Petrobras e Vale sobem 20% em 5 dias; as ações que deram “feliz Natal” ao mercado

Cerca de 20 ações superaram os ganhos de 10% nos últimos 5 pregões; destaque para a Rossi, que sobe 50% no período

Paula Barra

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SÃO PAULO – Muitas companhias já estão desejando um feliz Natal aos seus acionistas por meio de seus e-mails vindos do Relações com Investidores, mas muitas destas empresas têm deixado os investidores muito felizes, sobretudo para quem comprou ações nos últimos cinco pregões. A ceia de natal dos investidores de curto prazo promete ser muito boa, já que cerca de 20 ações do Ibovespa já superaram os ganhos de 10% no acumulado dos últimos cinco pregões.

Entre estas “ações natalinas”, aparecem a dupla Petrobras e Vale, com ganhos entre 15% e 20%. No entanto, felizes mesmo estiveram os investidores de curto prazo que compraram Rossi (RSID3, R$ 3,29, +27,52%), que acumularam 50% entre os dias 17 e 23 de dezembro. A imobiliária disparou sem motivos aparentes, segundo operadores a alta pode estar associada à zeragem de posição vendida de fundos de investimentos, já que a ação ainda acumula perdas de 68,3% em 2014.

Junto com Petrobras, Vale e Rossi, as ações do setor siderúrgico também corrigiram parte das perdas acumuladas em 2014 e entregaram uma forte valorização nestes últimos cinco pregões. Destaque para CSN (CSNA3, R$ 6,39, +8,67%), que subiu 29,3% nesse breve rali. Completam o time das maiores altas Eletrobras (ELET6), Ecorodovias (ECOR3) e Marfrig (MRFG3), que subiram 20%, 17% e 15%, respectivamente – para ver as maiores altas e baixas desta terça pré-Natal, clique aqui.

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Das 70 ações que fazem parte do Ibovespa, apenas 4 não seguiram esse rali dos cinco dias pré-natal: Oi (OIBR4, R$ 9,49, -8,75%), que voltou a cair forte após realizar um grupamento de ações na razão de 10 para 1, Marcopolo (POMO4, R$ 3,31, -4,32%), que adiou na última segunda-feira a divulgação de seu guidance de 2015 por “incertezas econômicas”, JBS (JBSS3, R$ 11,19, -2,78%), que foi citada ontem como possível envolvida na Operação Lava Jato – embora a empresa já tenha negado relação com o caso – e Cielo (CIEL3, R$ 39,85, -0,08%). 

Confira os principais destaques da Bolsa nesta terça-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 10,50, +5,95%; PETR4, R$ 10,97, +6,30%)
As ações da Petrobras subiram em meio à divulgação de dados de produção e escândalos sobre esquema de corrupção na estatal. Da abertura do dia 16 até hoje, os papéis PNs acumulam 25% de ganhos.

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Nesta manhã, a companhia informou que bateu recorde de produção diária de 2,29 milhões de barris em 21 de dezembro. Ontem a noite, a presidente da estatal, Graça Foster, disse em entrevista ao Jornal Nacional que encontrou a funcionária Venina Velosa da Fonseca – que afirma ter feito denúncias de irregularidades na área de abastecimento da companhia -, mas negou que tenha sido omissa na apuração de supostos desvios apontados pela ex-gerente.

Vale (VALE3, R$ 22,22, +3,98%; VALE5, R$ 19,50, +4,56%)
As ações da Vale ganharam força após a abertura das Bolsas dos Estados Unidos em meio à euforia externa com dados positivos da economia americana, que cresceu mais do que o esperado no terceiro trimestre deste ano. Os ativos seguiram movimento de valorização iniciado no dia 16, fechando em sua quinta alta seguida. De lá para cá, os papéis da Vale já subiram 17%, mesmo com o minério de ferro tendo fechado esta terça na sua mínima em 5 anos e meio na China.

Acompanharam a alta os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 14,21, +4,72%), holding que detém participação na Vale.

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JBS (JBSS3, R$ 11,19, +0,27%)
Uma das protagonistas do pregão da véspera, as ações da JBS fecharam no positivo nesta terça após desabarem 8,67% na véspera em meio a rumores de que a companhia estaria envolvida na Operação Lava Jato, que investiga denúncias de corrupção na Petrobras. No meio do pregão passado, no entanto, a empresa desmentiu as especulações, veiculadas pelo Valor, o que ajudou no movimento de recuperação durante o dia após a ação ter caído 18% na mínima daquele pregão.

Segundo o frigorífico, a informação não procede, argumentando que os pagamentos citados na matéria do Valor são oriundos de um contrato de aquisição da unidade industrial em Ponta Porã no Mato Grosso do Sul, um Centro de Distribuição em São José dos Pinhais no Paraná e um outro Centro de Distribuição em Itajaí, Santa Catarina, cujos vendedores eram Tiroleza Alimentos Ltda., Ademar Marquetti de Souza, Paulo Roberto Sanches Cervieri e Rodo GS Transportes e Logística Ltda. 

Apesar do movimento de alta visto hoje, o JPMorgan rebaixou as ações da JBS de overweight (desempenho acima da média) para neutro. Segundo banco, a alta de mais de 27% no ano e menores estimativas para a empresa limitam o potencial de valorização do papel. O JPMorgan também retirou o papel da JBS da sua lista de recomendação na América Latina e aproveitou ainda para elevar exposição em BRF (BRFS3, R$ 63,84, +0,39%), mantendo assim exposição ao setor de proteína.

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Gol (GOLL4, R$ 14,27, -2,93%)
As ações da Gol fecharam entre as maiores perdas do Ibovespa, devolvendo parte dos ganhos acumulados nos últimos dias – os papéis subiram 17% nos últimos 4 sessões -, acompanhando o movimento de alta do petróleo nesta terça-feira. O combustível responde por quase 40% dos custos operacionais da companhia aérea, e o avanço no preço do barril tem impacto direto nas margens da empresa. 

Gafisa (GFSA3, R$ 2,16, +6,93%)
A Gafisa disparou após ficar em leilão por cerca de 20 minutos na BM&FBovespa para venda de 20 milhões de ações. Um investidor, que não foi identificado, vendeu às 13h (horário de Brasília) um total de 4,9% do capital da construtora – o que corresponde a 20 milhões de papéis – a um preço médio de R$ 2,10, segundo dados do ProfitChart. A operação foi intermediada na ponta vendedora pelo Santander e na compradora pelo Votorantim. 

Brookfield (BISA3, R$ 1,59, -0,63%)
A Brookfield informou hoje que suas ações poderão ser negociadas na BM&FBovespa até 5 de janeiro quando suas ações deixarão de ser listadas na Bolsa, após aprovação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para conversão do registro da companhia da categoria A para B. O prazo foi adiado devido a existência de posições em derivativos em aberto relativas ao papel BISA3.  

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OGPar (OGXP3, R$ 0,08, 0,00%)
As ações da Óleo e Gás Participações, antiga OGX, chegarama a subir 50% antes de voltaram para a estabilidade, em meio à divulgação do resultado do terceiro trimestre. A companhia deixou um prejuízo de R$ 7,648 bilhões no ano passado para registrar lucro líquido de R$ 9,873 bilhões entre os meses de julho e setembro de 2014.  Já o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do período, que mensura a geração de caixa da empresa, ficou negativo em R$ 1,86 bilhão, contra R$ 8,93 bilhões negativos no terceiro trimestre de 2013. 

BR Insurance (BRIN3, R$ 3,65, +19,67%)
Fora do Ibovespa, as ações da BR Insurance voltaram a subir forte, após dispararem 19,6% na véspera. Após o fechamento do pregão de segunda-feira, a empresa anunciou via fato relevante a contratação do banco norte-americano Morgan Stanley como assessor financeiro para “redefinição de seus objetivos estratégicos”. A Companhia entende que esta iniciativa não conflita com o Projeto Evolução ora em curso e reafirma seu compromisso com os acionistas e com o modelo de negócio existente.

Somada com a alta de ontem, os papéis BRIN3 já subiram mais de 32% nestes dois pregões. No entanto, no acumulado do ano, esses ativos ainda totalizam perdas na casa dos 80%.