Petrobras demite 170 mil pós Lava-Jato e EUA investigam Braskem; veja mais 13 notícias

CSN, Aliansce, Brasil Insurance e Light divulgaram resultados do quarto trimestre; Usiminas presta esclarecimento à CVM e Goldman revisa recomendações

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Enquanto os olhos do mercado se voltam para a reunião do PMDB sobre o desembarque do governo e também para a fala da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, o noticiário corporativo segue bastante movimentado, com revisões de recomendações, anúncios de recompra e a temporada de resultados. Veja os principais destaques corporativos desta terça-feira (29): 

Petrobras
Segundo a Folha de S. Paulo, desde o início da Operação Lava Jato, a Petrobras (PETR3;PETR4) e suas subsidiárias já demitiram 169,7 mil pessoas. O corte já representa o equivalente a 61% da equipe atual, que estava em 276,6 mil em fevereiro de 2016. Os cortes começaram ainda em 2014, na gestão Graça Foster, quando 74,3 mil perderam o emprego, e se intensificaram sob comando de Aldemir Bendine, que cortou 95,4 mil até fevereiro deste ano, destaca a publicação. 

Ainda o noticiário da estatal, a Petrobras informou que o governo federal, seu acionista controlador, indicou para presidente do Conselho de Administração o economista Luiz Nelson Guedes de Carvalho.

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O governo indicou o atual presidente-executivo da Petrobras, Aldemir Bendine, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Luciano Coutinho, para membros do Conselho de Administração, de acordo com comunicado divulgado na noite de segunda-feira. Carvalho, Bendine e Coutinho já integram o conselho da estatal.

Braskem
O DoJ (Departamento de Justiça) americano, órgão dos EUA, está investigando a Odebrecht e a Braskem (BRKM5) por suspeita de corrupção envolvendo contratos com a Petrobras, informa o jornal Valor Econômico. No caso da Braskem, braço petroquímico da Odebrecht, a investigação mira contratos de nafta firmados com a estatal brasileira a partir de 2009.

As informações sobre as investigações constam, segundo o jornal, no despacho do juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato.  A Odebrecht informou ao Valorque não tem conhecimento sobre o caso, além da apuração em curso do Doj sobre os contratos da Braskem.

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A Braskem divulgou nota de esclarecimento, informando que “como é de conhecimento público a partir de fato relevante divulgado em abril do ano passado, a Braskem tomou a iniciativa de abrir uma investigação independente a fim de apurar as alegações. O processo vem sendo conduzido por escritórios de advocacias externos contratados pela empresa junto ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) e a Securities Exchange Comission (SEC). A Braskem ofereceu o acesso às informações, dados e arquivos para que a investigação ocorra de forma completa e profunda.”

 CSN
A CSN (CSNA3) encerrou o quarto trimestre com lucro líquido de 2,37 bilhões de reais, devido a ganhos registrados pela combinação de negócios de mineração, ante resultado líquido de 66,99 milhões um ano antes. 

A empresa teve geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de 686 milhões de reais nos três meses encerrados em dezembro, queda de 20 por cento sobre o terceiro trimestre. 

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Segundo o BTG Pactual, o resultado foi fraco como esperado, com os destaques negativos ficando para a queda dos volumes de aço. A alavancagem seguiu subindo, de 6,6 vezes para 8,2 vezes. “Continuamos esperando que demanda caia 10% na comparação anual esse ano e trabalhamos com correção de preços de minério dos atuais US$ 55 a tonelada. Vemos 15-20% de risco de downside para números de consenso, e vemos papel caro negociando a 10 vezes o Ebitda”, destacam os analistas do banco.

 Aliansce
A Aliansce (ALSC3) teve lucro líquido atribuível aos sócios controladores de R$ 17 milhões no quarto trimestre de 2015, 63,3% abaixo dos R$ 46,4 milhões de igual período de 2014. No ano de 2015, o lucro líquido somou R$ 145,4 milhões, 16,5% abaixo que os R$ 174 milhões de 2014. O Ebitda foi de R$ 114,4 milhões nos últimos três meses de 2015, 6,3% acima dos R$ 107,6 milhões em igual período de 2014. Já a receita líquida foi de R$ 153,6 milhões no período, 7% superior ao mesmo período do ano anterior.

Light
A Light (LIGT3) reverteu o lucro de R$ 520 milhões registrado no quarto trimestre de 2014 para um prejuízo de R$ 66 milhões no mesmo intervalo de 2015. No acumulado do ano, no entanto, o resultado ficou positivo em R$ 42 milhões, mas representou uma queda de 93,6% ante 2014.

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O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado recuou 72,8% de outubro a dezembro de 2015 ante o ano anterior, para R$ 224 milhões, com margem Ebitda passando de 25% para 8,7%. No total de janeiro a dezembro do ano passado, o Ebitda caiu 25,2% contra 2014, para R$ 1,272 bilhão, com margem Ebitda de 18,5% para 11,9%. A receita líquida no quarto trimestre de 2015 recuou 21,1% contra o mesmo período de 2014, para R$ 2,353 bilhões. No total do ano, a receita subiu 17,6% na comparação com 2014, para R$ 9,710 bilhões.

Brasil Insurance
A Brasil Insurance (BRIN3) registrou prejuízo líquido atribuível aos sócios da empresa controladora de R$ 73,3 milhões no quarto trimestre de 2015, alta de 171% sobre o prejuízo líquido de R$ 27 milhões de igual período de 2014. Já a receita líquida atingiu R$ 42,1 milhões no período, queda de 23,5% quando comparada ao mesmo período do ano anterior. 

Arezzo e IMC
 O Conselho de Administração da Arezzo (ARZZ3) aprovou o programa de recompra de até 4,24 milhões de ações ordinárias pelo prazo de um ano.

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Já a IMC (MEAL3) aprovou a recompra de até 9 milhões de ações ONs em um ano.

Empresas financeiras
O Goldman Sachs fez revisões de diversas empresas do setor financeiro. A Cielo (CIEL3) foi elevada de venda para neutra, o Itaú Unibanco (ITUB4) é rebaixado de neutra para venda pelo Goldman e a Porto Seguro (PSSA3) foi elevada de neutra para compra.

Usiminas
Em resposta a pedido de esclarecimento da CVM, a Usiminas (USIM5) informou que os controladores não tem informação sobre eventual cisão da companhia. A previdência Usiminas “não está ciente da existência de qualquer proposta de cisão ou ‘divisão’ da
companhia”. A Nippon Steel diz que “até o momento, não há nenhuma informação relevante relacionada com os assuntos relatados que necessitem ou devam ser divulgados publicamente” e a Ternium-Techint informa que “até o momento, não
há uma decisão ou fato relevante que requeira divulgação”.

Universidades
Destaque hoje para uma pesquisa do Data Popular divulgada pela Folha. Segundo a pesquisa, nem metade dos 40,8 milhões de pessoas que já completaram o ensino médio no país pretende ingressar no ensino superior. Entre os que têm esse objetivo, só 37% planeja iniciar no ano que vem.

Porém, o Santander destaca que a pesquisa também mostra que brasileiros seguem considerando que o ensino superior é a principal forma de obter emprego e conquistar estabilidade financeira, o que deve ajudar a conter a pressão de alta nas taxas de desistência nas companhias de educação em meio à atual crise  macroeconômica.

Siderúrgicas
O presidente executivo do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Mello Lopes, defendeu a volta do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra) a patamares que compensem os resíduos tributários como instrumento necessário para dar fôlego à indústria siderúrgica nacional.

Lançado em 2011, como parte do Plano Brasil Maior, o Reintegra devolve aos exportadores parte dos impostos cobrados na cadeia de produção. A alíquota caiu de 3% em 2014 para 1%, no ano passado, e agora está em 0,1%. Lopes indicou que o Reintegra deveria voltar, “pelo menos”, aos 3% anteriores, com possibilidade de escalonamento depois, por segmento exportador.

Banco Original
O Banco Original, controlado pela holding J&F, também dona da JBS (JBSS3), anunciou na segunda-feira o lançamento de uma plataforma digital para atendimento a pessoas físicas. O banco, que não tem agência física e permite abrir conta pelo celular, tem inspiração nas chamadas fintechs, empresas de tecnologia criadas para prestar serviços financeiros.

Em entrevista à Reuters, o presidente do Conselho de Administração da J&F, Henrique Meirelles, disse que a rentabilidade do banco Original deve atingir patamares aceitáveis até 2018 e atrativos até o final da década. “Esperamos que o nosso modelo nos ajude a obter melhores margens de vendas, níveis de inadimplência melhores que a média do sistema com uma base histórica”, disse Meirelles, ex-presidente do Banco Central.

Ele espera que a plataforma de banco de varejo online comece a amadurecer nos primeiros dois anos, e que o modelo possa ser eventualmente calibrado para compensar aumentos inesperados nos índices de inadimplência ou outros eventos. O Banco Original é controlado pela família Batista, controladora também da JBS, através da J&F Investimentos.

(Com Reuters, Agência Estado e Agência Brasil)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.