Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta segunda-feira

SÃO PAULO – O Ibovespa encerrou na sexta-feira a terceira semana em alta, com ganhos acumulados nos últimos cinco pregões de 1,78%, após uma série de eventos positivos, como a expectativa de encontro entre líderes dos EUA e da China para discutir um acordo comercial e a aprovação do relatório da reforma da Previdência na […]

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa encerrou na sexta-feira a terceira semana em alta, com ganhos acumulados nos últimos cinco pregões de 1,78%, após uma série de eventos positivos, como a expectativa de encontro entre líderes dos EUA e da China para discutir um acordo comercial e a aprovação do relatório da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado.

Hoje, os futuros de Nova York operam em alta, mas o sentimento geral é de cautela nos mercados. Na China, os dados da balança comercial apontaram para uma retração acima do esperada das exportações, por conta da queda nos embarques aos Estados Unidos, em meio aos primeiros sinais mais concretos dos efeitos da guerra comercial.

No Brasil, as atenções se voltam, logo cedo, para o Boletim Focus do Banco Central, com a expectativa de novas projeções macroeconômicas. Na sexta-feira, o Bradesco reduziu sua previsão para a taxa básica de juros, a Selic, de 5% para 4,75% este ano, nível que deve seguir até o fim de 2020. Já para o Produto Interno Bruto (PIB) manteve a estimativa de 0,8% para este ano, mas reduziu de 2,2% para 1,9% para 2020.

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Já o jornal Valor Econômico traz entrevista com o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmando que pretende propor a privatização de todas as empresas estatais, mas reforça que a decisão final é do Congresso. O ministro diz ainda que o próximo projeto de emenda à constituição a ser proposto será o do Pacto Federativo.

Destaque ainda para a operação do presidente Jair Bolsonaro, neste domingo, para a retirada de uma hérnia incisional, no quarto procedimento cirúrgico que se submeteu desde a facada sofrida durante a campanha eleitoral do ano passado. Segundo o Palácio do Planalto, Bolsonaro vai se licenciar por cinco dias, período em que o vice-presidente, Hamilton Mourão, assume o cargo de presidente.

Confirma os destaques desta segunda-feira:

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1. Bolsas Internacionais

Na Ásia, os mercados fecharam predominantemente em alta enquanto os investidores repercutem uma série de dados reportados pelas maiores economias do mundo. Nesta sessão, destaque para os dados comerciais da China, que trouxeram mais uma mostra do impacto da guerra comercial travada entre as duas maiores economias globais.

As exportações de agosto caíram 1%, ante expectativa de alta de 2%, segundo analistas consultados pela Reuters. Entre os principais parceiros, as vendas aos EUA recuaram 16% na comparação anual, enquanto as importações recuaram 22,4%.

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Já o superávit comercial chinês ficou em US$ 34,84 bilhões, ante um superávit de US$ 45,06 bilhões de julho. Os analistas consultados pela Reuters previam um superávit de US$ 43 bilhões para agosto.

Segundo a CNBC, a expectativa é de que os resultados comerciais possam levar Pequim a introduzir mais medidas de estímulo para sustentar sua economia.

Ainda sobre a China, as reservas internacionais da China avançaram em agosto ante julho, segundo PBoC, o BC chinês. O volume de reservas mostrou acréscimo de US$ 3,48 bilhões em agosto em relação ao mês anterior, a US$ 3,107 trilhões. O resultado do mês passado surpreendeu analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam queda de US$ 1 bilhão nas reservas.

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O regulador cambial chinês afirmou, em comunicado separado, que o aumento nas reservas aconteceu em decorrência de uma leve valorização do índice do dólar e de ganhos de preços em ativos de bônus de outros grandes países.

Na Europa, os mercados operam de forma cautelosa, à espera dos desdobramentos do Brexit. Enquanto isso, a produção industrial do Reino Unido teve alta marginal de 0,1% em julho ante junho. O resultado surpreendeu analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam estabilidade da produção.

Já na comparação anual, a indústria britânica reduziu sua produção em 0,9% em julho. Mas a projeção do mercado era de queda um pouco maior, de 1%.

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Ainda na Europa, a Alemanha registrou superávit comercial de 20,2 bilhões de euros em julho. Em relação a junho, quando o superávit foi de 16,8 bilhões de euros, o resultado cresceu 20,2%.

As exportações alemãs avançaram 0,7% em julho ante junho e 3,8% em relação a julho de 2018, para 115,2 bilhões de euros. Já as importações do país recuaram 1,5% ante o mês anterior e 0,9% na comparação anual, para 93,7 bilhões de euros. Após ajustes sazonais, a diferença totalizou 20,2 bilhões de euros.

Confira o desempenho do mercado, segundo cotação das 07h45 (horário de Brasília):

S&P 500 Futuro (EUA), +0,26%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,24%
Dow Jones Futuro (EUA), +0,22%
DAX (Alemanha), +0,37%
FTSE (Reino Unido), -0,37%
CAC-40 (França), -0,01%
FTSE MIB (Itália), -0,03%
Hang Seng (Hong Kong), -0,04% (fechado)
Xangai (China), +0,84% (fechado)
Nikkei (Japão), +0,56% (fechado)
Petróleo WTI, +0,50%, a US$ 56,80 o barril
Petróleo Brent, +0,42%, a US$ 61,80 o barril
Bitcoin, US$ 10.252,23, -2,38%
R$ 42.600, -1,16% (nas últimas 24 horas)
Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian subiam 1,79%, cotados a 655,50 iuanes, equivalentes a US$ 92,01 (nas últimas 24 horas).

 

 

2. Agenda Econômica

No Brasil, a FGV informa, às 8h00, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), enquanto às 8h25 o BC informa o Boletim Focus. À tarde, saem os dados semanais da balança comercial.

Nos Estados Unidos, às 16h00, serão publicados os de crédito ao consumidor. Já à noite, a China informa os índices de preços ao consumidor (CPI) e ao produtos (PPI) de agosto.

3. Noticiário Político

O presidente Jair Bolsonaro passou por cirurgia neste domingo, em procedimento que durou cerca de cinco horas. À tarde, ele se manifestou pelas redes sociais: “Mais uma cirurgia. Desta vez foram 5 horas, mas estamos bem. Obrigado a todos pelo apoio e orações! Obrigado Deus pela minha vida! Logo estarei de volta ao campo. Irruuu!”.

O cirurgião-chefe Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo disse que a cirurgia foi bem-sucedida e que o quadro era estável. Por orientação médica, as visitas estão restritas neste momento. Segundo ele, o presidente deverá receber alta médica em torno de cinco ou seis dias e estar apto a viajar em sete a dez dias, a partir deste domingo.

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Na política, o jornal O Estado de S.Paulo destaca que servidores públicos federais se movimentam contra uma reforma administrativa dura, como a prometida pelo governo Bolsonaro. A articulação é para evitar pontos como o fim da estabilidade e a redução salarial, que estão em estudo pela equipe econômica para desengessar o orçamento. Uma frente parlamentar com 241 congressistas foi formada para resistir à proposta.

Ainda sobre o orçamento, para 2020, o valor das emendas parlamentares subiu de R$ 10,7 bilhões para R$ 16,2 bilhões, segundo o Estadão. Como as emendas são de pagamento obrigatório, os ministérios da Saúde, Educação e o IBGE estão pedindo verbas aos parlamentares para que os seus programas não parem de funcionar por falta de recursos.

O governo estuda ainda transferir para Estados e municípios a gestão do Salário-Educação, contribuição social paga por empresas para o financiamento de 12 programas ligados ao ensino básico. A saída deste R$ 9,3 bilhões da contabilidade federal abriria espaço no teto dos gastos para outros itens, como custeio da máquina e investimentos no orçamento, diz o Estadão.

Sobre a indicação do novo Procurador-Geral da República, Augusto Aras, o Estadão destaca que dos 24 integrantes da CCJ do Senado, apenas dois declararam que não pretendem dar o seu aval ao nome indicador por Bolsonaro. Segundo a publicação, seis declararam apoio, 10 não quiseram responder e seis não têm opinião.

Já o jornal Folha de S. Paulo traz novos diálogos de conversas obtidas pelo site The Intercept. Segundo a publicação, diálogos sobre o ex-presidente Lula, gravados pela Polícia Federal, em 2016 e mantidas em sigilo desde então, enfraqueceriam a tese do ex-juiz e atual ministro Sergio Moro para justificar sua decisão mais polêmica, à frente da Lava Jato, que foi liberar o áudio da ex-presidente Dilma Rousseff referente à nomeação de Lula à Casa Civil.

Segundo a reportagem, outras ligações também gravadas pela polícia no mesmo dia, punham em xeque a hipótese de que a nomeação teria sido feita com o propósito de travar as investigações, contra o ex-presidente Lula, em Curitiba. De acordo com a Folha, 22 outros resumos de conversas grampeadas de Lula com políticos, sindicalistas e Michel Temer, apontam que ele relutou em aceitar a Casa Civil e que só aceitou após sofrer pressões de aliados.

O ex-presidente Lula também estava empenhado, de acordo com o material obtido pela Folha, em buscar uma reaproximação com Temer e o MDB. Embora os registros mostrassem que os policiais acompanhavam todas as conversas de Lula, o telefonema de Dilma foi o único que a PF anexou aos autos da investigação.

4. Noticiário Econômico

O ministro Paulo Guedes destacou em entrevista ao jornal Valor Econômico que o governo vai dar na direção de uma nova política fiscal e uma nova federação. “Vamos desindexar, desvincular e desobrigar todas as despesas de todos os entes federativos”, disse, acrescentando que o governo está “mexendo em tudo ao mesmo tempo. É uma transformação sistêmica”.

Segundo o ministro, o novo pacto federativo tem várias dimensões, cujas partes serão levadas ao Senado. De um lado há a reforma tributária, que vai complementar o Imposto sobre Transações Financeiras, o IVA-Dual e a redução de alíquotas de Imposto de Renda; enquanto de outro lado se aposta nas privatizações – cujo objetivo de governo é ter seu tempo de execução reduzido.

Guedes confirmou na sexta-feira que a equipe econômica trabalha num pacote de incentivo à geração de empregos, mas disse que as medidas serão anunciadas “bem para a frente”. Elaboradas pelas secretarias especiais de Trabalho e Produtividades, as ações aguardam o aval de Guedes para serem levadas ao presidente Jair Bolsonaro.

Entre as medidas estão a desoneração da folha de salários dos trabalhadores mais jovens e a liberação de até R$ 65 bilhões do estoque de depósitos recursais que as empresas depositaram em juízo para recorrer de sentenças trabalhistas.

5. Noticiário Corporativo

A Petrobras informou que a Corte de Apelações do Segundo Circuito confirmou a decisão que aprovou o acordo para encerrar a Class Action nos Estados Unidos. “A partir de hoje (sexta-feira), o acordo não está mais sujeito a qualquer recurso, tornando-se definitivo”, afirmou. O acordo não constitui admissão de culpa ou de prática de atos irregulares pela Petrobras, diz a empresa, já que autoridades brasileiras a julgaram como vítima dos fatos revelados pela Operação Lava-Jato.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender a privatização da Petrobras, mas disse nesta sexta-feira que o assunto é “mais complexo” e será visto “mais à frente”. “Por mim, acho que devemos privatizar todas as estatais”, afirmou Guedes, ressaltando que os “monopólios” da Petrobras atrasaram a exploração e produção de petróleo no País.

Já a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombústiveis (ANP) publicou nesta sexta-feira, em edição extra, o edital do megaleilão de óleo excedente da cessão onerosa. Os modelos de contrato da rodada de licitações, que será realizada sob regime de partilha, também foram publicados.

O leilão está marcado para o dia 6 de novembro. Para ter direito a explorar as áreas de Atapu, Sépia, Búzios e Itapu, na Bacia de Santos, que possuem entre 6 bilhões e 15 bilhões de barris, as empresas interessadas deverão pagar um bônus de outorga de R$ 106,5 bilhões.

O Banco do Brasil e o banco suíço UBS avançaram nas negociações para constituir uma joint venture no segmento de banco de investimento, diz o Estadão. Sexta à noite, o BB publicou comunicado informando que analisa alternativas para incrementar sua atuação no mercado de capitais, o que pode incluir a reorganização da estrutura de banco de investimento, com uma parceria complementar.

O BB não mencionou o UBS. A conclusão da parceria entre ambos, porém, é esperada para breve, de acordo com fontes, que falaram na condição de anonimato.

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)