Petrobras e BB disparam mais de 10% na semana; unit de banco salta 40% em 20 pregões

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sexta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve mais um dia de alta, sustentado pelo Relatório de Emprego dos Estados Unidos, que veio abaixo do esperado pelo mercado, reduzindo apostas de queda de juros pelo Federal Reserve na reunião de dezembro. Na semana, o índice subiu 4,7%. 

Diante da euforia, papéis ligados a commodities lideraram ganhos do índice hoje, com Petrobras, Vale e siderúrgicas. Do lado oposto, as ações ligadas a exportação caíram forte, apesar da reviravolta do dólar. O dólar comercial fechou em leve queda, mas durante a sessão chegou a virar para o campo positivo, após fala da presidente da distrital do Federal Reserve em Cleveland, Loretta Mester, que disse que o Relatório de Emprego de setembro foi “sólido” e suficiente para sustentar a ideia de alta de juros. Mester vota no Fomc (Federal Open Market Committee) neste ano. 

Na semana, os papéis da Petrobras, Metalúrgica Gerdau e Banco do Brasil dispararam mais de 10%, enquanto Klabin, Rumo e Ambev lideraram as perdas. No período, somente 6 das 58 ações do Ibovespa fecharam no negativo. 

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Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão: 

Petrobras (PETR3, R$ 16,95, +0,89%; PETR4, R$ 15,27, +1,13%)
Em pregão de euforia no mercado doméstico, as ações da Petrobras subiram forte, descoladas dos preços do petróleo no mercado internacional. Lá fora, o contrato futuro do Brent registrou queda de 0,34%, a US$ 52,33 o barril, enquanto o WTI caía 0,34%, a US$ 50,27 o barril. 

No radar, seguem as negociações para venda de ativos “não-core” da empresa. Em fato relevante divulgado ontem, a estatal disse que estava em negociações com a australiana Karoon para a venda de dois campos (100% de Baúna e 50% de Tartaruga Verde, sendo que nesse último a Petrobras pretende continuar como operadora). Os valores não foram divulgados, mas o BTG Pactual estima que fique na faixa entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões. Vale lembrar que do total de US$ 15,1 bilhões que a Petrobras prevê vender até o final deste ano, US$10 bilhões já foram anunciados. Os analistas destacaram que o momento é bastante favorável para a empresa e reiteraram recomendação de compra. 

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Localiza (RENT3, R$ 41,49, +1,20%)
Os analistas do Santander elevaram suas projeções para Localiza, atualizando o preço-alvo de 2017 para R$ 49,00 por ação, o que corresponde a um potencial de valorização de 19% frente ao fechamento de ontem. O modelo reflete estimativas mais elevadas de Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para a companhia. Os analistas elevaram em 5% e 10% o Ebitda para 2017 e 2018, respectivamente, refletindo projeções de que os volumes de carros alugados serão maiores nos próximos 2 anos.  

Exportadoras
As ações das exportadoras seguiram entre as maiores quedas do Ibovespa, descoladas do dia de reviravolta do câmbio. No meio da sessão, o dólar virou para alta, após comentários da presidente da distrital do Federal Reserve em Cleveland, Loretta Mester. Segundo ela, o Relatório de Emprego de setembro foi “sólido” e suficiente para sustentar a ideia de alta de juros. Mester vota no Fomc (Federal Open Market Committee) neste ano. 

Entre as maiores quedas do Ibovespa, figuraram as ações das empresas de papel e celulose Fibria (FIBR3, R$ 22,90, -2,43%) e Suzano (SUZB5, R$ 10,45, -2,79%), além da fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3, R$ 14,50, -2,03%). O dólar comercial fechou o pregão em queda de 0,20%, a R$ 3,2145 na compra e R$ 3,2160 na venda.   

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Vale e siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 18,00, +1,12%; VALE5, R$ 16,03, +2,56%), Bradespar (BRAP4, R$ 10,80, +3,35%) – holding que detém participação na Vale – e siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 9,67, +3,87%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,86, +2,93%), CSN (CSNA3, R$ 9,95, +1,22%) e Usiminas (USIM5, R$ 3,75, +2,74%) subiram, acompanham o desempenho positivo do mercado. 

Destaque para uma notícia do Valor Econômico que pode movimentar as ações das empresas siderúrgicas. Com margens espremidas principalmente pelo encarecimento do carvão de coque no mercado internacional, as fabricantes brasileiras de aços planos estão anunciando um reajuste médio de preços em 5% para seus produtos. Essa é quarta rodada de alta nos preços em 2016 e, no ano, o aço acumula alta de quase 40%. O comunicado às distribuidoras deve ser entregue por Usiminas, CSN e ArcelorMittal Tubarão aos clientes até o fim deste mês. 

Ainda no radar, a Gerdau respondeu à Bolsa sobre uma matéria de quarta do jornal Valor Econômico sob o título “Autuação contra Gerdau é mantida”. Segundo a companhia, “a notícia diz respeito à decisão proferida no âmbito do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), na qual foi mantida autuação contra a sua controlada Gerdau Aços Especiais, referente a Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro líquido sobre lucros auferidos no exterior por sua, à época, coligada Corporación Sidenor”.

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A empresa pondera, porém, que a decisão está sujeita ainda a recurso administrativo para a Câmara Superior de Recursos Fiscais, que a Gerdau pretende apresentar. “Caso o recurso não provido, a Companhia tem a intenção de levar a discussão ao Judiciário”, disse a siderúrgica em nota.

“Trata-se de procedimento administrativo que já foi informado nas notas explicativas às demonstrações financeiras da Companhia, sendo que a decisão mencionada na notícia não altera a avaliação a respeito do risco de perda deste processo”, completa a Gerdau. 

Even (EVEN3, R$ 4,00, +1,27%) e PDG (PDGR3, R$ 2,55, +3,24%) 
A Even foi elevada de underperform para neutra, enquanto a PDG foi rebaixada de neutra para underperform, segundo relatório de analistas do Bradesco BBI. “Top picks” do setor permanecem Direcional (DIRR3, R$ 5,70, +1,42%) e MRV (MRVE3, R$ 12,18, +0,91%), players do segmento de baixa renda, com yield médio de rentabilidade em 15% X 12% na média do setor. 

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“Ainda é muito cedo para a recuperação no segmento de média-alta renda, onde os índices de confiança devem levar um longo período para se traduzirem em números operacionais saudáveis”, destacam os analistas, que preveem definitivamente  forte recuperação da rentabilidade para os players de média-alta renda, mas não antes do segundo semestre do ano que vem. “Enquanto isso, o programa habitacional MCMV e sua disponibilidade de financiamento barato continua sustentando a entrega de resultados mais fortes dos players de baixa renda”, apontam eles. 

BM&FBovespa (BVMF3, R$ 17,81, +1,77%)
A BM&FBovespa informou que o CME Group vendeu 28 milhões de ações emitidas por ela, reduzindo sua participação acionária de 4,0% para 2,4% das ações em circulação. No mesmo comunicado, a Bolsa afirmou que o CME disse que não tem intenção de vender ações adicionais nesse momento. 

Segundo o BTG Pactual, o mercado não esperava que pudesse vir agora, mas leitura é marginalmente positiva pois tira a pressão vendedora do papel. Os analistas reiteraram visão positiva no case, com recomendação de compra mantida.

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“Esta venda não altera os termos da parceria estratégica entre a BM&FBovespa e o CME Group e as duas empresas continuarão trabalhando em conjunto no desenvolvimento e na listagem cruzada de produtos nas respectivas bolsas, assim como manterão a cooperação tecnológica”, disse a companhia. 

Nos termos do acordo estratégico entre as duas companhias, o CME Group continuará a nomear um membro para o Conselho de Administração da Bovespa, enquanto sua participação acionária for de no mínimo 2% das ações em circulação emitidas pela companhia.

OGPar (OGXP3, R$ 4,90, -0,61%)
Por ordem do Juízo da 6ª Vara de Execuções Fiscais Federais da Justiça Federal do Rio de Janeiro, foi ordenado o bloqueio online de contas de titularidade da OGX até o montante equivalente a R$ 5.910.378,97. A medida decorre de ação de execução fiscal movida pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) em face da OGX, “referente à apuração de não-conformidades observadas em inspeção do sistema de medição da produção no FPSO OSX-1, realizada no período de 08 a 09 de maio de 2012”.

“A OGX apresentou habilitação retardatária de crédito perante o Juízo em que tramita o processo de recuperação judicial, requerendo a inclusão do crédito em questão no quadro geral de credores, tendo em vista que a sanção aplicada pela ANP se originou de fato ocorrido no mês de maio de 2012, ou seja, antes do pedido de recuperação judicial”, disse a companhia.

BTG Pactual (BBTG11, R$ 17,06, +4,98%)
As units do BTG Pactual dispararam 40% em 20 pregões e renovaram hoje seu maior patamar desde final de novembro de 2015. A euforia ocorreu em meio a rumores de que o banco estaria trabalhando afinco para fechamento de capital, segundo informou a coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, no início deste mês. O BTG, no entanto, disse que não está considerando uma OPA (Oferta Pública de Aquisição).