Oncoclínicas tem lucro líquido de R$ 35 milhões no 2º tri, ante prejuízo de R$ 24,6 milhões no 2º tri/22

Destaque positivo foi geração operacional de caixa, de R$ 309 milhões

Lucinda Pinto

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O Grupo Oncoclínicas registrou lucro líquido de R$ 35 milhões no segundo trimestre, revertendo assim um prejuízo de R$ 24,6 milhões observado em igual período de 2022.

O Ebitda Ex-PILP (que exclui apenas o efeito não caixa do plano de incentivo de longo prazo) somou R$ 268,4 milhões no  trimestre, 109% maior do que o verificado nos três primeiros meses de 2022, quando o resultado ficou em R$ 128,4 milhões, Assim, a margem Ebitda subiu 5,4 pontos para 19,7%. Segundo a companhia, o crescimento do Ebitda é reflexo do avanço no processo de integração das unidades adquiridas, com a captura de ganhos de eficiência e sinergias.

“É um terceiro trimestre forte, tanto em termos de indicadores operacionais quanto financeiros”, afirma Cristiano Camargo, CFO e diretor de Relações com Investidores da empresa. O destaque do trimestre, segundo ele, foi a geração operacional de caixa,  de R$ 309 milhões, maior nível para um segundo trimestre da companhia. Esse crescimento é atribuído a uma gestão mais eficiente do capital de giro “Esse foi um tema sobre o qual o mercado se debruçou bastante no primeiro trimestre. Já vínhamos sinalizando que o segundo trimestre seria positivo sob esse ponto de vista, mas ele foi melhor do que o esperado”, afirma.

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Oncoclínicas (Divulgação)
Oncoclínicas (Divulgação)

O resultado é atribuído  à gestão ativa nas iniciativas de recebimento, gestão de estoques e uma estratégia de alongamento de prazo médio com fornecedores, iniciada no quarto trimestre de 2022. Segundo Camargo, mesmo após o serviço da dívida e todo o Capex executado no segundo trimestre, a geração de caixa foi de R$ 98,0 milhões.  “Os números mostram mais uma vez nossa busca constante por eficiência operacional, um trabalho importante iniciado desde 2022.”

A receita líquida da Oncoclinicas  cresceu 51,1%, para  R$ 1,4 bilhão, mais um recorde para a companhia. Mais importante do que esse dado, afirma Camargo, é a taxa de expansão do faturamento orgânico, que foi de  31,3%. Ou seja, 60% do crescimento estão vindo da base “mesmas clínicas”. “É um ritmo de crescimento orgânico que nenhuma outra empresa de saúde mostrou”, diz, lembrando que, no trimestre anterior, o desempenho desse indicador havia sido parecido, de 32%.

O crescimento orgânico resulta em ganhos de market share, e é fruto de um programa muito ativo de atração e retenção de médicos. Foram mais de  1.100 médicos atraídos para a companhia desde o IPO, realizado há dois anos. Agora, o time soma 2.700 profissionais. “Esses médicos trazem mais volume de pacientes e ampliam a capacidade de atendimento, em uma base ‘mesmas clínicas’”, explica.

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Outra frente de expansão vem das unidades chamadas de “cancer center”, hospitais oncológicos de alta complexidade. Historicamente, quando a empresa não tinha essas unidades, os pacientes eram encaminhados para alguns procedimentos em outro hospital para, depois, retomar o tratamento na Oncoclínicas. Com a nova estrutura, o paciente faz toda a jornada no ‘cancer center’.  Hoje, são seis unidades, localizadas no Rio de Janeiro, Salvador, Uberlândia e Belo Horizonte. Há planos para inaugurações de outras unidades em São Paulo, Goiânia, Brasília e chegar a dez unidades nos próximos três anos.

Além disso, afirma Camargo, a integração das aquisições concluídas em 2022  contribuíram para melhorar a alavancagem operacional da companhia, medida pela relação receitas x despesas. Esse indicador caiu para 15%, ante 21% no segundo trimestre de 2022.  No período de doze meses encerrados no segundo trimestre , a receita líquida atingiu R$ 5 bilhões

O número de tratamentos prestados aos pacientes aumentou 40,8% no 2T23 em comparação ao 2T22, atingindo um total de 157,4 mil, tanto em função do volume orgânico como pela integração das aquisições. O volume de tratamentos para os últimos 12 meses soma mais de 595 mil.

Lucinda Pinto

Editora-assistente do Broadcast, da Agência Estado por 11 anos. Em 2010, foi para o Valor Econômico, onde ocupou as funções de editora assistente de Finanças, editora do Valor PRO e repórter especial.