Opep+ decide fazer corte de produção em 2 milhões de barris por dia; petróleo tem nova alta

Expectativa por reunião tem impulsionado mercado da commodity nas última sessões

Equipe InfoMoney

Poços de petróleo em Talf, na Califórnia (Carolyn Cole/Getty Images)
Poços de petróleo em Talf, na Califórnia (Carolyn Cole/Getty Images)

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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), em reunião desta quarta-feira (5), concordou com corte de produção de petróleo de 2 milhões de barris por dia (bpd) a partir de novembro, como já tinha sido especulado no fim do dia na última terça. Logo após a decisão, a alta do petróleo dos últimos dois dias se estendeu, com o brent para dezembro em alta de 0,85%, a US$ 92,58 o barril, mas depois passou a operar com leves perdas. Contudo, no início da tarde, às 12h45 (horário de Brasília), o petróleo voltou a ganhar força, avançando 2% e superando os US$ 93.

A medida deve reduzir a oferta em um mercado de petróleo que executivos e analistas de empresas de energia dizem que já está apertado devido à demanda saudável, falta de investimento e problemas de fornecimento.

A Opep+ aumentou a produção este ano após cortes recordes implementados em 2020, quando a pandemia reduziu a demanda.

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Nos últimos meses, o grupo não conseguiu cumprir seus aumentos de produção planejados, deixando de atingir 3,6 milhões de bpd em agosto.

O corte da meta de produção é justificado pela forte queda nos preços do petróleo em relação às máximas recentes, disse o Goldman Sachs, acrescentando que isso reforçou sua perspectiva altista sobre a commodity.

O corte pode estimular uma recuperação nos preços do petróleo, que caíram para cerca de US$ 90, de US$ 120 há três meses, por temores de uma recessão econômica global, aumento das taxas de juros dos EUA e um dólar mais forte.

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Os Estados Unidos pressionaram a Opep a não prosseguir com os cortes, argumentando que os fundamentos não apoiam a medida. Fontes ouvidas pela Reuters disseram que ainda não está claro se os cortes podem incluir reduções voluntárias adicionais por membros como a Arábia Saudita, ou se podem incluir a subprodução existente pelo grupo.

“Os preços mais altos do petróleo, se impulsionados por cortes de produção consideráveis, provavelmente irritariam o governo (de Joe) Biden antes das eleições de meio de mandato nos EUA”, disseram analistas do Citi em nota.

O JPMorgan também disse esperar que Washington implemente contramedidas liberando mais estoques de petróleo.

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O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, disse hoje, após as notícias sobre o desfecho da reunião, que os Estados Unidos precisam ser menos dependentes da Opep+ e de produtores estrangeiros de petróleo.

Kirby também disse à Fox News que os cortes significavam que a Opep + estava “ajustando (seus) números um pouco” depois de aumentar a produção durante o verão.

“A Opep+ tem dito que eles estão produzindo três milhões e meio de barris a mais do que realmente são”, disse Kirby. “Então, de certa forma, essa redução anunciada realmente os coloca de volta mais alinhados com a produção real”.

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A Arábia Saudita e outros membros da Opep + disseram que procuram evitar a volatilidade em vez de atingir um preço específico do petróleo.

(com Reuters)

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