trimestre de 2016.

Tec Toy
A Tec Toy (TOYB3) informou que a Steluc Participações na qualidade de ofertante, e a Estratégia Investimentos, como instituição intermediária, protocolaram perante a CVM o requerimento de registro da oferta pública de aquisição de ações para cancelamento de registro da Companhia, com adoção de procedimento diferenciado. 

(Com Reuters e Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.