Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quarta-feira

Investidores têm cautela após Trump interromper negociações para pacote fiscal; governo negocia espaço para novo "orçamento de guerra" e mais destaques

Equipe InfoMoney

Donald Trump (Foto: Drew Angerer/Getty Images)

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As bolsas mundiais operam sem uma direção única nesta manhã, depois da notícia de que o presidente norte-americano Donald Trump decidiu adiar as negociações sobre novos estímulos à economia e fez as bolsas dos EUA caírem forte na véspera. Na Europa, as bolsas apresentam ligeira queda, enquanto os futuros de Nova York sobem.

No Brasil, o mercado acompanha hoje as notícias de que o governo quer incorporar medidas do chamado “orçamento de guerra” no texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Pacto Federativo. O objetivo, segundo o Estadão, é regulamentar regras fiscais em caso de calamidade, o que aumentaria o espaço para gastos em 2021, no caso de uma nova onda de covid-19, por exemplo.

Além disso, chama atenção a informação de que o presidente Jair Bolsonaro pretende definir as medidas impopulares de financiamento do Renda Cidadã para depois das eleições municipais. Ao mesmo tempo, o senador Marcio Bittar (MDB-AC) sinalizou que a proposta para o Renda Cidadã deve ficar pronta na próxima semana. Diante deste cenário, as lideranças políticas pedem que o governo defina uma agenda mínima de propostas para a economia para votação até o final do ano.

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Na esfera corporativa, o mercado acompanha hoje a estreia das ações da Sequoia Logística na bolsa de valores. A Azul informou que sua posição de liquidez era de R$2,3 bilhões no final de setembro. Além disso, a MRV anunciou que vai distribuir dividendos, enquanto a Sanepar conseguiu abater 60% de uma multa ambiental. Já a Braskem disse que a taxa de utilização das suas unidades nos Estados Unidos voltou à normalidade, enquanto as vendas de resinas atingiram um recorde no Brasil.

1. Bolsas mundiais

As bolsas mundiais estão mistas nesta manhã, enquanto os investidores digerem a decisão do presidente Donald Trump de adiar as conversas sobre estímulos à economia norte-americana até depois das eleições presidenciais, que fez as bolsas dos EUA caírem forte na véspera. Na Europa, as bolsas têm ligeira queda, enquanto os futuros de Wall Street operam em alta.

Ontem, o presidente dos Estados Unidos rejeitou a proposta do Partido Democrata para mais estímulos à economia e disse que instruiu os republicanos a pararem de negociar o pacote fiscal até depois da eleição presidencial de 3 de novembro. A decisão de Trump ocorreu depois de o presidente do Fed, Jerome Powell, declarar que ainda existe um longo caminho para a recuperação da economia local.

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Na Europa, o índice Euro Stoxx cai 0,12%. O CAC, de Paris, recua 0,09% e o FTSE MIB, da Itália, registra queda de 0,14%, enquanto o FTSE 100, de Londres, perde 0,08%. O DAX, da Alemanha, cai 0,20%.

Ao mesmo tempo, os futuros do S&P 500 estão em alta de 0,54%, enquanto os do Dow Jones sobem 0,58%. Os futuros da Nasdaq avançam 0,60%.

Na Ásia, os mercados também ficaram mistos. No Japão,o Nikkei caiu 0,05%, enquanto o índice Hang Seng, de Hong Kong, registrou alta de 1,09%, e o Kospi, da Coreia do Sul, subiu 0,89%. Na China, os mercados estão fechados devido a um feriado local.

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*Veja o desempenho dos mercados, às 6h51 (horário de Brasília):

Nova York

*S&P 500 Futuro (EUA), +0,54%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,60%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,58%

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Europa

*Dax (Alemanha), -0,18%
*FTSE 100 (Reino Unido), -0,06%
*CAC 40 (França), -0,05%
*FTSE MIB (Itália), -0,09%

Ásia

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*Nikkei (Japão), -0,05% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +1,09% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +0,89%

*Petróleo WTI, -2,11%, a US$ 39,81 o barril
*Petróleo Brent, -1,81%, a US$ 41,88 o barril

*Bitcoin, US$ 10.609,65, -1,06%

2. Agenda

Os investidores acompanham hoje a divulgação do índice IGP-DI mensal, às 8h, e o fluxo cambial semanal, às 14h30. Nos Estados Unidos, a Energy Information Administration (EIA) divulga a variação dos estoques de petróleo, enquanto o Federal Reserve revelará a ata da reunião do FOMC.

3. Contas públicas

O mercado acompanha hoje as notícias de que o governo quer incorporar medidas do chamado “orçamento de guerra” no texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Pacto Federativo. O objetivo, segundo o Estadão, é regulamentar regras fiscais em caso de calamidade, o que aumentaria o espaço para gastos em 2021, no caso de uma nova onda de covid-19, por exemplo.

Segundo o jornal, o texto deve definir quais são os cenários em que o governo poderia elevar os gastos. O temor do governo é que as regras fiscais sejam um empecilho para ações de enfrentamento à doença no ano que vem.

Além disso, chama atenção a informação de que o presidente Jair Bolsonaro pretende definir as medidas impopulares de financiamento do Renda Cidadã para depois das eleições municipais. De acordo com o Estadão, a estratégia foi traçada para evitar que as medidas duras atrapalhem a campanha de aliados políticos. No entanto, aliados do governo consideram que não vai dar para esperar tanto tempo para apontar caminhos ao mercado, já que a piora dos riscos fiscais gerou grande nervosismo.

Neste ano, a fuga de investidores estrangeiros do Brasil das aplicações de risco em 2020 deve mais do que dobrar em relação ao registrado em 2019, segundo a Folha de S.Paulo. O saldo entre aplicações e retiradas de não residentes ficará negativo em US$ 24 bilhões entre janeiro e dezembro. Em 2019, as saídas somaram US$ 11,1 bilhões.

Ao mesmo tempo, o senador Marcio Bittar (MDB-AC) sinalizou ontem que a proposta para o Renda Cidadã deve ficar pronta na próxima semana. Ele é relator da PEC Emergencial, que deve incorporar o Renda Cidadã. “Semana que vem, se Deus quiser, está pronto”, disse.

Diante deste cenário, as lideranças políticas pedem que o governo defina uma agenda mínima de propostas para a economia para votação até o final do ano. “A crise que se avizinha parece ser dura. O processo legislativo é lento. Tem que ver o que está na ordem do dia”, disse o senador Renan Calheiros (MDB-AL) ao Estadão/Broadcast.

4. BNDES

O BNDES liberou o acesso de grandes empresas à linha emergencial de crédito garantida pelo Tesouro, que até ontem era permitido apenas a companhias com faturamento anual até R$ 300 milhões, segundo a Folha de S.Paulo. A meta é liberar até R$ 20 bilhões como garantia, o que permitiria a concessão de até R$ 100 bilhões em empréstimos.

As empresas de grande porte terão direito a acessar 10% dos recursos aportados pela Tesouro no programa, ou R$ 2 bilhões. O banco espera possibilitar a concessão de até R$ 10 bilhões em financiamento, já que cada R$ 1 posto pelo governo pode alavancar outros R$ 5.

Outro destaque é a informação de que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região determinou o trancamento de investigações contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, conduzidas pela força-tarefa da Operação Greenfield, do MPF (Ministério Público Federal) em Brasília. Segundo a Folha, duas apurações foram abertas contra Guedes por suspeita de envolvimento em fraudes nos aportes feitos por fundos de pensão ligados a estatais em dois fundos de investimentos criados pela BR Educacional Gestora de Ativos, empresa ligada ao ministro.

Além disso, o mercado acompanha a revelação de que o currículo acadêmico apresentado pelo desembargador Kassio Nunes Marques, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), traz um curso de pós-graduação que não é confirmado pela Universidad de La Coruña, na Espanha.

5. Radar corporativo

Na esfera corporativa, o mercado acompanha hoje a estreia das ações da Sequoia Logística na bolsa de valores. Além disso, a venda dos ativos brasileiros da Laureate continua no radar dos investidores. A Hope Education, grupo de Hong Kong que adquiriu a unidade da Laureate na Malásia há cerca de dez dias, também tinha intenção de fazer uma oferta pela operação brasileira. No entanto, desistiu nesta semana, segundo o Valor Econômico.

A Azul informou que sua posição de liquidez era de R$2,3 bilhões no final de setembro. Além disso, a previsão original era um consumo de caixa de aproximadamente R$ 3 milhões por dia para o segundo semestre do ano, mas apresentou um aumento de caixa de aproximadamente R$ 700 mil por dia ao longo do terceiro trimestre.

Além disso, a MRV anunciou que vai distribuir dividendos, enquanto a Sanepar conseguiu abater 60% de uma multa ambiental. Já a Braskem disse que a taxa de utilização das suas unidades nos Estados Unidos voltou à normalidade, enquanto as vendas de resinas atingiram um recorde no Brasil.

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