Petrobras faz aliança de US$ 2,2 bi com Total e traz mais 2 anúncios; Vale tem preço-alvo elevado e outras 11 notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta quarta-feira (1)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A volta do feriado que manterá a Bovespa fechada até às 13h (horário de Brasília) será movimentada, com o mercado digerindo o movimento dos ADRs (American Depositary Receipts) da segunda e terça-feira. Além disso, o mercado repercutirá os comunicados da Petrobras, que fez três anúncios importantes desde a última sexta-feira, assim como a elevação do preço-alvo da Vale pela GBM e os resultados da Eletropaulo e da AES Tietê. Confira os destaques da quarta-feira (1): 

Petrobras (PETR3;PETR4)
Diversas notícias movimentam a Petrobras nesta volta do feriado: a petroleira estatal brasileira e a francesa Total assinaram na terça-feira contratos relacionados à Aliança Estratégica firmada em dezembro do ano passado, que envolvem 2,2 bilhões de dólares, de acordo com comunicados desta quarta-feira. “Com as transações firmadas ontem, a Total pagará à Petrobras o valor global de 2,225 bilhões de dólares, composto de 1,675 bilhão de dólares à vista, pelos ativos e serviços…”, disse a estatal.

O acordo também prevê uma linha de crédito que pode ser acionada pela Petrobras no valor de 400 milhões de dólares, representando parte dos investimentos da Petrobras nos campos da área de Iara, além de pagamentos contingentes no valor de 150 milhões de dólares, segundo a nota. Entre os contratos firmados na véspera está a cessão de direitos de 22,5 por cento da Petrobras para a Total na área da concessão denominada Iara (pré-sal), no Bloco BM-S-11.

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O acordo também inclui cessão de direitos de 35 por cento da Petrobras para a Total, assim como a operação, na área da concessão do campo de Lapa, no Bloco BM-S-9, ficando a Petrobras com 10 por cento. O campo de Lapa, também no pré-sal, encontra-se em fase de produção. Além da venda de direitos nessas áreas do pré-sal, o acordo envolve compartilhamento de terminal de regaseificação, transferência de fatias em térmicas, entre outros negócios. Os contratos assinados selam a Aliança Estratégica entre as duas companhias, criando ainda novas parcerias nos segmentos de upstream (produção) e downstream (distribuição), juntamente com o fortalecimento da cooperação tecnológica que abrange as áreas de operação, pesquisa e tecnologia.

 Vale destacar ainda que a Petrobras anunciou na sexta-feira (24) a redução do preço da gasolina em 5,4% em média e do diesel em 4,8% nas refinarias. A mudança passou a valer a partir de zero hora do último sábado. “A decisão é explicada principalmente pelo efeito da valorização do real desde a última revisão de preços, pela redução no valor dos fretes marítimos e ajustes na competitividade da Petrobras no mercado interno”, afirmou a companhia em comunicado ao mercado.  O comunicado prossegue ressaltando que a empresa reafirma sua política de revisão de preços pelos menos uma vez a cada 30 dias, o que lhe dá a flexibilidade necessária para lidar com variáveis com alta volatilidade. “Os novos preços continuam com uma margem positiva em relação à paridade internacional, conforme princípio da política anunciada, e estão alinhados com os objetivos do plano de negócios 2017/2021”, afirma.

Segundo a petroleira, se o ajuste for repassado integralmente e não houver alteração nas demais parcelas ao consumidor final, o diesel pode cair 3%, ou R$ 0,09 por litro em média, e a gasolina 2,3%, ou R$ 0,09 o litro. 

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Além disso, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a celebração de acordos para encerrar quatro ações individuais propostas perante a Corte Federal de Nova York, nos EUA, informou a companhia em um comunicado ao mercado. Com o anúncio, a Petrobras afirmou já ter alcançado acordo para 19 ações individuais, de um total de 27, que foram consolidadas com a class action.

 Vale (VALE3;VALE5)

O Conselho de Administração da Vale  afirmou na sexta-feira que a seleção do sucessor de Murilo Ferreira, que deixa a presidência da empresa em maio, ocorrerá em conformidade com as regras de governança atualmente vigentes e contará com apoio de uma empresa internacional de seleção de executivos.

Em um comunicado, o colegiado afirmou ainda que a nomeação do novo diretor-presidente ocorrerá em reunião do Conselho de Administração. A empresa não informou datas.

Dentre outras análises sobre a saída de Murilo Ferreira da Vale, o BTG Pactual destacou ter uma convicção: a de que o foco da mineradora não será alterado com saída do CEO. “O foco estratégico da Vale em desalavancagem e disciplina não será alterado em um futuro próximo, independentemente do novo nome e de seu histórico”, afirmaram os analistas do banco.

Eles destacaram preferir não especular sobre substituto de Murilo Ferreira e se há viés político em decisão, mas apontam que o executivo deixa a empresa após grandes realizações, como corte dramático de custos, entrega do projeto S11D, melhoras de governança e disciplina de capital. As mudanças administrativas são vistas como neutras para ações da empresa. O banco permanece neutro em relação a Vale, por não acreditar em sustentabilidade do preço do minério de ferro em níveis atuais.

Vale destacar ainda que, durante o feriado, a GBM elevou o preço-alvo para os ADRs da Vale de US$ 7 para US$ 10,70 por ação, em meio à alta do minério de ferro. A mineradora ainda destacou que a companhia investiu em projetos atraentes, alienou ativos não essenciais e reduziu a alavancagem. Por outro lado, a GBM mantém rating de mercado de baixo desempenho após “incrível rali” em ações, além de citar o excesso de oferta estrutural no mercado de minério de ferro como risco.

Eletropaulo (ELPL4)

No radar de resultados, a AES Eletropaulo divulgou na sexta que a companhia teve um lucro líquido de R$ 19,4 milhões no quarto trimestre, numa alta de 75,7% em relação a igual período de 2015. Já a receita líquida caiu 11,3% no quarto trimestre, na comparação anual, somando R$ 3,06 bilhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 228,1 milhões de outubro a dezembro, alta de 32,1%.

Vale destacar ainda que a companhia está mais perto de deixar de ser controlada pela americana AES, que excluiu a empresa de suas projeções de resultados. “Como parte da estratégia da companhia de reduzir sua exposição ao segmento de distribuição de energia no Brasil, o ‘guidance’ de 2017 e as expectativas para 2020 assumem a desconsolidação da Eletropaulo”, destaca a AES em balanço publicado nos Estados Unidos. A “desconsolidação” deve acontecer ainda em 2017, conforme destaca o Valor Econômico. Por fim, a Eletropaulo aprovou emitir até R$ 700 milhões de debêntures a até 125% do DI.

Ultrapar (UGPA3)

A agência de classificação de risco Moody’s reafirmou o rating Ba1 da Ultrapar, com perspectiva negativa. Conforme aponta a agência, o rating da Ultrapar reflete o modelo sólido de negócios da companhia, o perfil de baixo risco, fluxo de caixa estável e a posição de liderança em diversos segmentos.

Por outro lado, os ratings são limitados, principalmente, pelo rating soberano dos títulos do governo do Brasil. A agressiva estratégia de aquisições da companhia e a dependência de um número reduzido de fornecedores-chave de matérias-primas também são considerações negativas para o rating.” Em menor extensão é visto como fator de negativo de crédito a exposição às especialidades químicas devido a sua volatilidade”, afirma a agência.

Oi (OIBR4)

Em Barcelona, o ministro das Comunicações Gilberto Kassab afirmou que não há chance de governo brasileiro buscar reduzir a dívida da Oi com órgãos governamentais como Anatel e
bancos. Ele afirmou que o governo espera não ter que intervir e que seja dada uma
solução de mercado no caso da Oi: “o governo não pode abrir mão de recursos que são recursos públicos, dívida com o poder público”. 

 Sobre a compra da Time Warner pela AT&T, Kassab disse crer que não haverá problemas para aprovar o negócio no Brasil, sublinhando que não cabe a ele uma manifestação formal a
respeito. No Brasil, a AT&T é proprietária da Sky TV e canais de Time Warner são transmitidos por redes de TV por assinatura. A lei brasileira impede operadoras de telefonia e de internet de serem produtoras de conteúdo.

BTG Pactual (BBTG11)

A agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou o rating do BTG Pactual em escala nacional de “A-(bra)” para “A(bra)”, com perspectiva estável. A nota na escala global foi mantida em “BB-”, com perspectiva negativa.

Segundo a agência, a melhora na nota na escala nacional reflete o relativo ajuste na capacidade de crédito do BTG. A agência aponta que a administração do BTG demonstrou uma habilidade satisfatória em resolver as preocupações sobre a liquidez e construiu um grande colchão de liquidez, além de  reforçar a capitalização com um processo de desalavancagem bem sucedido. 

CVC (CVCB3)

A CVC aprovou a emissão de R$ 200 milhões em debêntures. A primeira emissão de debêntures da companhia será feita em série única. O banco liquidante será Itaú Unibanco e o vencimento se dará em 3 de março de 2019. A remuneração será 107,5% da variação dos DIs. 

AES Tietê (TIET11)
A geradora AES Tietê também revelou seu balanço, com lucro de R$ 83,1 milhões no quarto trimestre, 68,7% menor na comparação anual. Já a receita líquida teve queda de 42,9% no trimestre, para R$ 363,7 milhões, enquanto o Ebitda caiu 57,3%, a R$ 358,3 milhões.  

No ano, o lucro líquido somou R$ 358,5 milhões, queda de 55,4% em relação a 2015, enquanto a receita líquida somou R$ 1,56 bilhão no ano passado, baixa de 40,5%.

A AES Tietê ainda atualizou suas projeções referentes a previsão de investimentos para o período de 2017 a 2021. Para o período, a companhia planeja investir aproximadamente R$ 400 milhões que serão direcionados, principalmente em seus programas de modernização e manutenção de suas plantas hidrelétricas, informou.  

PDG (PDGR3)

A PDG Realty convocou AGE (Assembleia Geral Extraordinária) em 27 de março. A reunião, às 10h na sede da empresa, em São Paulo, terá como ordem do dia ratificar o pedido de recuperação judicial da companhia junto com 511 sociedades integrantes de
seu grupo econômico, diz PDG Realty em comunicado ao mercado. O pedido foi ajuizado em 23 de fevereiro em São Paulo. 

Forjas Taurus (FJTA4

O Conselho da Forjas Taurus aprovou instrumento particular de transferência temporária de licença de operação e processos de fabricação de determinados modelos de armas longas
junto à CBC, disse a companhia em fato relevante.

A vigência do contrato será de 36 meses. Além da produção de determinadas armas longas do portfólio da companhia, o mesmo prevê também a locação de máquinas e equipamentos para a fabricação das armas longas de propriedade da Taurus. Os objetivos do contrato são aumentar a eficiência da operação de armas longas pelos menores custos de produção da planta da CBC em Montenegro (RS), permitir que a cia. possa focar seus esforços na produção de revólveres, pistolas e armas táticas, que representam melhores margens operacionais e viabilizar o atendimento da demanda global de armas longas,
disse a Taurus. O Contrato depende de autorização e regularização pelo Exército brasileiro. 

PetroRio (PRIO3)

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou, sem restrições, a venda da Brasoil para a PetroRio. Assim, a companhia passará a ter uma participação de 10% no campo de gás natural de Manati, na Bacia Camamu-Almada e operar com 100% de participação o campo de Pirapema e o bloco FZA-¬M-¬254. 

Contax (CTAX11)

O Conselho de Administração da Contax aprovou o retorno do presidente Nelson Armbrust.  Em reunião de 28 de fevereiro, os conselheiros aprovaram o fim da licença não-remunerada e o retorno do diretor presidente ao cargo, segundo comunicado ao mercado.

Cristiane Barretto Sales deixa de exercer essa função de forma interina, mantendo suas funções de diretora de Finanças e de Relações com Investidores. Armbrust estava licenciado provisoriamente em razão de decisão judicial precária proferida em processo que discute divergências contratuais com seu antigo empregador.

Engie (ENGI3)

O BNDES efetuou o primeiro desembolso relativo ao financiamento destinado à implantação do Complexo Eólico Santa Mônica, no Ceará, disse a Engie em comunicado ao mercado. O financiamento possui prazo de amortização de 16 anos e totaliza R$ 353,5 milhões, representando cerca de 70% dos itens. As centrais Eólicas Santa Mônica e Cacimbas iniciaram suas operações comerciais em dezembro de 2016 e janeiro de 2017, respectivamente. As demais, Ouro Verde e Estrela, devem entrar em operação no 1º trimestre de 2017

(Com Reuters e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.