Petrobras pode vender fatia no pré-sal, Eike prejudica bancos e mais 4 notícias no radar

Entre os destaques, a Sabesp anunciou seu novo presidente, enquanto o Banco do Brasil também apresentou o nome que irá liderar seu conselho de administração

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A semana começa agitada na Bolsa, com destaque para os novos líderes da Sabesp (SBSP3) e do conselho do Banco do Brasil (BBAS3). Ainda na noite de sexta-feira (9) a companhia de distribuição de água e saneamento de São Paulo anunciou Jerson Kelman como seu novo presidente. Dilma Pena estava à frente da empresa desde janeiro de 2011.

O nome de Kelman já tinha sido anunciado pelo governo do Estado no início deste mês. Ele já foi diretor geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) entre 2005 e 2008 e presidente da ANA (Agência Nacional de Águas) entre 2001 e 2004. A mudança ocorreu após um ano em que o Estado passou a conviver com uma grave crise hídrica que ameaça o abastecimento de água da região metropolitana de São Paulo e do interior do Estado.

Na sexta-feira, durante cerimônia de posse no cargo, Kelman afirmou que a população “tem que estar preparada para o pior”. “Seria irresponsabilidade, no quadro em que estamos hoje, 9 de janeiro, olhar para a frente com otimismo”, afirmou Kelman, segundo a Agência Brasil.

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Banco do Brasil
Enquanto isso, Tarcísio Godoy, secretário-executivo da Fazenda, será o novo presidente do conselho de administração do Banco do Brasil, como representante da União. O cargo estava vago desde 2013, quando Nelson Barbosa, atual ministro do Planejamento, deixou a posição.

Petrobras
Em meio a dificuldades de caixa e compromissos de investimento, a Petrobras (PETR3; PETR4) estaria analisando vender participações em áreas no pré-sal como solução de curto prazo para enfrentar dificuldades financeiras, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. Investidores financeiros e petroleiras instalados no exterior estão sendo sondados para avaliar se têm interesse no negócio.

De acordo com o jornal, o projeto ainda está sendo tratado no âmbito da diretoria da estatal e se concretizado deve ajudar a empresa a enfrentar as dificuldades provocadas pelas recentes denúncias de corrupção e pelo endividamento. De acordo com fonte envolvida na operação, o projeto faz parte do programa de desinvestimento da companhia, que, até agora, esteve focado na venda de ativos no exterior.

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Oi
Após reunião na última sexta-feira, o Conselho de Administração da Portugal Telecom manteve para hoje a assembleia de acionistas com o objetivo de analisar a venda dos ativos portugueses da Oi (OIBR4) para o grupo europeu Altice, segundo uma fonte ligada à empresa portuguesa. 

Em carta à qual a Reuters teve acesso, o presidente da mesa da assembleia da Portugal Telecom SGPS, António Menezes Cordeiro, defende o fim dos contratos de fusão entre a empresa e a Oi, já que estes não foram cumpridos após a operadora brasileira ter fechado acordo para vender os ativos portugueses à Altice.

Bancos
A derrocada de Eike Batista “custou caro” aos bancos brasileiros. E, de acordo com uma compilação feita pela Folha de S. Paulo, o setor amarga perdas de pelo menos R$ 7,9 bilhões, montante este que equivale a 27% do prejuízo pelo bilionário, atingindo também os fornecedores e compradores de seus títulos de dívida.

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O rombo provocado por Eike chegou a R$ 29,2 bilhões, não estando incluída a desvalorização das ações de suas empresas. A Folha destaca o levantamento dos números nas listas de credores e nos balanços das empresas. Apesar do prejuízo, os bancos ainda têm esperanças de recuperar parte do dinheiro, viabilizando alguns projetos. E não há risco sistêmico.

Dentre os mais prejudicados, o Itaú Unibanco (ITUB4) é o maior prejudicado, tendo pendurados R$ 2,4 bilhões no grupo, sendo R$ 1,7 bilhão referente a empréstimo (no câmbio atual) pela EBX e R$ 900 milhões na recuperação judicial da antiga MPX, atual Eneva (ENEV3).

E, segundo o jornal, o Itaú e o Bradesco (BBDC4) entregaram, respectivamente, US$ 900 milhões e US$ 300 milhões à EBX para adquirir uma mineradora de ouro na Colômbia. Em razão desse negócio, o Bradesco tem a receber R$ 500 milhões de Eike.

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Estácio
A gestora de recursos BlackRock reduziu sua participação nas ações da companhia de ensino privado Estácio (ESTC3) para 4,93%, informou a empresa em comunicado ao mercado na última sexta-feira.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.