Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta segunda-feira

Bolsas mundiais sobem com sinais de abrandamento da pandemia do coronavírus; petróleo cai após Opep+ adiar reunião

Equipe InfoMoney

Enfermeiros preparam o Hospital de Verduno, na Itália, para receber os pacientes infectados com o coronavírus (covid-19) (MARCO ALPOZZI/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO)

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Os mercados iniciam a semana com um viés positivo, após a Espanha e a Itália terem comunicado que as infecções e mortes pelo coronavírus desaceleraram no final de semana e na manhã de hoje. Isto significa que as medidas de quarentena adotadas pelos governos estão funcionando para conter a epidemia. As bolsas europeias abriram em alta sólida e os futuros de Nova York avançam em terreno positivo.

Embora a reunião da Opep+ tenha sido adiada de hoje para a quinta-feira, a Russia emitiu sinais de que está pronta para cortar a produção de petróleo, informa a CNBC. No Brasil, o Banco Central divulga na manhã de hoje o boletim Focus. No noticiário corporativo, destaque para as medidas da Gerdau para conter o impacto econômico da epidemia, com o desligamento do alto-forno da usina de Ouro Branco (MG). A Anfavea divulga na manhã de hoje a produção, vendas e exportações de carros novos em março. A expectativa é de queda.

1.Bolsas mundiais

As bolsas de valores da Europa abriram em alta forte nesta segunda-feira com as informações de que os contágios e as mortes pelo coronavírus desaceleraram na Espanha e na Itália no final de semana.

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As bolsas da Ásia fecharam em alta, com exceção da China, onde os mercados não funcionaram porque é feriado.

Em Nova York, os futuros avançam e indicam uma abertura sólida nos três principais índices da NYSE. “Os dados deste final de semana e de hoje confirmam que as infecções desaceleraram” disse o ministro da Saúde da Espanha, Salvador Illa, à CNBC. “Os dados indicam que a quarentena está funcionando”, afirmou o ministro espanhol.

A Itália registrou no domingo 525 mortes pelo coronavírus, menor número diário de óbitos desde 19 de março, quando a epidemia explodiu na Lombardia.

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Os futuros do petróleo estão em baixa porque a reunião da Opep+ foi adiada de hoje para a quinta-feira, mas a Rússia está “muito próxima” a um acordo com a Arábia Saudita para cortar a produção diária, afirmou hoje à CNBC o executivo-chefe do fundo soberano russo RDIF, Kirill Dmitriev.

Veja o desempenho dos mercados, às 7h27 (horário de Brasília):

Nova York
*S&P 500 Futuro (EUA), +3,99%
*Nasdaq Futuro (EUA), +4,21%
*Dow Jones Futuro (EUA), +3,92%

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Europa
*Dax (Alemanha), +4,27%
*FTSE (Reino Unido), +2,00%
*CAC 40 (França), +3,33%
*FTSE MIB (Itália), +2,92%

Ásia
*Nikkei (Japão), +4,24% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +3,85% (fechado)
*Hang Seng (Hong Kong), +2,21% (fechado)
*Xangai (China), Feriado – sem pregão

*Petróleo WTI, -2,82%, a US$ 27,79 o barril
*Petróleo Brent, -2,70%, a US$ 33,19 o barril

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**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em alta de 1,43%, cotados a 568.000 iuanes em 3 de abril, equivalentes a US$ 80,08 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,0922 (+0,04%)

*Bitcoin, US$ 7.134,23 +5,10%

2. Agenda de indicadores

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou na manhã de hoje o IGP-DI de março. O índice teve alta de 1,64% em março, após um avanço de 0,01% em fevereiro. Com o resultado, o IGP-DI acumulou uma elevação de 1,75% no ano.

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Já o Banco Central publicou às 8h25 a pesquisa Focus com o mercado. O mercado financeiro passa a estimar retração de 1,18% no PIB em 2020, ante queda de 0,48% na pesquisa anterior. Os economistas analistas passaram a projetar um corte maior, de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, para 3,25% ao ano, no começo de maio. A previsão é que a taxa permaneça nesse patamar até o fim de 2020.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou a produção, vendas e exportações de veículos novos em março. Os números da Anfavea acabam por confirmar a queda no mercado automotivo no mês passado, já detectada pela Fenabrave. A produção de veículos caiu 7% na comparação mensal e 21% na base anual, enquanto as vendas caíram 18,6% na base mensal e 21,8% na comparação com igual período do ano passado.

Já o Banco Central chama leilão repo com títulos soberanos das 10h às 14h. Sobre o câmbio, Roberto Campos Neto, presidente do BC, destacou que não tem como meta um preço específico para câmbio, conforme afirmou em live realizada pela XP Investimentos. A fala de Campos vem após dólar superar novo recorde na sexta, mesmo com leilão de dólar à vista pelo BC.

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3. Política

No radar político, em conversa com partidários em frente do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro disse que “algo subiu na cabeça” de integrantes do seu governo, mas que “a hora deles vai chegar”, reporta o jornal O Estado de S. Paulo. “A minha caneta funciona”, afirmou o mandatário, sem mencionar nomes. Na semana passada Bolsonaro criticou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, com quem mantém divergências quanto ao combate da epidemia do coronavírus no Brasil.

Destaque ainda para a pesquisa Datafolha. Apesar da perda de popularidade diante da crise envolvendo a pandemia do novo coronavírus, a renúncia do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é rejeitada por 59% dos brasileiros, enquanto 37% desejam que isso aconteça e 4% não têm posição a respeito.

É o que mostra pesquisa com 1.511 entrevistados, realizada por telefone entre 1º e 3 de abril. Segundo o levantamento, apenas 33% dos ouvidos consideram a gestão da crise sanitária por Bolsonaro. Ainda assim, 52% acreditam que ele tem condições de seguir liderando o país. Outros 44% dizem que o presidente perdeu tais condições. A margem máxima de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para cima ou para baixo (veja mais clicando aqui).

4. Propostas para atenuar efeitos da pandemia

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou na sexta a chamada PEC do “orçamento de guerra” (PEC 10/20), que permite a separação do orçamento e dos gastos realizados para o combate à pandemia de coronavírus do orçamento geral da União.

A proposta, de autoria do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e outros nove deputados de vários partidos, é a primeira a ser aprovada com o Sistema de Deliberação Remota (SDR) e precisa ser votada ainda pelo Senado. As regras terão vigência durante o estado de calamidade pública, e os atos de gestão praticados desde 20 de março de 2020 serão convalidados.

A intenção da proposta é criar um regime extraordinário para facilitar a execução do orçamento relacionado às medidas emergenciais, afastando possíveis problemas jurídicos para os servidores que processam as decisões sobre a execução orçamentária.

Uma das propostas do governo para combater a crise econômica provocada pela epidemia é a compra direta, pelo Banco Central, de carteiras de crédito e títulos das empresas.

O objetivo é fazer chegar à economia os recursos liberados por Brasília e evitar o “empoçamento” do dinheiro, permitindo aos empresários o acesso aos estímulos, informa o jornal O Estado de S. Paulo. Na avaliação do ministro da Economia, Paulo Guedes, os recursos estão “empoçados” no sistema financeiro.

A compra direta é usada por outros bancos centrais do mundo, como o Federal Reserve dos Estados Unidos. O recurso permite que o Banco Central injete dinheiro no mercado sem precisar de intermediários.

5. Noticiário corporativo 

A siderúrgica Gerdau informou que abafará o alto-forno 2 da usina de Ouro Branco (MG), como parte das suas medidas para conter o impacto da crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19. Além disso, ocorrerão paralisias em abril nas aciarias e laminações de aços longos no Brasil e nos Estados Unidos.

Já a petroquímica Braskem adiou a realização da sua assembleia geral ordinária e a publicação do balanço de 2019. A Braskem publicou apenas um press-release na noite da sexta-feira, no qual informou prejuízo de R$ 2,9 bilhões no quarto trimestre de 2019. A petroquímica informará ao mercado uma data para a nova assembleia e divulgação do balanço consolidado.

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(Com Agência Brasil, Agência Câmara e Agência Estado)