Os 4 motivos para você não desgrudar o olho da Bolsa nesta sexta-feira

Atenção deve se voltar para o cenário interno, com destaque para o PIB do segundo trimestre no Brasil e divulgação da pesquisa eleitoral Datafolha à noite

Paula Barra

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SÃO PAULO – Mais um dia volátil deve marcar a Bolsa na sexta-feira, 29. Uma série de eventos programados para amanhã pode trazer grande agitação para o mercado. A atenção deve se voltar para o cenário interno, com o PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre no Brasil, divulgação da pesquisa eleitoral Datafolha à noite e última prévia da carteira teórica do Ibovespa, além da natural movimentação do fechamento de mês.

1°) Foco no PIB às 9h 
O mercado espera uma retração de 0,4% da economia brasileira no trimestre. Se confirmado, será o pior trimestre desde o primeiro de 2009. O resultado, no entanto, não deve ser interpretado como ruim pelo mercado, disse o analistas Luis Gustavo Pereira, da Guide Investimentos. Isto porque uma retração pode colocar ainda mais pressão na reeleição de Dilma Rousseff, o que pode trazer certo alívio na Bolsa. 

Além disso, se confirmada a fraqueza da atividade doméstica, o mercado pode ver uma pressão um pouco maior nos juros, que já vêm de forte correção para baixo nos últimos dias. Com isso, construtoras e varejistas, que dependem de linhas de financiamento para alavancar suas vendas, podem seguir em alta amanhã, comentou Pereira.  

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2°) Expectativa pelo Datafolha
Juntamente, há ainda expectativa pelo Datafolha. A última pesquisa Ibope, revelada na terça-feira, confirmou a tendência mostrada no primeiro Datafolha após o falecimento de Eduardo Campos. No primeiro turno, a candidata Marina Silva (PSB) abriu 10 pontos de vantagem sobre Aécio Neves (PSDB), ficando no segundo turno com 29% das intenções de voto, contra 19% do tucano. Enquanto isso, Dilma Rousseff (PT) se manteve no primeiro lugar com 34% das intenções. No segundo turno, Marina seria eleita com 45% votos, contra 36% de Dilma.  O mercado espera que, se eleita, Marina promoveria ajustes na política econômica do País, o que vem sustentando a alta da Bovespa nos últimos dias. 

Segundo ele, a força compradora ainda continua predominante no mercado e esses eventos podem provocar efeito amanhã. “Ainda vemos uma força compradora nas estatais, mesmo com a realização de hoje, e isto ainda deve continuar nos próximos pregões. O que pode sofrer mais são empresas do setor de commodities, como a Vale (VALE3; VALE5), que vêm sendo penalizadas pelo cenário externo”, disse.

Para Pereira, as próximas pesquisas serão ainda mais decisivas no mercado, passado um pouco o efeito emocional da morte de Eduardo Campos. “Afastado o cunho emocional, deve aumentar um pouco mais a competição nas eleições e deixar mais evidente para o mercado a real intenção de votos dos eleitores”, comentou.

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No cenário eleitoral, vale mencionar ainda que Marina Silva e o candidato a vice, Beto Albuquerque, apresentarão seu projeto de governo nesta sexta-feira em São Paulo. O evento está marcado para às 14h (horário de Brasília), no espaço Rosa Rosarum, no bairro Pinheiros.

3°) Nova carteira do Ibovespa
Ainda no mercado, há a expectativa pela divulgação da terceira e última prévia da carteira do Ibovespa. A nova composição começará a vigorar a partir de setembro.

Na segunda prévia da carteira, revelada dia 18 de agosto, a mineradora MMX Mineração (MMXM3) ficou de fora do Ibovespa, enquanto as outras alterações indicadas na primeira prévia foram mantidas, como a saída do papel da companhia do setor imobiliário Brookfield (BISA3) e a entrada da ação da fabricante de carrocerias de ônibus Marcopolo (POMO4).

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4°) Fechamento de mês
Por fim, o que pode trazer certa volatilidade na Bolsa amanhã é que será fechamento do mês e, normalmente, os fundos utilizam esse dia para fazer balanceamento de suas carteiras, o que pode ser ainda intensificado pela divulgação da nova carteira do índice. 

Embora não traga consequência drástica ao investidor pessoa física, a atualização do benchmark da Bolsa acaba trazendo um impacto considerável para fundos de ações, classificados na Anbima como “Ibovespa Ativo” e “Ibovespa Passivo”, já que a performance de ambos possui relação estreita com o desempenho do índice – enquanto os fundos da primeira subcategoria visam superar o Ibovespa, os da segunda objetivam acompanhar o comportamento do índice. Ou seja, com a alteração do índice, eles precisam ajustar seus portfólios, o que pode trazer impactos nas ações que tiveram seus pesos elevados/reduzidos, assim como nas que vão sair ou entrar no Ibovespa.