Petrobras cai 5%, Vale e siderúrgicas recuam com minério e exportadoras sobem com dólar

Confira os destaques do pregão desta sexta-feira (3)

Rodrigo Tolotti

Setor extrativo foi destaque de baixa em janeiro, mas projeções para o ano são boas

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SÃO PAULO – Sem a referência dos EUA – onde as bolsas estão fechadas antes do feriado de independência – e acompanhando o movimento negativo de Europa e Ásia antes do referendo na Grécia, o Ibovespa recua mais de 1% nesta sexta-feira (3). Foram 7 das 66 ações do índice subindo mais de 1%, enquanto outros 7 papéis caíram mais de 3%, entre eles as siderúrgicas e Petrobras.

Confira os destaques da sessão desta sexta-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 12,95, -5,06%; PETR4, R$ 11,73, -4,63%)
As ações da estatal caíram um dia após cálculos da Polícia Federal mostrarem que o rombo no caixa da companhia causado pela corrupção é de R$ 19 bilhões. Ainda ontem, a companhia confirmou que irá divulgar seu balanço do segundo trimestre no dia 6 de agosto, após o fechamento do pregão. Além disso, uma reportagem do Estadão aponta que a companhia negocia com chineses aporte para concluir a Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), mas só deve anunciar em janeiro de 2016.

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Na última segunda-feira, durante a divulgação do plano de negócios, o presidente da estatal, Aldemir Bendine, confirmou a conclusão da segunda unidade de refino e das unidades petroquímicas dependem de parcerias. Vale mencionar ainda a entrevista de Bendine à Globo News. O executivo afirmou que a possível abertura de capital da subsidiária BR Distribuidora pode variar entre 25% até um patamar mais “ousado”. À respeito da discussão no Congresso sobre alteração da legislação do pré-sal, Bendine afirmou que é “inoportuna”. O executivo disse também não ver dificuldades para que as empresas arroladas na Operação Lava Jato voltem a trabalhar com a companhia, desde que se adaptem às novas regras que estão sendo implantadas pela estatal.

Vale (VALE3, R$ 17,68, -2,16%; VALE5, R$ 15,23, -1,49%) e siderúrgicas
As ações da Vale recuaram hoje em meio à nova queda do minério de ferro. A commodity cotada no porto de Qingdao, na China, recuou nesta sexta-feira 0,7% – a sétima sessão negativa seguida -, acumulando sua pior semana de perdas desde abril. Acompanharam o movimento da Vale as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 10,03, -2,24%), holding que possui participação na mineradora. Juntamente com elas, as ações das siderúrgicas também caíram nesta sessão: Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,56%, -4,30%), Usiminas (USIM5, R$ 4,03, -1,95%), Gerdau (GGBR4, R$ 6,66, -3,48%) e CSN (CSNA3, R$ 4,77, -3,64%).

Braskem (BRKM5, R$ 12,43, -3,27%)
As ações da Braskem tiveram a terceira queda seguida após notícia de que mais um acionista processou a companhia em Nova York, acusando-a de envolvimento no escândalo de corrupção na Petrobras que causou fortes vendas de ações da petroquímica negociadas nos Estados Unidos. Nos últimos três dias, as ações da companhia já caíram 7% no período. 

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O autor do processo, Douglas W. Peters, quer fazer uma ação coletiva. O processo foi aberto em um tribunal federal de Manhattan em nome de indivíduos ou instituições que compraram recibos de ações da Braskem entre 1o de junho de 2010 e 11 de março de 2015, segundo documentos da corte.

Exportadoras
Entre as altas do dia ficaram as empresas voltadas à exportação voltam a subir nesta sessão em meio à alta do dólar. Destaque para as companhias de papel e celulose Fibria (FIBR3, R$ 42,80, +0,71%) e Suzano (SUZB5, R$ 16,85, +1,14%). O dólar comerical subiu 1,40%, a R$ 3,1386 na compra e R$ 3,1393 na venda. 

Marfrig (MRFG3, R$ 5,32, -2,74%)
As ações da Marfrig caíram pelo terceiro pregão consecutivo passada a euforia com o anúncio da venda da Moy Park para a JBS. Apesar do recuo recente, desde o dia 8 de junho, os papéis da companhia já dispararam 38%.

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JBS (JBSS3, R$ 16,02, -1,11%)
Após uma seuquência de altas, a JBS recuou neste pregão após ter sua perspectiva alterada de positiva para estável pela agência de classificação de risco, S&P. Segundo a agência “uma política financeira mais clara nos próximos 12 a 18 meses e a manutenção das métricas financeiras podem resultar em um upgrade”. No ano, os papéis acumulam alta de 44%.

Nos últimos dias a companhia anunciou a aquisição de bens, propriedades, direitos e obrigações de titularidade da Cargill Meat relacionados à criação, compra e abate de suínos e ao processamento e venda de carne suína, por US$ 1,45 bilhão, livre de dívidas, podendo ser ajustado no fechamento da Operação, pela variação do capital de giro líquido e dos passivos de longo prazo da Cargill Pork.

BR Properties (BRPR3, R$ 10,25, -0,49%)
Ontem, a empresa anunciou que está cancelada a OPA (Oferta Pública de Aquisição) pelo fundo de participações Bridge, veículo utilizado por um fundo da BTG Investments, parte do Grupo BTG Pactual, e pela Brookfield BR7. A oferta era de R$ 12,00 por ação e ontem o papel fechou a R$ 10,30. Apesar disso, a companhia disse que continua a negociação com a Brookfield para vender parte do seu portfólio.   

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Light (LIGT3, R$ 17,65, -0,28%)
A Light informou que venderá sua fatia na Renova Energia (RNEW11, R$ 34,00, -0,03%) por US$ 250 milhões, com o objetivo de fortalecer seu capital de giro e desenvolver outros projetos. A operação, que envolve 15,87% da Renova, será realizada entre Light Energia e SunEdison, mediante o pagamento em ações no fechamento da transação, que ainda não tem data definida.  

A operação representa um lucro contábil, após imposto, de cerca de R$ 170 milhões, visto que no balanço estava registrado o valor de R$ 515 milhões e a venda será de aproximadamente R$ 775 milhões. Em termos de comparação, o lucro estimado, segundo a Bloomberg, da Light será na casa de R$ 350 milhões.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.