Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta segunda-feira

Bolsas mundiais oscilam após alta de sexta-feira; nova alta do minério, semana intensa de resultados e mais destaques

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – A sessão é de maior cautela para os principais índices mundiais nesta segunda-feira (10), depois dos índices dos EUA terem registrado novos recordes na sessão da última sexta-feira (7) na esteira de dados mais fracos do mercado de trabalho no país terem reduzido a preocupações em torno de um aumento nos juros.

Por aqui, o noticiário corporativo é movimentado. Em destaque, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou na sexta-feira que vendeu 56 milhões de ações preferenciais da Usiminas, reduzindo sua fatia para 10,07% desta classe de papéis. Na temporada de balanços,  Direcional, Log-In, Lojas Marisa, Mitre Realty, Intelbras, Aura Minerals, Blau Farmacêutica, Itaúsa e Petz divulgam resultados após o fechamento do mercado.

Na semana, o principal resultado divulgado será da Petrobras, mas também estão previstos relatórios trimestrais de grandes empresas, como Telefônica Brasil, Suzano, JBS, Natura e Magazine Luiza. Confira no que ficar de olho:

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1. Bolsas mundiais

Na semana passada, os índices S&P e Dow Jones atingiram patamares recordes na sexta-feira. O desempenho positivo no final da semana ocorreu em meio a um relatório de emprego mais fraco do que o esperado, relativo a abril, com as ações de crescimento de grande capitalização levando a uma recuperação no índice Nasdaq depois dos números aliviarem preocupações em torno de um aumento nos juros.

Naquele mês, empregadores dos EUA adicionaram 266 mil folhas de pagamento líquidas. A expectativa de analistas ouvidos pela Dow Jones era de 1 milhão de adições.

Além disso, no final de semana um ataque hacker forçou a paralisação do maior duto de transporte de combustível dos Estados Unidos, o Colonial Pipeline, que opera um sistema de 5.500 milhas.

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A empresa afirmou que foi forçada a paralisar o transporte de combustível da Costa do Golfo à área metropolitana de Nova York após derrubar certos sistemas para conter a ameaça. Ainda não está clara a extensão do ataque ou sua duração.

Os índices futuros americanos têm desempenhos variados entre si. O Dow Futuro sobe 82 pontos, enquanto que o S&P Futuro e o Nasdaq Futuro têm leves quedas.

As bolsas asiáticas tiveram em sua maioria altas na segunda-feira: o índice Kospi, da Coreia do Sul, foi um dos maiores ganhadores, com alta de 1,63%.

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No Japão, o índice Nikkei subiu 0,55%, enquanto que o Topix subiu 0,99%. Na China continental, o Shanghai composto subiu 0,27%, enquanto que o índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,3%.

As bolsas europeias têm desempenhos variados entre si nesta segunda de manhã. O índice Eurostoxx, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, se mantém estável. O setor de recursos básicos tem alta de 2,3%, enquanto que o de lazer cai 1,3%.

O destaque entre as commodities fica novamente para o minério de ferro, cujo contrato futuro disparou 10% na Bolsa de Dalian (confira o impacto da alta no resultado das empresas e o cenário para ela clicando aqui e aqui).

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Veja o desempenho dos principais indicadores às 7h30 (horário de Brasília):
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,05%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,3%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,27%
Europa
*Dax (Alemanha), -0,27%
*FTSE 100 (Reino Unido), +0,1%
*CAC 40 (França), -0,25%
*FTSE MIB (Itália), +0,22%
Ásia
*Nikkei (Japão), +0,55% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), -0,05% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +1,63% (fechado)
*Shanghai SE (China), +0,27% (fechado)
Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, +0,54%, a US$ 65,25 o barril
*Petróleo Brent, +0,67% a US$ 68,74 o barril
*Bitcoin, -0,69%, a US$ 57.973,52
**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com alta de 10%, cotados a 1326 iuanes, equivalente hoje a US$ 206,75 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,41

2. Agenda

Às 8h25 foi divulgado o Boletim Focus do Banco Central, com a expectativa de analistas sobre a variação de índices importantes, como taxa de juros, câmbio, inflação e PIB.

Os economistas do mercado financeiro elevaram suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021. De uma expectativa mediana de 3,14% de crescimento na semana passada, agora há uma estimativa de expansão de 3,21% para a atividade econômica este ano. Para 2022, as projeções oscilaram de avanço de 2,31% para 2,33% no PIB.

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Já em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) as projeções oscilaram de 5,04% para 5,06% em 2021, mas se mantiveram em 3,61% para 2022.

A previsão para o dólar, por sua vez, é de que a moeda dos EUA encerre o ano valendo R$ 5,35, valor menor que os R$ 5,40 estimados na semana anterior. Em 2022 espera-se que o dólar termine o ano em R$ 5,40.

Por fim, a mediana das expectativas para a taxa básica de juros, Selic, continuou em 5,50% ao ano para 2021 e em 6,25% ao ano para 2022.

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Às 20h são divulgados dados sobre variação de emprego no Reino Unido.

Às 22h30 é divulgada a inflação medida pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor) na China.

3. CPI da Covid

No domingo (9), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 2.092, queda de 15% em comparação com o patamar de 14 dias antes, e a menor média desde 17 de março. Em apenas um dia foram registradas 934 mortes.

As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias estaduais de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 h.

A média móvel de novos casos em sete dias foi de 61.177, alta de 9% em relação ao patamar de 14 dias antes. Assim, o país rompe a trajetória de queda de novos casos que vinha sendo observada nos últimos dias. Em apenas um dia foram registrados 31.591 casos.

35.327.845 pessoas receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 16,68% da população. A segunda dose foi aplicada em 17.744.038 pessoas, ou 8,38% da população.

Nesta semana começa a distribuição de um lote de 1,1 milhão de doses de vacinas da Pfizer. A primeira dose deverá ser usada nas capitais para vacinar pessoas com comorbidades, mulheres grávidas e que tiveram bebê recentemente.

Na sexta, o governo brasileiro afirmou que ainda não tem a confirmação da data de embarque da China para o Brasil de um novo lote do IFA (insumo farmacêutico ativo) da vacina CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica Chinovac e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan. A informação foi divulgada pelo secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz.

Na semana passada tanto o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, insinuaram que o vírus teria sido criado propositalmente pela China. Bolsonaro chegou a afirmar que o vírus seria parte de uma “guerra bacteriológica”. Na quinta, Dimas Covas, presidente do Butantan, afirmou que a postura do governo Bolsonaro pode estar atrasando o envio de insumos pela China.

Em entrevista coletiva, o secretário do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, afirmou: “A gente está sempre conversando, quer seja com a embaixada brasileira em Pequim, quer seja com o embaixador chinês aqui no Brasil sempre com o objetivo de garantir que esse IFA chegue ao país”. “Não temos ainda a confirmação de embarque do IFA”, acrescentou.

Rodrigo Cruz afirmou que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reuniu-se com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, para tratar do envio do IFA para o envase do imunizante pelo Instituto Butantan.

Segundo o presidente do Butantan, Dimas Covas, instituto já envasou todo IFA da CoronaVac que tinha disponível e agora espera pela chegada de um novo lote de matéria-prima, esperado para o dia 18 deste mês, no máximo.

“O IFA que estava disponível foi processado na primeira fase que é o envase. Ele continua no controle de qualidade até a liberação”, afirmou Covas em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, ao qual o Butantan é vinculado.

Até o momento o Butantan entregou 43 milhões de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde. O contrato do instituto com a pasta prevê 100 milhões de doses da vacina até o final de setembro.

Além disso, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirmou na sexta-feira que documentos adicionais enviados pelos governos de Bahia, Maranhão e Sergipe para apoiar o pedido de autorização para importação da vacina russa contra Covid-19 Sputnik V são insuficientes. Assim, a agência segue aguardando os esclarecimentos necessários para realizar uma nova análise do imunizante.

“Após avaliação, verificou-se que os novos documentos apresentados não cumprem o requisito alusivo à apresentação do relatório técnico de análise da autoridade sanitária estrangeira”, disse a Anvisa em nota. Na semana retrasada, a agência havia rejeitado o pedido de governos estaduais para importar a Sputnik V.

Os desenvolvedores russos da vacina, assim como os Estados brasileiros que buscam a importação, negam que haja qualquer problema com a Sputnik V, que já está em aplicação em diversos países.
Na terça-feira, a CPI da Covid no Senado terá continuidade. Os senadores pretendem questionar por que o governo Bolsonaro não aceitou 70 milhões de doses de imunizantes oferecidas em agosto de 2020 pela Pfizer, que poderiam ter adiantado a vacinação e reduzido o patamar de mortes.

Na terça falará o diretor da Anvisa, Antonio Barra Torres. Na quarta (12), o ex-secretário de comunicação, Fábio Wajngarten, que vem culpando o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, pelo fracasso das negociações. Na quinta haverá o depoimento dos representantes da Pfizer. Pazuello deve falar no dia 19.

4. Economia, ministro evangélico cotado para o STF e voto impresso

Segundo reportagem do jornal Valor Econômico, a alta dos preços de commodities deve ampliar de 40% para 45% a participação das cadeias de commodities sobre o Produto Interno Bruto, considerando da extração até serviços finais. Mas, segundo analistas, a retomada da economia como um todo em 2021 ainda depende de fatores como o ritmo de vacinação, que determinará a reabertura da economia.

Ainda causa preocupação a inflação, impulsionada pelo câmbio desvalorizado, e o quadro fiscal.

Além disso, no sábado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a afirmar que nomeará um nome “terrivelmente evangélico” para a cadeira no Supremo Tribunal Federal que ficará vaga em julho com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello.

A um grupo de apoiadores evangélicos no Palácio da Alvorada, Bolsonaro voltou também a defender a hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19. O remédio, indicado para malária e doenças autoimunes, já se mostrou ineficaz contra a Covid-19 em estudo científico.

“Quem indica vagas pro Supremo Tribunal Federal passa por mim. A palavra final não é minha, é do Senado, tem uma sabatina lá. Mas vocês sabem que o dia 5 de julho, 4 de julho, vai ter um terrivelmente evangélico”, disse Bolsonaro na conversa, transmitida ao vivo em sua conta no Facebook.

“Tem um cotado aí, por enquanto é ele, mas não tá batido o martelo ainda”, disse o presidente.
Um dos nomes cotados para ser nomeado por Bolsonaro a uma vaga na corte é o do ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, André Mendonça, que também é pastor da Igreja Presbiteriana Esperança em Brasília.

Sem usar máscara, o presidente Jair Bolsonaro voltou a provocar aglomerações no domingo. Ao lado do ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, voltou a defender o voto impresso e a afirmar que o Exército não irá às ruas para cumprir medidas de restrição contra o coronavírus. Novamente, referiu-se à instituição como “meu Exército”.

“Com toda certeza nós aprovaremos isso no Parlamento e teremos uma maneira de auditar o voto por ocasião das eleições de 2022”, disse Bolsonaro, que fez um passeio de motocicleta por Brasília, junto a dezenas de pessoas. Ao contrário das afirmações do presidente, e como já esclareceu o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a votação eletrônica existente no Brasil é auditável.

Já o jornal O Estado de S. Paulo destaca que o esquema de um orçamento secreto montado pelo presidente Jair Bolsonaro para garantir apoio no Congresso atropela a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e posições assumidas por ele na campanha e já no exercício do mandato. Na liberação sigilosa de R$ 3 bilhões para serviços de obras e compras de tratores e máquinas agrícolas indicados por um grupo escolhido a dedo de deputados e senadores, no final ano passado, o governo atropelou ao menos três exigências da legislação.

No que tange à LDO de 2020, as autorizações de repasses de recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional deixaram de estabelecer critérios para definição das localidades beneficiadas e não apresentaram indicadores socioeconômicos ao distribuir os recursos. Além disso, não priorizaram a continuidade de obras iniciadas.

5. Radar corporativo

A M. Dias Branco registrou lucro líquido de R$ 15 milhões no primeiro trimestre de 2021, forte queda de 89% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a chegada da pandemia da Covid-19 gerou uma corrida por produtos no varejo. Neste ano, o aumento de custos relacionado à valorização do dólar ante o real e aos preços de alguns de seus principais insumos, como o trigo, pressionou as margens da empresa.

A Gol informou que a demanda por seus voos em abril foi 36% menor do que em março, para 739 mil assentos, com os setor aéreo sendo afetado por uma segunda onda de infecções pela Covid-19 no Brasil.

A petroleira brasileira PetroRio produziu em abril 31,55 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d), queda de 6,4% ante março, com impacto de paradas para manutenção.

Já a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou na sexta-feira que vendeu 56 milhões de ações preferenciais da Usiminas, reduzindo sua fatia para 10,07% desta classe de papéis.

O grupo hospitalar Rede D’Or anunciou na sexta que fechou acordo por meio do qual terá 20 de seus hospitais e um centro oncológico para atender clientes de plano de saúde da Amil. Segundo fato relevante, as unidades da Rede D’Or passarão a atender cerca de 1,3 milhão de beneficiários da Amil do Distrito Federal e dos Estados de Rio de Janeiro e São Paulo a partir de 10 de maio.

Confira a agenda corporativa prevista para a semana:

(com Reuters, Bloomberg e Estadão Conteúdo)

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