Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado na volta do feriado de Carnaval

Bolsas mundiais têm sessão de cautela; investidores reagem à alta dos ADRs brasileiros na véspera e mais destaques do noticiário

Equipe InfoMoney

(Foto: Getty Images)

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SÃO PAULO – A sessão da volta do feriado na B3 é de pregão reduzido, com a Bolsa brasileira só abrindo às 13h (horário de Brasília) em função da quarta-feira de Cinzas, mas o noticiário é movimentado.

Na véspera, o índice de ADRs Brazil Titans teve alta de 1,46% na Bolsa de Nova York, apesar dos principais índices americanos terem perdido força na reta final na sessão da véspera, em meio à alta do rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA. Vale destacar que, na segunda-feira, também foi feriado nos EUA e as bolsas por lá não abriram. Já nesta sessão, a agenda é movimentada, com dados de produção industrial e ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve.

Por aqui, atenção para duas estreias na B3, de Orizon e Eletromidia enquanto que, no noticiário político, os investidores seguem de olho no auxílio emergencial, ainda que não tenha havido falas oficiais sobre o tema durante o feriado. Confira os destaques:

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1. Bolsas mundiais

As bolsas europeias e os índices futuros americanos têm quedas nesta quarta-feira (17), após a alta nos juros dos títulos de longo prazo do Tesouro dos Estados Unidos.

Os juros de títulos de dez anos do Tesouro americano subiram 0,09 ponto percentual, atingindo 1,3% -um nível que não era visto desde fevereiro de 2020. A taxa de 30 anos também atingiu o seu nível mais alto em um ano.

Nas operações de overnight, o índice S&P fechou em queda de 0,1%; o Nasdaq caiu 0,3% e o Dow Jones teve alta de 64,35 pontos, atingindo o recorde de 31.522,75 pontos.

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Em uma nota reproduzida pela rede americana CNBC, o estrategista do National Australia Bank escreveu que: “A alta nos juros foi impulsionada por preocupações inflacionárias crescentes, em meio a uma alta nos preços da energia, e a perspectiva de um grande estímulo fiscal nos Estados Unidos, e a recuperação global entrando em um estágio mais sólido, com a vacinação levando à reabertura das economias”. A alta nos juros está relacionada, portanto, à expectativa de maior estabilidade de economias importantes.

Alguns analistas acreditam que taxas de juros mais altas dos títulos de longo prazo do Tesouro americano podem levar investidores a migrarem das ações para títulos públicos, pressionando algumas áreas do mercado, incluindo tecnologia, que tem se beneficiado do ambiente de baixa taxa de juros.

Em paralelo, parlamentares democratas americanos pretendem aprovar o pacote de estímulo de US$ 1,9 trilhão em resposta à pandemia de Covid antes do final de fevereiro.

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Investidores também acompanham o desempenho das criptomoedas nesta quarta, após a Bitcoin superar a marca dos US$ 50 mil pela primeira vez na terça (17), dando continuidade à sua valorização para níveis recordes.

Na terça foram divulgados dados indicando inflação de 0,7% no Reino Unido em termos anuais, acima do esperado. O índice é impulsionado por preços dos alimentos mais altos e menos descontos de artigos domésticos. A meta do Reino Unido para o ano é de atingir inflação de 2%, e deve ser pressionada à medida que consumidores começam a gastar economias de 125 bilhões de libras esterlinas adicionais, feitas pelos britânicos durante os lockdowns, que limitaram a capacidade da população de gastar.

As ações na Ásia fecharam em baixa na quarta, seguindo a queda nos mercados americanos no overnight. Investidores acompanham os dados sobre a alta recente de juros de títulos do Tesouro americano. As bolsas continuaram fechadas na China continental como parte do feriado do Ano Novo Lunar.

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As exportações do Japão subiram 6,4% em janeiro, em comparação com um ano antes, segundo dados divulgados na quarta pelo Ministério da Finança do país.

Veja os principais indicadores às 7h (horário de Brasília):

Estados Unidos
*S&P 500 Futuro (EUA), -0,06%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,18%
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,01%
Europa
*Dax (Alemanha), -0,61%
*FTSE 100 (Reino Unido), -0,21%
*CAC 40 (França), -0,04%
*FTSE MIB (Itália), -0,5%
Ásia
*Nikkei (Japão), -0,58% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +1,1% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -0,93% (fechado)
*Shanghai SE (China), não abriu
Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, +0,75%, a US$ 60,5 o barril
*Petróleo Brent, +0,99%, a US$ 63,98 o barril
*Bitcoin, +5,19%, a US$ 51.257,39

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2. Agenda desta sessão e reação dos ADRs na terça-feira

Às 4h foram divulgados dados sobre licenciamento de carros novos em janeiro, em diversas economias europeias.
Às 7h, foram divulgados dados sobre a produção no setor de construção em dezembro na Zona do Euro, que teve queda de 3,67% na comparação anual. O indicador anterior tivera queda de 1,41%.

Às 9h, a Associação de Banqueiros Hipotecários dos Estados Unidos divulga dados sobre solicitações de empréstimos hipotecários nos Estados Unidos na semana encerrada em 12 de fevereiro. Às 10h30 são divulgados dados sobre a demanda medida pelo Índice de Preços ao Produtor nos Estados Unidos em janeiro. No mesmo horário, são divulgados dados sobre vendas no varejo avançado, também relativos a janeiro nos Estados Unidos.

Às 11h15, o presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren, participa de um painel. No mesmo horário são divulgados dados sobre utilização da capacidade e produção industrial nos Estados Unidos, também relativos a janeiro. Às 12h são divulgados dados sobre estoques de empresas em janeiro nos Estados Unidos. No mesmo horário é divulgado o índice do mercado habitacional NAHB, relativo a fevereiro. Às 16h é divulgada a minuta da reunião do Fomc, do Federal Reserve.

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Às 12h é divulgado o Boletim Focus do Banco Central, com a expectativa de analistas sobre índices importantes no Brasil, como taxa de juros, câmbio e PIB no Brasil em janeiro. Às 14h30 o Banco Central divulga dados sobre o fluxo monetário semanal. Às 15h é divulgada a balança comercial brasileira, relativa à semana de 14 de fevereiro.

Vale destacar que os ADRs, na prática as ações de empresas brasileiras negociadas na bolsa de Nova York, fecharam em alta na terça-feira (16), em que a B3 ficou fechada. Na terça, o índice Dow Jones Brazil Titans subiu 1,46% a 19.016 pontos e o ETF (um tipo de fundo passivo negociado em bolsa) EWZ iShares MSCI Brazil Capped registrou alta de 0,56% a US$ 36,23.

Dentre os principais ADRs brasileiros, Petrobras avançou 1,42% a US$ 10,70, Vale teve ganhos de 3,03% a US$ 18,03, Itaú Unibanco registrou leve ganho de 0,19% a US$ 5,18 e Bradesco teve alta de 0,64% a US$ 4,72.

O dia positivo para os ADRs de empresas ligadas a commodities refletiu a valorização dessas mercadorias no âmbito internacional. Segundo a Reuters, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) devem aliviar as restrições à oferta devido ao aumento dos preços desde abril do ano passado, mas qualquer incremento será modesto, pois a dificuldade em se combater a pandemia de coronavírus segue como uma fonte de preocupação para os países que são membros do bloco.

3. Prisão de deputado

A Polícia Federal prendeu na noite de terça (16) o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) em flagrante. Silveira divulgou um vídeo no qual faz apologia ao AI-5 (Ato Institucional número 5), instrumento de repressão da ditadura militar editado no governo do general Costa e Silva em 1968, que fechou o Congresso e todas as Assembleias Legislativas dos estados, caçou o mandato de parlamentares e deu poder aos governadores e ao presidente de assumirem as funções do Legislativo.

O AI-5 ampliou o poder de perseguição da ditadura, estabelecendo a censura prévia, a ilegalidade de reuniões políticas não autorizadas pela polícia e a suspensão de direitos políticos de cidadãos considerados subversivos, entre outros pontos.
Silveira também defendeu o fechamento do STF (Supremo Tribunal Federal), o que é inconstitucional. O parlamentar atacou seis ministros do Supremo: Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Dias Toffoli e Alexandre de Moraes, que determinou a prisão de Silveira. O deputado foi preso no fim da noite em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro.

Silveira ganhou notoriedade em 2018 ao quebrar uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) durante sua campanha. Antes da prisão, divulgou um novo vídeo no qual afirmou que Moraes estaria “entrando numa queda de braço” que não poderia vencer.

“Você acha que vai me assustar e me calar? Eu vou colocar um por um de vocês em seus devidos lugares”, afirmou. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a prisão foi determinada no âmbito do inquérito sigiloso que apura ameaças, ofensas e fake news disparadas contra ministros do Supremo e seus familiares.

Como se trata da prisão de um parlamentar, a decisão deve passar pelo crivo da Câmara dos Deputados. De acordo com o Estadão, Moraes entrou em contato com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), logo após assinar a decisão.

Eleito com apoio do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o presidente da Casa, afirma que vai conduzir a análise da prisão de Silveira com “serenidade e consciência” de suas responsabilidades. Lira publicou no Twitter que “Para isso [lidar com a prisão de Silveira], irei me guiar pela única bússola legítima no regime democrático: a Constituição. E pelo único meio civilizado de exercício da democracia, o diálogo e o respeito à opinião majoritária da instituição que represento”.

De acordo com o portal UOL, o vice-presidente do PSL, deputado Júnior Bozzella (SP) pretende encaminhar um requerimento pedindo a expulsão de Daniel Silveira do partido, pelo qual o presidente Jair Bolsonaro foi eleito.

“Enquanto deputado e dirigente partidário, me sinto envergonhado de assistir o nível de desequilíbrio e irresponsabilidade de alguns parlamentares (…) Precisamos deixar claro para a sociedade brasileira que a atitude de alguns criminosos travestidos de deputados, não expressa o sentimento, e muito menos representa o caráter da maioria do povo brasileiro”, afirmou Bozzella ao UOL.

4. Vacinação no Brasil

O consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias estaduais de Saúde no Brasil divulgou, às 20h de terça (16), o avanço da pandemia em 24 h no país.

A média móvel de mortes em 7 dias foi de 1.056, alta de 1% frente ao patamar registrado 14 dias antes. Em apenas um dia houve 1.090 mortes.

A média móvel de casos confirmados em 7 dias foi de 45.615, queda de 6% frente ao período encerrado 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 55.428 casos.

Até o momento, 5.505.049 pessoas receberam a primeira dose da vacina contra a covid no Brasil, o equivalente a 2,6% da população. A segunda dose foi aplicada em 308.791 pessoas, ou 0,15% da população.

Na terça, Salvador e Cuiabá foram as primeiras capitais a interromperem a vacinação contra a Covid por conta da falta de imunizantes. Nesta quarta, a cidade do Rio de Janeiro também deve adotar a mesma medida. Nas três capitais, a interrupção vale apenas para aqueles que ainda não tomaram a primeira dose da vacina. A segunda dose deve continuar a ser aplicada.
Na Bahia, mais de 80 cidades já não têm vacinas para continuar a imunizar o grupo prioritário. O Ministério da Saúde afirma que só deverá receber mais imunizantes para distribuição na semana que vem.

A interrupção aumenta a pressão sobre o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, que foi convocado na semana passada para prestar esclarecimentos ao Congresso e sofre ameaça da abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Senado.

A Frente Nacional de Prefeitos divulgou uma nota em que afirma: “É urgente que o país tenha um cronograma com prazos e metas estipulados para a vacinação de cada grupo”. A frente diz que “sucessivos equívocos do governo federal na coordenação do enfrentamento à Covid-19 estão diretamente ligados à escassez e à falta de doses de vacinas em cidades de todo o país”.

O grupo afirma que solicitou uma reunião entre o general Pazuello e governadores e, passados mais de 30 dias, nenhum agendamento foi realizado. A Frente Nacional de Prefeitos pede a troca de comando do Ministério da Saúde. Questionada pelo portal G1, a pasta afirmou que está trabalhando para dar melhor resposta à sociedade, e que não comentará a carta porque não a recebeu.

5. Radar corporativo

Nesta quarta, as ações da Orizon e da Eletromídia estreiam na B3. Vale destacar que, na sexta-feira, a oferta inicial de ações (IPO) da CSN Mineração (CMIN3) foi precificada a R$ 8,50 cada, movimentando R$ 5,2 bilhões: as ações devem estrear na quinta-feira.  Já o Carrefour divulga o resultado corporativo do quarto trimestre após o fechamento do mercado.

Ainda no radar, em comunicado ao mercado divulgado nesta segunda, a CCR informou que o tráfego total de veículos na concessionária de Rodovias Integradas do Norte do Paraná (Rodonorte) caiu 2,3% na semana de 5 a 11 de fevereiro, em comparação com o mesmo período de 2020. Por segmento, o trânsito de veículos de passeio subiu 0,5%, enquanto o tráfego de veículos comerciais caiu 3%% na base comparativa.

Ainda no radar, moradores de Maceió (AL) atingidos pelo acidente geológico associado a operações da Braskem na região ingressaram com uma ação coletiva contra a petroquímica na Holanda para buscar reparações. O país é a sede europeia do grupo brasileiro.

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