Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta sexta-feira

Após feriado de Ação de Graças, futuros de NY e bolsas abrem em queda; no Brasil, após cheque especial, governo mira cartão de crédito

Equipe InfoMoney

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Os mercados operam majoritariamente em queda nesta manhã com os investidores monitorando de perto as negociações comerciais sino-americanas em meio a um novo foco de tensões entre os dois países no retorno do feriado e a um pregão reduzido em Nova York nesta sexta-feira.

Após o presidente americano, Donald Trump, assinar uma lei em apoio aos manifestantes de Hong Kong, o Ministério das Relações Exteriores da China respondeu alegando que os EUA tinham “intenções sinistras” com a iniciativa.

No Brasil, após o cheque especial, governo busca alterações no cartão de crédito. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, o parcelamento de compras sem juros está na mira e uma das medidas em análise é restringir o número de parcelas deste tipo de operação, que é visto pela equipe econômica como uma forma de crédito.

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Na agenda, destaque para as divulgações, às 9h00, da taxa de desemprego medida pela PNAD do IBGE e para os dados, às 9h30, do resultado primário e dívida líquida do setor público.

Destaque ainda para o monitoramento do dólar, que encerrou a véspera em queda, interrompendo uma sequência de três altas consecutivas e sucessivos recordes históricos.

Confira os destaques desta sexta-feira:

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1. Bolsas Internacionais

Os mercados refletem nesta manhã o receio entre os investidores de que o episódio do apoio americano aos manifestantes possa acabar com as esperanças de Washington e Pequim fecharem a “primeira fase” do acordo comercial, o que têm valorizado as bolsas.

Enquanto isso, o mercado vê se aproximar a data de 15 de dezembro, quando uma nova rodada de tarifas dos EUA às importações de produtos chineses se aproxima.

Já a Bloomberg diz que, dos bancos rurais à crescente dívida do consumidor e a uma reestruturação de títulos sem precedentes, há sinais crescentes de estresse financeiro na China, que estão colocando à prova os formuladores de políticas do país.

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Em meio à Black Friday, no exterior os investidores monitoram a performance das varejistas, com a empresa de análise ShopperTrak dizendo que a data comerciais será a mais movimentado do ano nos EUA. Não há dados econômicos previstos para hoje.

Na Europa e na Ásia a aversão ao risco derruba os principais índices. No Reino Unido, a confiança do consumidor mostrou seu nível mais baixo desde 2013 em novembro.

Confira o desempenho dos mercados, segundo cotação das 07h27 (horário de Brasília)

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*S&P 500 Futuro (EUA), -0,21%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,29%
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,22%

*DAX (Alemanha), -0,20%
*FTSE (Reino Unido), -0,16%
*CAC-40 (França), -0,01%
*FTSE MIB (Itália), -0,12%

*Hang Seng (Hong Kong), -2,03% (fechado)
*Xangai (China), -0,61 (fechado)
*Nikkei (Japão), -0,49% (fechado)

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*Petróleo WTI, -0,33%, a US$ 57,92 o barril
*Petróleo Brent, -0,77%, a US$ 63,38 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam com alta de 0,31%, cotados a 646,00 iuanes, equivalentes a US$ 91,95 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,0255 (-0,13%)

*Bitcoin, US$ 7.593,59, +0,58%

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2. Cartão e Cheque Especial

Depois de travar os juros do cheque especial em 8% ao mês (o equivalente a 150% ao ano), a equipe econômica mira agora as operações com cartão de crédito, segundo o Estadão. Uma das distorções apontadas pelo Banco Central (BC) – e que o governo quer atacar – é a possibilidade de parcelar as compras no cartão de crédito sem juros.

Segundo apurou o Estado, uma das medidas em análise é restringir o parcelamento nesse tipo de operação. Na prática, o parcelamento sem juros acaba funcionando como uma forma de crédito. “Alguém paga essa conta”, disse ao Estado uma fonte da equipe econômica que acompanha os estudos para um novo desenho para o produto.

A alteração das regras, no entanto, deve demorar um pouco mais pela “complexidade” de funcionamento desse tipo de meio de pagamento. Para vender parcelado aos seus clientes sem juros, os lojistas pagam uma taxa mais alta para o emissor do cartão.

O governo já fez mudanças na regulação do cartão, mas não está satisfeito com os juros cobrados nessa linha de crédito, que chegaram a 317,22% ao ano em outubro passado, de acordo com dados do Banco Central.

A decisão de limitar os juros foi criticada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que falou em “tabelamento de preços”, e, segundo especialistas, pode prejudicar a oferta de crédito pelos bancos e ter um efeito contrário ao desejado pelo Banco Central (BC), diz o Globo.

O BC informou ainda que colocou em consulta pública, até 31 de janeiro de 2020, “propostas normativas para implementação no País do Sistema Financeiro Aberto (Open Banking) e do Ambiente Controlado de Testes para Inovações Financeiras e de Pagamento (Sandbox Regulatório), bem como para disciplinar a atividade de escrituração de duplicata escritural”.
De acordo com o BC, as três ações buscam “aumentar a eficiência do Sistema Financeiro Nacional, fomentando a inovação, a transparência, a concorrência e a inclusão financeira e estão inseridas na Agenda BC#”.

O open banking é um conceito que prevê o compartilhamento dos dados bancários dos clientes, com prévia autorização do titular. A partir disso, será possível a um cliente bancário visualizar, por exemplo, em um mesmo aplicativo, o extrato consolidado de todas as suas contas bancárias e investimentos.

3. Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro comentou que é bem-vinda a decisão de limitar a 8% ao mês os juros cobrados pelos bancos no cheque especial. “Qualquer medida que ajude a população é bem-vinda”, disse. Segundo o presidente, a crítica sobre estes juros é antiga. “Cheque especial é uma crítica há muito tempo. As taxas são abusivas. Quem começou com isso tudo foi a Caixa Econômica. Tanto é que vou abrir uma conta na Caixa”, disse o presidente.

Bolsonaro voltou a atribuir ao ministro da Economia, Paulo Guedes, a responsabilidade pelas decisões da área. “Eu falei que não entendo nada de economia. Está dando certo é por que não me meto.” “Manchete amanhã: presidente não foi consultado sobre tal decisão. Presidente não sabe de nada”, ironizou Bolsonaro.

Bolsonaro disse ainda ter conversado, por telefone, com o presidente eleito do Uruguai, Luís Lacalle Pou, que obteve a maioria dos votos nas eleições presidenciais do Uruguai. Após a revisão dos votos do pleito, realizado no último domingo (24), Lacalle venceu em uma disputa muito acirrada contra Daniel Martínez, candidato da coalizão de esquerda (Frente Ampla), que governa o país há 15 anos.

“Foi uma conversa bastante saudável, amiga. Ele é conservador, é de direita, tem um programa muito parecido com o nosso. A posse dele é em 1º de março do ano que vem, já confirmei a minha presença. Convidei para estar no Brasil também”, disse o presidente durante sua live semanal transmitida no Facebook.

Bolsonaro ressaltou ainda a lisura do processo eleitoral no país vizinho. “Parabéns ao povo uruguaio por essas eleições democráticas, limpas, que escolheram o Lacalle como presidente da República”.
Durante a live, Bolsonaro comentou sobre o aumento do preço da carne bovina no país. Segundo ele, houve aumento da demanda por exportação e os preços internos subiram, mas deverão se estabilizar nos próximos meses.

“Pessoal está reclamando do preço da carne, com razão. Subiu [o preço]. A nossa andança pelo mundo, o mundo começou a comprar mais da gente, começa a vender mais, tem menos para botar na prateleira, infelizmente isso acontece, mas conversei isso hoje com a ministra Tereza Crisitina, ela acha que em três ou quatro meses volta à normalidade”, afirmou.

O presidente ainda negou tomar qualquer medida para interferir no preço do produto. “Não posso querer tabelar o preço da carne. não posso fazer isso aí, não vou fazer. Nossa política é de mercado aberto”.

4. Previdência

O Estadão traz que a PEC paralela da Previdência aprovada no Senado abriu a possibilidade de criação de um regime especial para algumas categorias do funcionalismo e tem potencial para anular em R$ 43 bilhões em 10 anos a economia com a reforma da Previdência já aprovada.

Aprovada no Senado, a PEC paralela tem potencial para anular parte do ajuste da reforma da Previdência já aprovada. A proposta ainda precisa ser aprovada em dois turnos na Câmara.

A PEC foi vendida pelo Senado como um complemento da reforma ao incluir a possibilidade de adesão dos Estados e município às regras de aposentadoria dos servidores do governo federal.

O texto aprovado pelos senadores, porém, acabou abrindo a possibilidade de criação de regime especial para algumas categorias – peritos criminais, guardas municipais e até mesmo agentes e oficiais da Abin, o serviço de inteligência do governo federal.

5. Noticiário Corporativo

No noticiário das empresas, a Petrobras selecionou Sinopec, da China, Mubadala, de Abu Dhabi, e Ultrapar e Raizen do Brasil, para a segunda rodada de venda de refinarias, segundo informaram fontes à Reuters. Ultrapar, Raizen e Mubadala não comentaram; Petrobras e Sinopec não comentaram imediatamente à agência. Já a PetroRio comprou fatia de Frade da Petrobras por US$ 100 milhões.

Na Usiminas, a siderúrgica aprovou o adiamento da reforma do Alto Forno na Usina de Ipatinga em 12 meses. A Iguatemi exerceu direito e adquiriu shoppings por R$ 260,1 milhões.

Na Alliar, Sami Foguel foi eleito CEO, Fernando Terni renuncia. A Fleury acertou a compra da Inlab por R$ 90 milhões e a Telefônica alienou 1.909 torres para Telxius por R$ 641 milhões. Já o GPA convocou AGE para 30 de dezembro para tratar de migração para Novo Mercado.

Por fim, o Banco do Brasil aprovou distribuir R$ 502,3 milhões em JCP relativos ao quarto trimestre de 2019. Os JCPs serão pagos em 30 de dezembro tendo como base a posição acionária de 11 de dezembro.

(Com Agência Estado, Agência Brasil, e Bloomberg)

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