Operação Zelotes “custou” bilhões a Itaú, BB e Bradesco na Bolsa

Somadas, as perdas de Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil totalizam R$ 12,826 bilhões

Mário Braga

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SÃO PAULO – A oitava fase da Operação Zelotes, da Polícia Federal, que teve como alvos o Itaú Unibanco e o BankBoston, desencadeou um movimento de aversão ao risco e derrubou os papéis de instituições financeiras nesta quinta-feira (1º). Somadas, as perdas de Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil na Bovespa totalizam R$ 12,826 bilhões.

Quem mais sentiu os reflexos da operação da PF foi o Bradesco. A desvalorização total dos papéis do banco chega a R$ 5,422 bilhões. As ações ordinárias (BBDC3) caíram 5,83%, fechando cotadas a R$ 27,44, enquanto as preferenciais (BBCD4) recuaram 5,58%, a R$ 28,09, ante fechamento anterior de R$ 29,14 e R$ 29,75, respectivamente.

Em seguida aparece o Banco do Brasil. As ações do banco público (BBAS3) recuaram 6,60% no pregão desta quinta-feira, para R$ 26,62, após encerrarem o pregão desta quarta-feira (30) valendo R$ 28,50. O movimento retirou R$ 2,304 bilhões do valor de mercado da instituição.

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Ironicamente, o Itau Unibanco, que foi alvo direto da Operação Zelotes, foi o menos penalizado na Bolsa. Suas ações (ITUB4) tiveram perdas de 4,57%, encerrando o dia cotadas a R$ 33,80, ante fechamento de R$ 35,42 desta quarta-feira. O valor total das suas mais de 3,1 bilhões de ações encolheu em R$ 5,100 bilhão em apenas um dia.

Papel Valor de mercado: 30/11 Valor de mercado: 1/12
ITUB4 R$ 111,524 bilhões R$ 106,423 bilhões
BBAS3 R$ 34,940 bilhões R$ 32,636 bilhões
BBDC3 R$ 17,050 bilhões R$ 16,055 bilhões
BBDC4 R$ 79,348 bilhões R$ 74,920 bilhões


Operação Zelotes
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta a 8ª fase da Operação Zelotes tendo entre os alvos os bancos Itaú Unibanco e BankBoston. Foram cumpridos mandados de condução coercitiva e de busca e apreensão em São Paulo, Pernambuco e Rio de Janeiro.

Em nota, o Itaú Unibanco confirmou que a Polícia Federal fez diligência nas dependências da instituição e que o objeto da operação eram documentos relativos a processos tributários do BankBoston.

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A instituição financeira disse que o contrato de aquisição com o Bank of America das operações do BankBoston do Brasil, em 2006, não abrangeu a transferência, para o Itaú, dos processos tributários do BankBoston e que por isso “esses processos continuaram de inteira responsabilidade do Bank of America”. “O Itaú não tem qualquer ingerência em tal condução, inclusive no que se refere à eventual contratação de escritórios ou consultores”, disse o banco na nota.