Para Meirelles, anúncio da equipe econômica de Lula tende a acalmar o mercado

Questionado se já teria recebido algum convite da equipe de transição para compor o futuro governo, respondeu que não

Equipe InfoMoney

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O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles afirmou que o anúncio da equipe econômica do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva contribuiria para acalmar o mercado. Ele disse que ainda não recebeu convite para integrar o time e que não trabalha com hipóteses.

“De fato, espera-se o anúncio da equipe econômica o mais rápido possível. Não há dúvidas de que o anúncio da equipe econômica tende a acalmar o mercado”, disse Meirelles, a jornalistas, após participar de evento do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), nesta terça-feira, 15, em Nova York. “O governo está sendo composto em tempo muito exíguo”, acrescentou.

Ele alertou para a reação do mercado, mas ponderou que o impacto nos ativos brasileiros vai depender dos nomes escolhidos. Semana passada, como efeito das preocupações fiscais, a bolsa caiu e o dólar disparou.

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Meirelles disse ainda que o mercado vai além do sistema financeiro e abrange a sociedade, os pequenos empresários etc. “Mercado é muito mais que mercado financeiro. É o padeiro. São todos aqueles na atividade produtiva”, disse.

Convite a Meirelles

Questionado se já teria recebido algum convite da equipe de transição para compor o futuro governo, respondeu que não. Afirmou ainda que não trabalha com hipóteses, a responder se aceitaria algum cargo no governo Lula.

Meirelles voltou a reforçar a necessidade de o governo atentar à responsabilidade fiscal com o social.

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“Quando governo gasta excessivamente, leva à falta de confiança. Manter gastos sob controle é a melhora forma de garantir, inclusive, inclusão social, crescimento. É importante que economia cresça e gere emprego”, avaliou. “Temos de ter responsabilidade social, mas estabelecer meta clara no fiscal”, acrescentou.

Sobre a PEC de transição, Meirelles disse que a medida é necessária para acomodar os gastos transitórios. “A PEC de transição é um waiver. É importante é que não se pare na PEC de transição porque daí deixa de ser um waiver”, concluiu.

O ex-ministro afirmou ainda sobre a necessidade de uma âncora fiscal, classificada como “fundamental”. “Tem que se ter uma âncora, tem que ter um teto, o limite tem que ser claro porque caso contrário o país pode, e corre o risco sério, de voltar a um clima de recessão”, disse.

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“Dilmou”

Em uma de suas participações no evento do Lide, Meirelles aproveitou para esclarecer informações que circularam no mercado semana passada, atribuídas a ele, em um evento fechado à imprensa, em um banco.

“Eu nunca disse ou usei a expressão que o Lula “Dilmou”, disse Meirelles.

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Segundo ele, na ocasião, traçou dois cenários, duas linhas de pensamento, existentes dentro do governo de transição, referentes aos que defendem uma maior intervenção do Estado e aos defensores de uma maior abertura ao setor privado.

“A pessoa [fonte do jornalista que publicou a informação] passou apenas um lado da história”, disse, acrescentando que a possibilidade de um governo “totalmente voltado à liderança no crescimento econômico não foi o que foi dito e foi adicionada com uma expressão de apelo e engraçada”.

Ida de Goldfajn para o BID

Meirelles comentou ainda que o governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria apoiar o nome do ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn para disputar a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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Na sua visão, o nome de Ilan seria uma “grande adição ao Brasil”.

“O nome do Ilan para o BID teve aceitação muito grande e seria grande adição ao Brasil. Ilan não tem filiação partidária. Está acima de tudo isso”, avaliou Meirelles.

Ele ainda disse que é “óbvio” que o nome do Ilan para disputar o BID teria de ser indicado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), uma vez que as eleições acontecem no dia 20 de novembro, antes da posse do governo eleito.

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Seu comentário foi feito ao ser questionado sobre uma movimentação de uma ala do PT para tentar adiar as eleições para a presidência do BID, por não aceitar a indicação de Ilan por parte do atual governo.

“O novo governo deveria apoiar o Ilan no BID e não entrar em questão de filiação partidária. Ilan representaria muito bem o Brasil no BID”, concluiu.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)