Os 5 assuntos que vão agitar o mercado nesta sexta-feira

Veja o que de mais essencial você precisa saber antes de começar a operar nesta sexta-feira

Lara Rizério

(Shutterstock)

Publicidade

SÃO PAULO – Em dia de agenda vazia nos EUA, as bolsas mundiais seguem repercutindo o BCE, em meio à perspectiva de que a autoridade monetária manterá o seu programa de ativos financeiros. Já no Brasil, destaque para as notícias sobre uma possível delação de Eduardo Cunha e o avanço da PEC 241. No noticiário corporativo, a Localiza inaugurou a temporada de resultados. Confira os destaques desta sexta-feira (21): 

1. Bolsas mundiais
As bolsas europeias têm uma leve alta nesta sexta-feira, ainda repercutindo as falas do presidente do BCE (Banco Central Europeu) Mario Draghi, que sinalizou que o alívio monetário não deve terminar abruptamente. O dia também foi de cautela para os mercados asiáticos.  

Os mercados chineses encerraram em leve alta nesta sexta-feira, com o avanço das ações do setor de infraestrutura compensando as preocupações com um iuan fraco. As ações do setor de infraestrutura avançaram depois que a China divulgou regras para a gestão dos fundos públicos utilizados em projetos de parceria público-privada, muitos dos quais são para trabalhos de infraestrutura. O restante da região recuou na sessão, com o dólar subindo para a máxima de sete meses ante uma cesta de moedas e pressionando os preços do petróleo, o que reduziu o apetite por risco dos investidores. Já o japonês Nikkei caiu 0,30%; vale destacar que o iene subiu após terremoto de magnitude 6,6 graus atingir o oeste do Japão. 

Continua depois da publicidade

Às 08h12, este era o desempenho dos principais índices:

* FTSE 100 (Reino Unido) +0,24%

* CAC-40 (França) -0,01%

Continua depois da publicidade

*DAX (Alemanha) +0,10%

* Xangai (China) +0,22% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) 0% (fechado)

Continua depois da publicidade

*Nikkei (Japão) -0,30% (fechado) 

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,14%

*Petróleo brent +0,72%, a US$ 51,75 o barril

Continua depois da publicidade

2. IPCA-15
Em todo o país, a prévia da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), ficou em 0,19% em outubro deste ano. A taxa é menor que a registrada em setembro (0,23%) e é a mais baixa desde outubro de 2009 (0,18%). Os dados foram divulgados hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IPCA-15 acumula 6,11% no ano, bem abaixo dos 8,49% registrados no mesmo período de 2015. Em 12 meses, o acumulado chega a 8,27%, abaixo dos 8,78% dos 12 meses imediatamente anteriores. A queda da taxa de inflação entre setembro e outubro foi provocada principalmente pela deflação (queda de preços) de 0,25% dos alimentos na prévia de outubro. Em setembro, esse grupo de despesas havia apresentado deflação de apenas 0,01%. Entre os produtos alimentícios que ficaram mais baratos em outubro estão o leite longa vida (-8,49%), a batata-inglesa (-13,03%), hortaliças (-6,18%) e feijão-carioa (-6,17%). Os artigos de residência também tiveram deflação (-0,31%). O mesmo aconteceu com as despesas pessoais (-0,12%). O item transportes, com alta de preços de 0,67% em outubro, foi o grupo de despesas que mais contribuiu para evitar uma queda maior da inflação na prévia do mês.

3. Agenda política

Continua depois da publicidade

O noticiário político é movimentado nesta sexta-feira. Os jornais de hoje destacam que o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na quarta-feira, deu os sinais de acordo para fazer delação premiada. Ele contratou  o advogado Marlus Arns, que atuou no acordo de delação premiada de empresários na Operação Lava Jato. Os últimos dias foram de maior tensão em meio aos temores de que a delação de Cunha pudesse envolver integrantes do governo. 

Por outro lado, o presidente Michel Temer avalia que a prisão do ex-deputado não interferirá nas votações de interesse do governo no Congresso Nacional. Essa foi a sinalização repassada pelo porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, ao responder a questionamentos sobre o tema. De acordo com Parola, a Operação Lava Jato é “da alçada” do Poder Judiciário e não terá a interferência do Executivo. As investigaçõs, disse, são um “sinal de amadurecimento democrático”. O porta-voz declarou que Temer não antecipou sua volta ao Brasil do Japão devido à notícia da prisão preventiva de Cunha. 

Vale destacar que o  presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, senador José Maranhão (PMDB-PB), disse que vai anunciar na próxima quinta-feira o nome do relator da PEC 241. A PEC deve chegar ao Senado na terça-feira; Maranhão disse que muitos senadores estão interessados em relatar proposta, mas que isso depende de negociação e a escolha deve recair sobre senador que domine o tema. A PEC 241, que limita crescimento de gastos da União à inflação de um ano para o outro, deve ser votada em 2º turno pelo plenário da Câmara na próxima segunda ou terça. 

4. Agenda internacional
Na agenda internacional, o presidente do Federal Reserve de San Francisco John Williams, fala em conferência às 16h30. Já no Japão, o presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, afirmou hoje que muitos bancos centrais acreditam que suas próprias metas de inflação devem ser mantidas nos atuais níveis de 2 por cento em vez de serem elevadas para 3 ou 4 por cento. Ele também afirmou que o Banco do Japão fez um compromisso “bastante poderoso” ao prometer manter seu forte programa de estímulo até que a inflação supere sua meta de 2 por cento. 

5. Noticiário corporativo
Em destaque no noticiário corporativo, a Localiza inaugurou a temporada de resultados.  A empresa anunciou que teve lucro líquido de R$ 103,9 milhões no terceiro trimestre, 1% superior ao resultado de igual etapa de 2015. Já a Gol foi elevada de manutenção para compra pelo Santander; a Fibria foi iniciada com recomendação equalweight e Suzano com overweight por Brasil Plural.
 

(Com Bloomberg e Agência Brasil)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.