Para analistas, superávit primário de fevereiro veio dentro da média

Arrecadação foi grande destaque na conta positiva, mas cumprimento da meta de 2012 ainda é considerada um desafio

Graziele Oliveira

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SÃO PAULO – Após o BC dilvulgar um superávit primário de R$ 9,5 bilhões durante o mês de fevereiro, analistas avaliam o desempenho como dentro da média. Contudo, eles optaram por revisar suas projeções para 2012.

“O contingenciamento de R$ 55 bilhões anunciado pelo Governo é suficiente para sinalizar a consecução de um resultado primário em 2012 próximo aos 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto) obtidos em 2011. Com efeito, revisamos nossa projeção para o superávit primário deste ano de 2,7% para 3% do PIB”, dizem os especialistas da LCA Consultoria.

Para eles, o Governo deverá entregar um primário de 3% do PIB para deixar espaço para que o BC siga cortando a Selic pelo menos até abril. “O aumento dos investimentos privados em infraestrutura, resultado de uma agenda de concessões, gera algum alívio para a necessidade de recursos orçamentários para investimento, além de gerar receitas adicionais para o governo (ainda que bastante dliuídas). Esta combinação torna a produção de um superávit de 3% do PIB bastante provável”, dizem os analistas.

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Por sua vez, a Rosenberg Consultores Associados traz outro destaque no relatório do BC. “A maior surpresa continua sendo a contribuição recorde dos Governos Regionais. Entretanto, antecipações de receita em janeiro e forte contribuição de dividendos em fevereiro, ajudaram a inflar o resultado da receita”, dizem.

Arrecadação segue forte
A arrecadação também teve um importante papel no resultado do mês segundo avaliação dos especialistas, fazendo com que a a receita líquida do Tesouro Nacional crescesse 10,6% em relação a fevereiro de 2011. Porém, na outra ponta, também é possível perceber uma redução nas despesas do Tesouro Nacional, que cresceram apenas 5,8% na mesma base de comparação, apesar de também penalizar os investimentos.

“Os superávits primários têm sido importantes para redução da dívida líquida, porém os maiores gastos com juros têm segurado uma queda maior da relação DLSP/PIB, mas devem aliviar um pouco ao longo deste ano”, porjetam os analistas da Rosenberg.

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 Segundo a consultoria, a boa perspectiva trazida pelo cumprimento da meta no ano passado e o resultado deste primeiro bimestre maior que o verificado no mesmo mês de 2011 são positivos. “Ainda assim, vale lembrar que o cumprimento da meta em 2012 será uma missão mais difícil. O grande reajuste do salário mínimo, já pressionando as despesas previdenciárias e assistenciais, e a necessidade de investimentos pesando do lado das despesas e um menor crescimento da arrecadação, do lado das receitas”, dizem.