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Em meio à intensificação do debate sobre a remuneração aos acionistas da Petrobras (PETR4) nas últimas e nas próximas semanas, com a possibilidade de dividendos extraordinários e o lançamento do plano de negócios atualizado no dia 21, o Morgan Stanley mantém a previsão de distribuições adicionais de US$ 3,5 bilhões (R$ 19,863 bilhões), baseadas na disponibilidade de excesso de caixa para os próximos dois anos.
Segundo o banco, a expectativa de dividendos extraordinários é sustentada pela disponibilidade de caixa excedente no balanço.
O Morgan projeta um saldo de caixa excedente entre US$ 6 a US$ 10 bilhões entre o 4T24 e o 4T26 em seu cenário-base, impulsionado pelo robusto fluxo de caixa operacional da empresa, após investimentos anuais médios de US$ 15,4 bilhões em capex (investimentos), pagamentos de leasing de cerca de US$ 8 bilhões e um saldo de caixa de referência de US$ 8 bilhões.
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Nesse contexto, analistas projetam distribuições adicionais de US$3,5 bilhões no 4T24 e US$ 3,5 bilhões no 4T25, mantendo a estatal em uma posição financeira forte e dentro de seus limites de alavancagem (dívida total máxima de US$65 bilhões) e nível de conforto (Dívida líquida/Ebitda de cerca de 1,0 vez).
Por outro lado, segundo o banco, os riscos para a redução de dividendos extraordinários incluem cenários conservadores para os preços do petróleo ao definir os fluxos de caixa futuros.
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Embora os preços do petróleo sejam voláteis, têm se mantido na faixa de US$ 70 a US$ 80 por barril. Diante disso, o Morgan projeta os preços em US$ 73 o barril em 2025 e US$71/barril em 2026.
De acordo com o relatório, o excesso de caixa só seria eliminado se os preços do petróleo caíssem para US$ 50 ou US$ 55 por barril no ano que vem, com a Petrobras mantendo o orçamento de investimentos de US$ 15,4 bilhões. Nesse cenário de queda significativa nos preços do petróleo, o banco acredita que poderia haver certa redução de capex e um orçamento mais racional, especialmente em 2026.
Segundo a análise, um corte de US$ 1,5 bilhão anuais em capex nos cenários abaixo de US$ 50 o barril tornaria o saldo de caixa da estatal resiliente até o nível de preço de US$ 45 por barril.
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Outro risco aos dividendos extraordinários está relacionado a saídas de caixa não recorrentes, como aquisições ou liquidações de contingências fiscais fora do balanço. Embora seja difícil prever esses fatores, o Morgan avalia como baixa a probabilidade de aquisições de grande porte no curto prazo.
Além disso, para analistas, os recentes acordos de contingências fiscais mostraram-se positivos para a empresa, com desembolsos de caixa limitados e descontos significativos nos valores devidos, entre 65 a 80% das reclamações nominais.
O Morgan Stanley reiterou recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de US$ 19 por ADR da Petrobras, uma vez que os fluxos de caixa da estatal são muito resilientes, o que dá confiança ao banco em uma distribuição potencial de US$ 7 bilhões em dividendos extraordinários, divididos igualmente no 4T24 e 4T25. No cenário-base, isso representa um dividend yield atraente de 21,2% em 2024 e 16,0% em 2025.