Oncoclínicas: o aporte bilionário que aliviou o mercado e fez a ação saltar 23,49%

Oncoclínicas aprovou na véspera aumento de capital de R$ 1,5 bilhão, apoiado pelo Banco Master e o acionista e CEO da empresa, Bruno Ferrari

Felipe Moreira

Oncoclínicas (Divulgação)

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A Oncoclínicas (ONCO3) anunciou na última quarta-feira (22) que o conselho de administração da empresa aprovou aumento de capital de R$ 1,5 bilhão por meio da emissão de novas ações ordinárias via subscrição privada. A notícia foi bem recebida pelo mercado, fazendo com que as ações fechassem a sessão com ganhos de 23,49%, a R$ 9,20.

Serão emitidas 115,3 milhões de ações ao preço de R$ 13 ṕor papel, representando um prêmio de 74% sobre o preço de fechamento de ontem de R$ 7,45.

O Banco Master será responsável pelo aporte de R$ 1 bilhão, e o acionista e CEO da Oncoclínicas, Bruno Lemos Ferrari, deve injetar os R$ 500 milhões restantes.

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Após a conclusão da operação, os fundos Quiron e Tessália administrados pelo Banco Master passarão a deter 12% da empresa. Porém, em matéria publicada pelo Brazil Journal, a participação de 6% comprada por um fundo chamado WNT nas últimas semanas foi atribuída ao Banco Master, o que supostamente elevaria o total para 18%. Se Bruno Ferrari subscrever a totalidade dos R$ 500 milhões, passará a deter 8,5% da empresa. O Goldman Sachs, por sua vez, já indicou que não participará da transação, tendo sua participação diluída de 45% para 37%.

A operação visa, segundo a companhia, consolidar sua posição financeira e fortalecer a sua estratégia de crescimento.

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O Bradesco BBI avalia a operação como positiva, uma vez que a capitalização deve ajudar a aliviar as preocupações do mercado sobre a alavancagem e potencial excesso de uma oferta subsequente para levantar dinheiro.

O banco também destaca o prêmio significativo pago ao preço de mercado na capitalização e a forte recuperação esperada tanto no Ebitda quanto na geração de caixa implícita no guidance de alavancagem, após fracos resultados recentes que levaram a ação a despencar de R$ 10,15 antes dos resultados do 4T23 em 27 de março para os atuais R$ 7,45.

Além disso, o BBI pontua que a Master terá um período de lock-up de longo prazo, reforçando o seu investimento estratégico na empresa. Diante disso, o banco reitera recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 11.

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O Itaú BBA acredita que o anúncio traz um grande alívio para o mercado, principalmente quando se considera o significativo prêmio de 74% pago na transação, provocando naturalmente uma reação positiva do mercado hoje.

A equipe de research do BBA estima que a Oncoclínica deverá diminuir sua alavancagem financeira de 4,3 vezes para 2,8 vezes (incluindo aquisições a pagar, excluindo ganhos) após a transação.

Na mesma linha que BBI, o Itaú BBA reitera classificação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 23.

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Já o JPMorgan vê a transação como sendo 15% acretiva ao lucro por ação (EPS, na sigla em inglês) em 2025 e, consequentemente, aumentou preço-alvo de R$ 7 para R$ 8 ao final de 2024. O banco americano não acredita que os acionistas minoritários participarão do aumento de capital, pois o preço supervaloriza a empresa em suas estimativas.

Ainda assim, analistas do JPMorgan esperam que as ações devam reagir positivamente ao anúncio, dado o aumento do EPS e o alto interesse pelo papel – 26,3 milhões de ações ou 12% do free float.

Apesar do anúncio positivo, o JPMorgan mantém recomendação neutra para ação da Oncoclínicas, pois ainda vê um risco-retorno equilibrado, dado o potencial limitado de alta do preço das ações e as persistentes tendências operacionais desafiadoras.