Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quinta-feira

Confira os assuntos que agitarão os mercados nesta sessão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após uma disparada de 3,27% do Ibovespa na última quarta-feira em uma sessão de ajuste após o feriado de Carnaval e com o cenário mais benigno no exterior, o ambiente externo segue de baixa aversão ao risco. Para hoje, estão previstas as divulgações de importantes indicadores econômicos, tais como a inflação ao produtor e a produção industrial nos EUA, enquanto que, no Brasil, o mercado reage à ata do Copom de fevereiro, que sinalizou que a inflação baixa abriria espaço para flexibilização adicional. Confira os destaques desta quinta-feira (15):

1. Bolsas mundiais

As poucas bolsas asiáticas que operaram nesta quinta-feira tiveram altas significativas, seguindo os ganhos vistos ontem em Nova York, mas a liquidez na região foi limitada pela aproximação do feriado do ano-novo lunar, que manteve vários mercados locais fechados. Na China, não houve negócios hoje e os mercados continuarão fechados até o dia 21, enquanto na Coreia do Sul o mercado só abre na próxima segunda-feira.

No mercado de commodities, o petróleo sobe e volta a ser cotado ao redor de US$ 61 após alta menor do que o previsto nos estoques dos EUA na última semana. Já os metais avançam em Londres com baixa do dólar e minério de ferro em Dalian atinge maior nível em três semanas com otimismo sobre demanda.

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Às 8h22 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro (EUA) +1,15%

*S&P Futuro (EUA) +0,81%

*CAC-40 (França) +1,72%

*FTSE (Reino Unido) +0,72%

*DAX (Alemanha) +1,05% 

*FTSE MIB (Itália) +1,25%

*Hang Seng (Hong Kong) +1,97% (fechado)

*Nikkei (Japão) +1,47% (fechado)

*Petróleo WTI +0,73%, a US$ 60,99 o barril

*Petróleo brent +0,19%, a US$ 64,48 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +2,57%, a 539,5 iuanes (nas últimas 24 horas)

Bitcoin US$ 9.598,44 +8,28% (nas últimas 24 horas)

2. Agenda de indicadores

Por aqui, a política monetária tem destaque na agenda com a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que apontou que a inflação baixa abriria espaço para uma flexibilização adicional. 

“Os membros do Comitê debateram o próximo passo na condução da política monetária. Focaram em avaliar sob que circunstâncias seria apropriado interromper o processo de flexibilização monetária e em que contexto haveria espaço para uma flexibilização monetária moderada adicional na reunião do Copom em março”, aponta o documento. Na semana passada, o Copom reduziu o ritmo de corte da taxa básica de juros para 0,25 ponto percentual, levando a Selic para 6,75% ao ano.

Além disso, o Banco Central oferta até 9.500 contratos de swap cambial para rolagem de contratos de março entre 11h30 e 11h40, com resultado a partir das 11h50, como divulga o fluxo cambial semanal às 12h30. Ainda pela manhã, o Tesouro faz leilões de títulos. Conforme aponta a LCA Consultores, a venda de US$ 7 bilhões em títulos do Tesouro indexados à inflação será importante para se avaliar a insegurança dos investidores quanto à tendência da inflação.

Nos EUA, após os dados de varejo da véspera ficarem abaixo do esperado, lançando dúvidas sobre o ímpeto da economia e contrabalanceando a inflação ao consumidor acima das expectativas, mais indicadores serão observados com atenção pelo mercado. Às 11h30, serão divulgados os dados de preços ao produtor de janeiro, com estimativa de alta de 0,4% na base mensal, além dos pedidos de seguro desemprego e o Empire Manufacturing. Às 12h15, será divulgado o dado de produção industrial de janeiro no país, com estimativa de alta de 0,2% na passagem de dezembro para janeiro.

3. Eleições

O noticiário sobre eleições segue no radar e as movimentações políticas em torno de Luciano Huck seguem a todo vapor. Os jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo destacam que movimentos pró-renovação política querem propor um debate com o global nos próximos dias. Um texto que circula entre membros desses grupos diz que, “seja candidato ou não, Luciano será uma peça importante no debate sobre a renovação da política nacional”. Segundo o Estadão, a reunião está prevista para a próxima semana, em São Paulo, e na prática deverá significar mais um estímulo ao projeto presidencial de Huck. Vale destacar que, segundo o Valor Econômico, o apresentador deverá tomar sua decisão sobre sua candidatura até amanhã.

Enquanto isso, atenção para o desenrolar do caso do ex-presidente Lula. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou ontem parecer ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o pedido de habeas corpus protocolado pela defesa do ex-presidente para evitar a eventual prisão preventiva dele após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça Federal. No parecer, Dodge argumenta que o habeas corpus não pode ser concedido pelo STF porque o mérito do mesmo pedido ainda não foi julgado pela instância inferior, no caso o STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Vale destacar que, nesta quinta-feira, será divulgada pesquisa Ibope feita no Pará com números da corrida presidencial. 

4. Reforma da previdência

O governo estabeleceu fevereiro como limite para a negociação e votação da reforma da previdência e, deste modo, vale ficar atento às últimas movimentações da base aliada. Segundo a Folha de S. Paulo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), segue negociando nos bastidores uma proposta alternativa ao limite de dois salários mínimos para o acúmulo de aposentadoria e pensão por morte, previsto na reforma da Previdência. Já o Estadão afirma que, descrente de que o governo reúna os 308 votos necessários para aprovar a reforma da Previdência, o presidente da Câmara  já prepara o discurso para anunciar, no final de fevereiro, o engavetamento da matéria.

De acordo com o jornal, para evitar que o ônus do anúncio recaia sobre o Congresso Nacional e, muito menos, sobre ele, Maia deve responsabilizar o governo por não ter obtido apoio suficiente à proposta. Deve dizer, ainda, que não vale a pena colocar a matéria em votação para ser derrotada. 

5. Noticiário corporativo

Em destaque no radar corporativo, a Gerdau vendeu duas hidrelétricas à Kinross por US$ 257 milhões, enquanto a Gafisa foi rebaixada a ’underperform’ por Santander. Já o jornal Valor Econômico traz duas informações: a de que a venda de ativos da Eletrobras e perdas no processo de distribuição de energia estão afetando a Light, como também que a Pharol, acionista da Oi, prepara-se para pedir a instauração de um procedimento contra a operadora na CAM (Câmara de Arbitragem do Mercado) da B3. Além da nova frente arbitral, a maior acionista da Oi tenta reverter na Justiça a homologação do plano de recuperação judicial da operadora, aprovado por credores em assembleia realizada em dezembro. 

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.