Oi está prestes a receber proposta e Cemig quer vender controle da Light; Petrobras e mais no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Além do mercado ficar de olho na política monetária dos países, como Japão, além da zona do euro, o noticiário corporativo é movimentado por aqui, com destaque para o início da temporada de resultados do segundo trimestre hoje à noite, além de diversas notícias sobre Oi e venda de ativos de diversas companhias. Confira os destaques desta quinta-feira (21): 

Oi
 A Oi (OIBR4) deve receber em breve uma proposta oficial para compra do controle, de acordo com o Estadão. Um grupo de investidores – formado por João Cox (ex-presidente da Claro); Mario Cesar de Araújo (ex-presidente da TIM); Renato Carvalho, da empresa de reestruturação de empresas Íntegra; e o banco de investimento americano ACGM – pretende fazer uma proposta oficial para a compra do controle da operadora Oi nas próximas semanas, informa o jornal.  

No noticiário da companhia, a operadora informou que Pedro Guterres renunciou ao cargo de membro suplente de seu conselho de administração. Guterres fazia parte do grupo de indicações da acionista Pharol, que detém 22,2% do capital da companhia.

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Outra notícia envolvendo a companhia é que o juiz Fernando Vianna, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, concedeu durante a tarde uma liminar à Oi que determina a devolução à operadora, num prazo de 24 horas, de R$ 20,83 milhões retidos pelo Banco do Nordeste com a finalidade de quitar parte de um empréstimo. O magistrado determinou também a restituição de R$ 46,87 milhões em CDBs da titularidade da Oi Móvel, que haviam sido resgatados pelo banco.

Vale destacar ainda que o Conselho da Oi vai apreciar pedido de AGE por Societé Mondiale. O Conselho se reunirá em 22 de julho, às 16 horas, “para apreciar o requerimento de convocação de Assembleia Geral Extraordinária apresentado pelo acionista Societé Mondiale Fundo de Investimento em Ações”, segundo comunicado. Em 15 de julho, a Société Mondiale concedeu prazo adicional até 22 de julho para AGE; antes, a Société Mondiale pediu AGE para destituir conselheiros em até 8 dias.

A companhia ainda registrou, nos meses de abril e maio, um prejuízo acumulado de R$ 1,24 bilhão, segundo cálculos do jornal Valor Econômico a partir do balanço patrimonial apresentado pela companhia à Justiça. As informações contradizem a fala do diretor-presidente da companhia, Marco Shroeder, que disse à publicação que a parte operacional continuava operando de maneira saudável.

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Ainda no noticiário da telecom, destaque para a determinação da 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio para que o Banco do Nordeste devolva À Oi cerca de R$ 67,7 milhões dentro de 24 horas. Para o juiz responsável pelo processo de recuperação judicial da companhia, Fernando Viana, o banco reteve os valores “de forma indevida”.

Cemig
Segundo o Valor, a Cemig (CMIG4) avalia a possibilidade de abrir mão do bloco de controle da Light (LIGT3), distribuidora de energia que atende a região metropolitana do Rio de Janeiro. A estratégia, ainda preliminar segundo uma fonte do jornal, faz parte dos planos da estatal mineira de vender ativos e reduzir seu nível de endividamento, que vai privilegiar, em um primeiro momento, a alienação de ativos que não fazem parte da atividade fim do grupo (geração, transmissão e distribuição de energia).

Petrobras 
Segundo O Globo, a sinalização da Petrobras de que está disposta a oferecer o controle da BR Distribuidora para um sócio privado aumentou o apetite do mercado pela empresa. Na reunião do Conselho de Administração da Petrobras, amanhã, vai ser discutido qual o melhor modelo a adotar para a venda de parte das ações da BR. Além da venda do controle está também a opção de divisão da distribuidora por áreas de negócios, para futuras vendas de participações.

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JHSF
Segundo o Estadão, o fundo de investimento norte-americano Blackstone iniciou conversas com a brasileira JHSF Participações (JHSF3) para compra de uma fatia de 50% do portfólio de shopping centers da companhia, composto por cinco empreendimentos: Cidade Jardim, Tucuruvi e Catarina Outlet Fashion, em São Paulo; Ponta Negra, em Manaus; e Bela Vista, em Salvador. O portfólio é avaliado em mais de R$ 2 bilhões, conforme apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, com fonte próxima das negociações. Procurados, Blackstone e JHSF não comentaram.

As conversas sobre a potencial aquisição estão sendo conduzidas pelo Bradesco BBI, contratado pela JHSF para sondar o interesse de investidores. A iniciativa é parte de uma estratégia da companhia para reduzir endividamento. A JHSF encerrou o primeiro trimestre com R$ 141 milhões em caixa e uma dívida líquida de R$ 1,2 bilhão, dos quais R$ 452 milhões com vencimento neste ano e R$ 322 milhões no ano que vem. O formato da entrada do Blackstone está em estudo. Entre as opções estaria a aquisição de metade da participação em cada shopping, individualmente, ou até mesmo a realização de uma cisão (“spin off”) de toda a carteira, que se desdobraria em uma nova holding.

Por outro lado, existe a possibilidade de o negócio ser postergado ou suspenso se a JHSF conseguir efetuar a venda pontual de algum ativo relevante e aliviar a sua dívida, avaliam interlocutores próximos ao assunto. O Shopping Tucuruvi – voltado para consumidores da classe C – já despertou, por exemplo, interesse da concorrente BRMalls (BRML3) e de ao menos um fundo de private equity. Na primeira rodada de negociações, o valor pedido pela JHSF para este ativo ficou perto de R$ 500 milhões, segundo fontes.

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Gol 
A economia prevista com a realização da checagem “Check C” para devolução de aeronave pela própria companhia é estimada em aproximadamente R$ 1,2 mi por aeronave, segundo informou a Gol (GOLL4) em comunicado em resposta a pedido de esclarecimento da CVM. A Gol “estima que a redução de custos com a checagem interna será de aproximadamente 15% do custo total de uma checagem ‘Check C’ realizada por terceiro”. As despesas com manutenção de aeronaves somaram R$ 128,2 mi no 1T16, representando 5,6% do total de despesas operacionais’’. 

O custo da checagem “Check C” de US$ 3 milhões a US$ 7 milhões por aeronave “é consistente com mercado internacional”. “Tais valores não representariam o valor da economia a ser realizada pela companhia ao realizar esta checagem internamente, pois a maior parcela de tais custos é composta de custos com equipamentos, que não serão reduzidos quando a companhia realizar tal checagem internamente. Apenas o custo da mão-de-obra será mais baixo em caso de checagem interna”

A “estimativa de preço para realização da checagem ‘Check C’ no mercado é uma estimativa baseada em dados de mercado, compondo uma faixa larguíssima dado que as características específicas de cada aeronave são cruciais para a determinação do custo de manutenção”. A estimativa “diz respeito a um valor de mercado praticado por diferentes companhias aéreas e prestadores de serviços, sejam estes brasileiros ou estrangeiros, de modo que seria descabido tratar tal informação como fato relevante”. A “internalização da checagem ‘Check C’ não eliminará os custos com este tipo de manutenção e a redução resultante nos custos de manutenção não é relevante. Além de públicos, tais valores são imateriais para a companhia”, destacou. 

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Vale

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o governo suspeita de vazamentos em barragem de Mariana (MG) e pede nova inspeção. Diz a publicação que Ibama e DNPM não se entendem sobre as chances de o episódio trágico do ano passado se repetir. Para o primeiro, há risco de desastre em caso de chuvas torrenciais, enquanto o segundo órgão acredita no contrário. Ainda conta o jornal que parte do governo ainda suspeita que haja vazamento na barragem da Samarco, empresa controlada pelas mineradoras Vale (VALE3; VALE5) e BHP-Billiton.

No noticiário da mineradora brasileira, destaque também para o relatório de produção divulgado nesta manhã. A companhia produziu 86,8 milhões de toneladas no segundo trimestre de 2016, superando em 800 mil toneladas as estimativas do mercado para o período. O volume registrado representa uma redução de 2,8% da produção na comparação anual. A produção de pelotas registrada pela Vale também apresentou retração no mesmo comparativo, ao somar 10 milhões de toneladas, 18% a menos ante o segundo trimestre de 2015.

Destaque também para Carajás, que alcançou recorde de produção para um segundo trimestre, de 36,5 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 15,5% na comparação anual. A mineradora também informou que sua controlada — em conjunto com a anglo-australiana BHP-Billiton — Samarco planeja retomar operações em 2017, embora o momento ainda seja incerto.

Restoque
A Restoque (LLIS3) informou que a decisão do Cade sobre acordo com Inbrands é preliminar. A empresa disse que “continua no processo de due diligence”, segundo comunicado em resposta a pedido de esclarecimentos. Nos últimos dois pregões, os papéis LLIS3 disparararam com a aprovação do Cade para fusão com Inbrands.

PDG
A PDG (PDGR3) informou que as obras paradas decorrem de suspensão de recursos por bancos. “A diminuição do ritmo e a paralisação de algumas obras decorrem intrinsecamente da suspensão, pelos bancos, das liberações de recursos no âmbito dos financiamentos contratados”, disse a companhia em resposta a pedidos de comentários pela BM&FBovespa após notícia da Agência Estado em 19 de julho.

A companhia “estima que a retomada e a aceleração das obras nesses empreendimentos serão encaminhadas assim que renegociados os contratos e liberados os recursos oriundos dos financiamentos concedidos pelos bancos”, diz o comunicado. A Agência Estado informou ontem que PDG paralisou obras enquanto renegocia dívida bilionária. 

Mills 
A Mills Estruturas e Serviços de Engenharia (MILS3), small cap que já acumula alta de 116% este ano, informou que o Fundo de Investimento em Participações Axxon Brazil Private Equity Fund II se tornou titular de 12.294.063 ações de emissão da companhia, representativas de aproximadamente 7,001% do capital social da empresa.

Com isso, a Axxon passou a ter os direitos políticos previstos no acordo de acionistas celebrado em 7 de abril de 2016. Nos termos, a Axxon deixará de ter os referidos direitos políticos caso, após o período de 180 dias contados a partir de hoje caso não se torne titular de ações que representem 13% do capital social da companhia; ou a participação da Axxon no bloco formado pelo Acordo de Acionistas seja inferior a 26% do referido bloco.

Para atingir os 13% necessários para manter os direitos políticos, a Axxon teria que comprar cerca de 10,6 milhões de ações, o que ao preço atual de mercado (R$ 5,75) representaria um montante de R$ 60,7 milhões. Isso equivale ao volume de 15 pregões inteiros de negociação da Mills na Bovespa, levando em conta o giro financeiro médio que os papéis da empresa atingem por dia. Contudo, vale ressaltar que o fundo tem 180 dias para comprar essa quantidade de ações, o que representa em torno de 120 dias úteis.

Cyrela 
As vendas líquidas contratadas da Cyrela (CYRE3no segundo trimestre somaram R$ 558 milhões, queda de 31,4% em relação a igual período de 2015, atingindo no ano um total de R$ 1,1 bilhão, recuo de 28%. Das vendas líquidas realizadas no trimestre, 55% corresponderam a estoque e 45%, a lançamentos. A participação da companhia nas vendas contratadas foi de 79% no segundo trimestre, contra 76% no mesmo período do ano anterior.

A velocidade de vendas medida pelo indicador vendas sobre oferta (VSO) foi de 30,1% no trimestre, abaixo dos 38,1% do ano anterior e do VSO de 32,2% do primeiro trimestre. A Cyrela registrou volume de lançamentos de R$ 598 milhões no trimestre, recuo de 44% na comparação anual.

Tegma
A Tegma (TGMA3) teve a recomendação elevada para compra pelo BTG Pactual, com preço-alvo de R$ 12,00. De acordo com os analistas do banco, destacando que a Tegma concluiu os seus esforços, iniciados no ano passado, para melhorar a rentabilidade em meio ao cenário sombrio para a indústria automobilística, como corte de despesas e corte de contratos não rentáveis, algo que ainda não está precificado nos ativos. 

Ambev
A controladora da Ambev (ABEV3), AB-Inbev, e a SABMiller, conseguiram aval para fusão por reguladores antitrustes dos EUA, mas com proteção de cervejarias independentes. Para ganhar aprovação para o negócio, a Molson Coors vai comprar uma fatia de 58%da SABMiller na sua joint venture norte-americana, a MillerCoors, disseram as companhias. Elas vão ceder os direitos sobre todas as marcas de cerveja SABMiller atualmente importadas ou licenciadas para venda nos Estados Unidos. 

V-Agro
Destaque para uma notícia que pode mexer com as ações da Vanguarda-Agro (VAGR3). Segundo disseram fontes à Reuters, o governo federal planeja alterar a legislação e impor critérios para que estrangeiros possam adquirir terras no Brasil, em uma das medidas para atrair investimentos ao país. Para evitar a simples especulação imobiliária, a intenção é aprovar uma nova legislação que imponha critérios para essas aquisições, como a apresentação de um plano de exploração da terra, a determinação do valor a ser investido, perspectiva de produção, geração de riqueza e de empregos.

 (Com Bloomberg e Agência Estado)  

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.