Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta sexta-feira

Bolsas mundiais caem após Trump anunciar que está com coronavírus e antes de payroll nos EUA; falas do BC, Bolsonaro prestigia Guedes e mais destaques

Equipe InfoMoney

Donald Trump (Foto: Drew Angerer/Getty Images)

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As bolsas mundiais caem nesta manhã, depois da notícia de que o presidente norte-americano, Donald Trump, está com coronavírus. As bolsas europeias recuam, assim como os índices futuros de Nova York, em meio às incertezas que foram adicionadas às eleições presidenciais nos Estados Unidos.

No Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que os juros voltarão a subir se o governo abrir mão do “arcabouço vigente”. Segundo a Folha de S.Paulo, a fala foi interpretada como um alerta contra o uso de precatórios e parte do Fundeb para financiar o programa Renda Cidadã.

De acordo com o Estadão, o impasse sobre o programa é tão grande que o governo cogita até mesmo voltar ao nome original, Renda Brasil. No momento, lideranças do Congresso querem retomar a articulação para montar o programa a partir de uma revisão dos benefícios atuais.

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Entre as empresas, o destaque é o aval dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Petrobras continue a vender ativos de refino e logísticos. Além disso, o Ministério Público pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) a abertura de uma investigação sobre indícios de irregularidades na gestão do Banco do Brasil. Já a Vale teve seu rating elevado pela agência de classificação de riscos Moody’s para Baa3, com perspectiva estável.

1. Bolsas mundiais

As bolsas mundiais operam em queda nesta manhã, após a notícia de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a primeira-dama testaram positivo para o novo coronavírus, a apenas um mês das eleições presidenciais.

Os dois fizeram exames para a covid-19 após a conselheira próxima do presidente, Hope Hicks, ser diagnosticada com o novo coronavírus. O presidente, que tem 74 anos, informou que vai iniciar uma quarentena.

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Na Europa, o índice Euro Stoxx cai 0,68%. O CAC, de Paris, recua 0,91% e o FTSE MIB, da Itália, registra queda de 0,51%, enquanto o FTSE 100, de Londres, perde 0,99%. O DAX, da Alemanha, cai 1,09%.

Os futuros de Nova York também recuam com a notícia sobre Trump: os do S&P 500 estão em queda de 1,58%, enquanto os do Dow Jones caem 1,48%. Os futuros da Nasdaq perdem 2,28%. Hoje, o mercado monitora os dados sobre o mercado de trabalho que serão divulgados mais tarde, nos Estados Unidos.

No Japão, o Nikkei 225 index caiu 0,67%, depois que a Bolsa de Tóquio retomou suas operações. Os mercados em Hong Kong, China e Coreia do Sul seguem fechados por causa de feriados locais.

*Veja o desempenho dos mercados, às 7h10 (horário de Brasília):

Nova York

*S&P 500 Futuro (EUA), -1,58%
*Nasdaq Futuro (EUA), -2,28%
*Dow Jones Futuro (EUA), -1,48%

Europa

*Dax (Alemanha), -1,01%
*FTSE 100 (Reino Unido), -0,94%
*CAC 40 (França), -0,83%
*FTSE MIB (Itália), -0,42%

Ásia

*Nikkei (Japão), -0,67% (fechado)

*Petróleo WTI, -4,18%, a US$ 37,10 o barril
*Petróleo Brent, -4,13%, a US$ 39,24 o barril

*Bitcoin, US$ 10.460,43, -4,09%

2. Agenda

Os investidores acompanham hoje a divulgação da produção industrial brasileira, às 9h. A indústria deve ter registrado alta de 3,8% em agosto na comparação mensal, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, após avanço de 8,0% na medição anterior. Na comparação anual, indicador deve exibir queda de 2,0%, mais suave do que o recuo de 3,0% no mês anterior.

Nos Estados Unidos, dados sobre a folha de pagamentos e números de desempregados também chamam atenção às 9h30, com a divulgação do payroll de setembro. A estimativa é de criação de 875 mil vagas, ante dado anterior de criação de 1,371 milhão de vagas. A expectativa é de que a taxa de desemprego passe de 8,4% para 8,2%, ant. 8,4%. Às 11h, serão revelados os dados de sentimento da Universidade de Michigan, além dos pedidos às fábricas e pedidos de bens duráveis de agosto.

3. Teto de gastos

Ontem, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que os juros voltarão a subir se o governo abrir mão do “arcabouço vigente”. Segundo a Folha de S.Paulo, a fala foi interpretada como um alerta contra o uso de precatórios e parte do Fundeb para financiar o programa Renda Cidadã. O presidente do BC fez a declaração durante um evento do banco JPMorgan.

Em uma sessão de perguntas e respostas, Campos Netto explicou que a manutenção do teto seria muito importante para a preservação do atual regime fiscal. Segundo participantes, o presidente do BC afirmou ainda que qualquer solução criativa seria interpretada como estouro do teto, de acordo com o jornal.

A criação do Renda Cidadã usando estas fontes de financiamento já havia sofrido forte oposição nos últimos dias. Com isso, a expectativa é que o governo só deve definir o lançamento do programa social depois das eleições municipais de novembro, de acordo com O Globo.

O impasse gira em torno da fonte de recursos para bancar o Renda Cidadã. Ontem. Segundo o jornal, a ala política do governo avalia a criação de um novo imposto vinculado ao programa social. Além disso, está em discussão uma revisão nas despesas da União para abrir espaço no teto de gastos públicos.

De acordo com o Estadão, o impasse sobre o programa é tão grande que o governo cogita até mesmo voltar ao nome original, Renda Brasil. No momento, lideranças do Congresso querem retomar a articulação para montar o programa a partir de uma revisão dos benefícios atuais.

Já o presidente Jair Bolsonaro afirmou na quinta-feira que “segue a linha do Paulo Guedes” e que o ministro tem a palavra final sobre a política econômica. A sinalização a Guedes ocorreu um dia depois do chefe da economia voltar atrás no anúncio do governo sobre o uso de precatórios para bancar um novo programa social ainda em análise.

“A nossa política é livre-mercado. Seguir a linha do Paulo Guedes”, disse em transmissão ao vivo nas redes sociais. A declaração sobre a política de mercado brasileira, foi feita após o presidente negar a possibilidade de tabelamento de preços por conta na alta de produtos, como ocorreu com arroz.

4. Cortes na educação

Outro destaque é a proposta do presidente Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional de corte de R$ 1,4 bilhão nos recursos do Ministério da Educação para acomodar gastos com obras e outras ações patrocinadas pelos parlamentares. A pasta recebeu o maior corte na proposta de remanejamento de R$ 6,118 bilhões, formalizada ontem.

Segundo o Estadão, o Ministério do Desenvolvimento Regional foi o maior beneficiado e deve receber R$ 2,3 bilhões. Outro R$ 1,06 bilhão ficará com a Infraestrutura. O restante será dividido entre Saúde, Minas e Energia e Agricultura. O remanejamento faz parte do acordo entre Bolsonaro e o Congresso para iniciar o plano Pró-Brasil.

Além disso, o presidente confirmou ontem a escolha do desembargador Kassio Nunes Marques, do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF-1), para assumir a vaga aberta na Corte com a aposentadoria de Celso de Mello, no próximo dia 13 de outubro.

As relações internacionais esquentaram ontem, depois que o presidente Bolsonaro afirmou que o Brasil precisa ter as Forças Armadas preparadas para proteger a Amazônia. Ele fez a declaração após comentar o debate entre Donald Trump e Joe Biden, candidatos à Presidência dos Estados Unidos. Bolsonaro é aliado de Trump e criticou a afirmação de Biden de que pode impor sanções ao Brasil caso seja eleito devido às queimadas na floresta amazônica, de acordo com a Folha.

A polêmica ocorre em meio a uma forte saída de recursos estrangeiros do país. De acordo com dados divulgados pela B3, o saldo negativo na bolsa de valores no ano até o dia 29 de setembro soma R$ 88,2 bilhões. O valor representa o dobro do registrado em todo o ano passado, quando os estrangeiros retiraram R$ 44,5 bilhões.

5. Radar corporativo

Entre as empresas, o destaque é o aval dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Petrobras continue a vender ativos de refino e logísticos. Além disso, o Ministério Público pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) a abertura de uma investigação sobre indícios de irregularidades na gestão do Banco do Brasil.

Já a Vale teve seu rating elevado pela agência de classificação de riscos Moody’s para Baa3, com perspectiva estável, citando melhorias observadas nas práticas ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança) da empresa.

A Telefônica Brasil aprovou a conversão de todas as suas ações preferenciais em ações ordinárias, na proporção de uma ON para uma PN, enquanto a Notre Dame Intermédica Participações comprou a Lifeday Planos de Saúde, por meio de sua subsidiária integral Clinipam, por R$ 70 milhões. Além disso, a Cielo vendeu 40,95% do capital social da Orizon para a Bradseg participações, por R$ 128,9 milhões.

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