Os 5 assuntos que vão agitar o mercado nesta quarta-feira

Veja o que de mais essencial você precisa saber antes de começar a operar nesta quarta

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa subiu 2% na última terça-feira (26), repercutindo a chance maior de que o ministro da Fazenda de um eventual governo de Michel Temer seja o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Nesta quarta-feira (27), o investidor deve ficar de olho no noticiário doméstico, por conta do julgamento das mudanças nas regras das dívidas de estados e municípios, além da reunião de política monetária do Banco Central. Confira os cinco assuntos que você precisa acompanhar hoje:

1. Bolsas mundiais
As ações chinesas terminaram esta quarta-feira em queda, com os dados fortes de lucro da indústria sendo compensados pelas crescentes dúvidas quanto à sustentabilidade da recuperação e preocupações sobre a restrição do governo à especulação nos mercados de commodities. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,42 por cento, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,36 por cento. Os lucros das indústrias chinesas subiram 11,1 por cento em março ante o ano anterior, mas o mercado deu de ombros para o dado favorável uma vez que a aparente recuperação econômica no primeiro trimestre já foi precificada, disseram operadores. No restante do continente, os mercados também caíram, com os investidores cautelosos antes das decisões dos bancos centrais do Japão e dos Estados Unidos, enquanto os preços do petróleo rondavam as máximas do ano. No Japão, o índice Nikkei caiu, pressionado pelas quedas dos fornecedores de peças do iPhone após a Apple divulgar a primeira queda na venda de iPhones da história, e a sua primeira queda de receita em mais de uma década. O mesmo movimento se deu em Taiwan. Às 7:50 (horário de Brasília), o índice MSCI que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão caía 0,7 por cento. Na Europa, o dia também é de cautela, com o DAX em alta de 0,21%, o FTSE em baixa de 0,37% e o CAC 40 com ganhos de 0,09%, de olho no Fed. O petróleo tem alta forte pelo 2º dia, com o brent em alta de 2,12%; WTI passa de US$ 45 após API mostrar queda de estoques; ouro tem 3ª alta antes do FOMC, enquanto o cobre cai e o níquel sobe em Londres.

2. Copom

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Hoje é o dia da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), que definirá a taxa de juros básica da economia brasileira. Economistas esperam que a Selic se mantenha em 14,25%, mas é preciso ficar atento ao comunicado, pois uma votação unânime, com votos a favor da manutenção pelos diretores de liquidações, Sidnei Corrêa Marques e de Assuntos Internacionais, Tony Volpon, pode mostrar que pode haver um relaxamento monetário em breve. Volpon e Corrêa são considerados os membros mais hawkish (agressivo, no sentido de elevar juros) do comitê. 

3. Fomc
Hoje também é o dia de decisão do Fomc (Federal Open Market Committee), que definirá as taxas de juros básicas dos Estados Unidos. Após alguns dados fracos da economia norte-americana divulgados ontem como a queda na confiança do consumidor e as vendas de bens duráveis, espera-se que o comunicado seja um pouco mais dovish (moderado, no sentido de não aumentar juros) do que se previsa antes. 

4. Julgamento da bomba fiscal
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Edson Fachin, é relator de três mandados de segurança de estados que questionam a indexação das suas dívidas. Os estados querem evitar a aplicação da taxa básica de juros, a Selic, acumulada de forma composta (juro sobre juro) e pedem que o valor a pagar seja em juros simples. Ontem, o ministro da Fazenda Nelson Barbosa apresentou um novo cálculo sobre o impacto fiscal da mudança para juros simples se todos os estados forem autorizados a fazer a troca. Pelas contas da equipe econômica, o impacto seria de R$ 402 bilhões, bem superior aos R$ 313 bilhões estimados anteriormente, que usavam como base um cálculo da consultoria de Orçamento do Senado Federal com dados mais antigos. Serão analisados os casos de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, que já obtiveram liminares favoráveis à mudança na forma de cálculo. O julgamento da questão no plenário do Supremo está previsto para ocorrer hoje. 

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5. PSDB e Temer
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a direção nacional do PSDB impôs condições ao vice-presidente Michel Temer para aderir em sua totalidade a um eventual governo dele. A primeira delas é que qualquer conversa com o partido deve ocorrer em “caráter institucional”, o que significa dizer que o senador José Serra (SP) não é o único nome entre os tucanos a ser procurado pelo vice. A segunda e mais complexa é que Temer e o PMDB devem se manter distantes das eleições municipais deste ano em cidades que o PSDB considera prioridades eleitorais do partido. Na véspera, o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, mudou seu discurso e disse que o partido não deverá se opor a eventuais participações de membros em um futuro governo Temer.

(Com Reuters e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.