Oi e Tim disparam com novas notícias de fusão; operação da PF faz ação cai 5,4%

Confira os principais destaques de ações na sessão desta quarta-feira

Rodrigo Tolotti

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*com dados prévios do leilão de fechamento

SÃO PAULO – A quarta-feira (16) foi bastante agitada na Bolsa após iniciar o dia com novos rumores sobre uma saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, do cargo com a presidente Dilma Rousseff reduzindo a meta fiscal para 0,5% do PIB. O cenário já pessimista piorou com a Fitch rebaixando o Brasil. O Ibovespa chegou a cair 1,73% na mínima do dia, mas ganhou força e terminou o dia próximo da estabilidade.

Na Bolsa, destaque para as ações da Oi, que dispararam após informações de que a companhia conseguiu levantar US$ 1,2 bilhão com o China Development Bank para fazer investimentos e quitar parte de sua dívida no próximo ano. Além dela, a Tim passou a disparar com a notícia de que a Oi pode fazer uma oferta para fusão em janeiro.

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Já na ponta negativa quem chamou atenção foi a Qualicorp, que chegou a cair 12% em meio à deflagração da Operação Acrônimo na manhã de hoje pela Polícia Federal, que investiga um de seus maiores acionistas. Entre as perdas, a Petrobras também recuou mais de 2% e ajudou a pressionar o índice com o mau humor do novo downgrade.

Confira os principais destaques de ações do pregão desta quarta-feira (16):

Oi (OIBR4, R$ 1,53, +6,25%) e Tim (TIMP3, R$ 7,06, +4,59%)
Após subirem 9,09% ontem, as ações da Oi tiveram um novo dia de alta, chegando a disparar 13,19% na máxima do dia. Durante a tarde, as ações da Tim também passaram a subir forte com uma notícia divulgada pela Bloomberg de que a Oi quer fazer uma oferta pela empresa em janeiro. Logo após a informação ser divulgada, os papéis chegaram a subir 8,89%, na máxima da sessão.

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Além disso, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, a Oi conseguiu levantar US$ 1,2 bilhão – por volta de R$ 4,7 bilhões – com o China Development Bank (CDB), o “BNDES chinês”, para fazer investimentos e quitar parte de sua dívida no próximo ano. O jornal apurou que o contrato está fechado e deve ser anunciado até sexta (18). Cerca de metade do valor (US$ 600 milhões) será usada em investimentos, sendo que a Oi terá de comprar equipamentos da fornecedora chinesa Huawei.

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Qualicorp (QUAL3, R$ 14,36, -5,40%)
A Qualicorp registrou a maior baixa do Ibovespa, chegando a cair 12% na mínima do dia, em meio à deflagração da Operação Acrônimo na manhã de hoje pela Polícia Federal. Um dos alvos de busca é o presidente da Aliança Administradora de Benefícios de Saúde, Elon Gomes, que possui 40% das ações da empresa e os outros 60% da Qualicorp Administradora de Benefícios S. A. A ação da PF não envolve a empresa, somente Elon Gomes. 

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A companhia enviou uma nota à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e afirmou que “não tem nenhuma relação com as operações conduzidas pelas autoridades” hoje e que “não foi alvo de nenhum procedimento de busca e apreensão”.

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Petrobras (PETR3, R$ 8,95, -1,65%;PETR4, R$ 7,29, -1,75%)
Após a alta de ontem, a Petrobras reverteu os ganhos, chegando a cair mais de 4%, acompanhando o preço do brent, com o barril em queda de 2,11%, a US$ 37,64, de olho na decisão do Fomc e repercutindo o noticiário sobre um excesso de oferta de petróleo no mundo. 

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Em destaque no noticiário da estatal, está a notícia de que a pressão feita pelo Ministério de Minas e Energia para que a Petrobras  assinasse um novo contrato de longo prazo para fornecimento de nafta à Braskem foi em vão. Na noite desta terça-feira, a estatal informou que as “tratativas” com a petroquímica continuam, e com isso não foi assinado um novo contrato. O mais recente aditivo formalizado entre as companhias tinha validade o dia 15 de dezembro. Em comunicado, a Petrobras informou que “não haverá interrupção no fornecimento até o acordo definitivo”.

Desde a sexta-feira passada o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, pressiona publicamente a diretoria da Petrobras. Na oportunidade, diante de uma plateia formada por executivos da indústria química, Braga revelou detalhes daquele que seria o novo contrato de longo prazo entre as empresas.

Vale e siderúrgicas
Após registrar uma forte alta na sessão de ontem, as ações da Vale (VALE3, R$ 13,25, +2,87%; VALE5, R$ 10,48, +1,95%), que iniciaram o dia em queda, viraram para alta. Já as siderúrgicas, como Usiminas (USIM5, R$ 1,60, -4,76%) e CSN (CSNA3, R$ 4,29, -2,72%) recuaram. A CSN está avaliando medidas para reduzir produção de aço no próximo ano diante de um mercado interno em retração e problemas gerados por medidas de proteção comercial nos Estados Unidos e aumento das exportações da China.

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O grupo, que também atua em produção de cimento e minério de ferro, também citou problemas com disputas legais com o Ministério Público de Volta Redonda (RJ), que indicam aumento de custos para a companhia. A CSN informou ainda que está estudando antecipar para o início do próximo ano parada para manutenção do alto-forno 2 da usina em Volta Redonda, que representa 30% da capacidade instalada total de produção de aço da companhia no Brasil, de cerca de 5 milhões de toneladas anuais.

Além disso, pesa para o setor a notícia de que a produção brasileira de aço bruto em novembro somou 2,548 milhões de toneladas, queda de 4,4% sobre o resultado de um ano antes, informou nesta quarta-feira o Instituto Aço Brasil (IABr). As vendas de aço no mercado interno, enquanto isso, foram de 1,368 milhão de toneladas, recuo de 18% na comparação anual.

Bancos
Após registrarem alta ontem e em meio à aversão ao risco do mercado, principalmente por conta dos rumores da saída do ministro Joaquim Levy e a possível adoção de uma política fiscal mais tímida, os bancos registraram queda na sessão de hoje, com Bradesco (BBDC3, R$ 23,02, +0,52%; BBDC4, R$ 20,95, +0,87%) chegando a subir.
 Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 28,11, -0,67%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 16,50, -1,55%) registraram queda hoje. 

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Papel e celulose
Com a disparada do dólar na sessão de hoje, as ações do setor de papel e celulose, que têm sua receita atrelada à moeda estrangeira, registraram alta. Fibria (FIBR3, R$ 50,30, +1,02%) e Suzano (SUZB5, R$ 18,10, +1,34%) tiveram leves ganhos. O dólar teve ganhos de 1,24%, a R$ 3,9247 na venda e fechou no seu maior patamar em dois meses.

Cemig (CMIG4, R$ 6,32, +5,51%)
As ações da Cemig também registraram alta nesta sessão, com destaque para a notícia de que o ministro do STF, Dias Toffoli agendou para 16 de fevereiro de 2016 nova audiência de conciliação entre a estatal mineira de energia e a União, na qual se tentará chegar a um acordo sobre o destino da hidrelétrica Jaguara, cuja concessão venceu em agosto de 2013. Pelas atuais regras do setor elétrico, a Cemig deveria devolver a concessão de Jaguara à União, que promoveria então um leilão para definir um novo operador para a hidrelétrica. 

A companhia recorreu à Justiça alegando que o contrato garantia o direito a uma renovação automática por período de 20 anos, mas uma decisão do Superior Tribunal de Justiça, em junho, autorizou a União a retomar a usina. A hidrelétrica de Jaguara, com 424 megawatts em capacidade instalada, é uma das maiores da Cemig.

Varejistas
Os dados de venda no varejo surpreenderam positivamente, mas as ações do setor têm um dia misto na Bolsa.
 A comercialização dos supermercados e de vestuário avançou em outubro e o setor varejista iniciou o último trimestre de 2015 com alta inesperada das vendas em outubro, interrompendo oito meses seguidos de quedas. As vendas no varejo registraram alta de 0,6 por cento em outubro na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, primeiro resultado positivo desde a alta de 0,1 por cento vista em janeiro.

As ações do setor até esboçaram uma alta com a notícia, mas passaram a registrar forte volatilidade com o corte de rating, acompanhando o pessimismo do mercado, com Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 45,70, +0,44%), Natura (NATU3, R$ 27,50, +0,51%), Hering (HGTX3, R$ 16,30, -0,24%) e Lojas Renner (LREN3, R$ 17,44, -0,34%). Já a Magazine Luiza (MGLU3, R$ 9,18, +4,32%), que teve forte alta ontem na véspera após renovar acordo com a Cardif, seguiu com ganhos na sessão de hoje. 

As ações do Pão de Açúcar são o grande destaque, mas por conta do noticiário da sua controladora, o grupo francês Casino. A companhia francesa disparou cerca de 7% hoje na Europa após ter anunciado plano para reduzir a sua dívida em 2 bilhões de euros em 2016. 

Somos Educação (SEDU3, R$ 13,70, -0,15%)
As ações da Somos Educação tiveram um dia de queda. A companhia, ex-Abril Educação, informou nesta terça-feira ter fechado acordo de venda da Central de Produções GWUP, dona das redes de ensino de idiomas Wise Up e You Move, para o empresário Flávio Augusto da Silva por 398 milhões de reais.

A operação foi feita por meio da subsidiária Editora Ática. A Abril Educação havia adquirido a Wise Up em 2013 em uma operação que envolveu 100 por cento do grupo Ometz, de Silva, por 877 milhões de reais. Fundada em 1995 no Rio de Janeiro, a Wise Up encerrou o terceiro trimestre com 66 mil alunos, queda de 8 por cento frente a mesma etapa do ano passado. A rede de escolas de idiomas encerrou o período com 272 franquias, queda de 23 por cento ano contra ano.

A Somos Educação afirmou que os efeitos da venda no resultado financeiro estão em fase de apuração pela companhia e serão registrados no balanço do quarto trimestre. Representantes da Somos Educação não comentaram o motivo da venda da companhia ou deram mais detalhes sobre a operação.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.