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SÃO PAULO – A terça-feira (29) foi bem agitada na Bovespa, que viu as ações dos setores elétrico, imobiliário e varejista afundarem no pregão. Além destas, os bancos mostraram forte volatilidade depois de Banco Central sobre o mercado de crédito.
A maior alta do dia ficou com a Oi, que vinha liderando as perdas nos últimos pregões. A operadora de telefonia trocou de posições com a Gol, com os investidores aproveitando o corte de recomendação do Raymond James para realizarem os ganhos acumulados nos últimos dias.
Fora do índice, o destaque ficou mais uma vez com a fabricante do Café Pelé, que segue em disparada diante da intenção de seu controlador de fechar seu capital na Bovespa.
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Oi (OIBR4, R$ 1,53, +4,79%)
Após um longo período na lanterna do Ibovespa, as ações da Oi fecharam o dia como a maior alta do Ibovespa. Em relatório, o Itaú BBA destacou que os acionistas da Oi estão isolados de qualquer risco da Portugal Telecom. A Oi procura garantir recomposição da posição de caixa comprometida pelos papéis da Rioforte. Em comunicado de ontem, a companhia informou que as ações que serão entregues pela Portugal Telecom para salvar a fusão das companhias não precisarão ser mantidas na tesouraria da empresa brasileira nem da companhia resultante, a CorpCo.
Gol (GOLL4, R$ 14,34, -3,69%)
Depois da forte arrancada ontem graças aos seus resultados operacionais e período de bom desempenho na bolsa, as ações da Gol desabaram hoje e chegaram a figurar como a maior queda do Ibovespa. A empresa teve a recomendação de seus papéis rebaixada para market perform pela Raymond James. Os papéis chegaram a cair 4,96% na mínima do dia, maior queda no intraday desde 17 de julho.
Vale (VALE3, R$ 33,01, +0,58%; VALE5, R$ 29,37, +0,03%)
A mineradora viu seus papéis fecharem o quinto pregão de alta em sete sessões, impulsionadas pelo bom desempenho das Bolsas asiáticas, principalmente da China – principal destino das exportações da mineradora. As bolsas asiáticas tiveram novas máximas de três anos nesta terça-feira à medida que investidores na região eram encorajados por um rali nos mercados chineses, embora fosse justificada uma cautela dada a leva de notícias econômicas nos Estados Unidos que ainda serão divulgados nesta semana. Ainda no radar da Vale, hoje o minério de ferro sobe 1,1%, a US$ 95,30 a tonelada.
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Petrobras (PETR3, R$ 18,53, -2,27%; PETR4, R$ 19,68, -2,33%)
A estatal acompanhou o fluxo negativo do mercado e marcou significativa queda pelo 2º pregão seguido. A agência de classificação de risco Moody’s informou em relatório que a produção de petróleo da Petrobras deve crescer entre 5% e 10% por ano até 2017.
Apesar deste crescimento, a agência acredita que todas as empresas petrolíferas da América Latina enfrentem deterioração dos indicadores de crédito até 2016, quando a produção de petróleo deve crescer o suficiente para melhorar os indicadores financeiros e fluxo de caixa dessas companhias.
Bancos
Depois de subirem mais de 2% durante a manhã, as ações dos bancos perderam força e chegaram a virar para o negativo. Durante a manhã, a nota de crédito do Banco Central trouxe ligeiro ânimo ao mercado ao apontar que a inadimplência de pessoa física no crédito livre ficou em 6,5% em junho, contra 6,7% em maio, enquanto a inadimplência pessoa jurídica marcou 3,4% no mês, contra 3,5% anteriormente. Segundo a XP Investimentos, “mesmo com sazonalidade desfavorável, os dados foram favoráveis para os bancos. O resultado veio acima do esperado”.
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Destaque para os papéis do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,63, +0,34%), Santander (SANB11, R$ 15,33, +0,72%), Bradesco (BBDC4, R$ 35,00, +0,17%). Já o Banco do Brasil (BBAS3, R$ 28,83, -0,96%) foi o único que não seguiu o movimento e virou para queda depois de subir 1,82%.
Cacique de Café Solúvel (CIQU4, R$ 10,90, +7,92%)
As ações da Companhia Cacique de Café Solúvel, fabricante do café Pelé, voltaram a ter forte alta na Bolsa, após o controlador da empresa anunciar a intenção de realizar oferta pública de aquisição de ações (OPA) com o objetivo de adquirir todos os papéis ordinários e preferenciais em circulação. Hoje, as ações da empresa foram negociadas 11 vezes, enquanto na última segunda-feira, os papéis tiveram apenas 5 negócios durante toda a sessão. Na máxima de hoje, os papéis CIQU4 chegaram a subir 15,35%.
No âmbito da oferta, o controlador Horácio Sabino Coimbra – Comércio e Participações oferecerá R$ 11,70 por ação da empresa, em operação que visa o cancelamento do registro de companhia aberta e de negociação das ações de emissão da Cacique. De acordo com informações disponíveis no site da Bovespa, há 3,31 milhões de ações ordinárias e preferenciais da Cacique que não pertencem ao controlador. Assim, se houver adesão total à OPA, o giro financeiro da oferta será de quase R$ 39 milhões.
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Elétricas
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, confirmou nesta terça-feira que será adiada para agosto a liquidação das operações do mercado de curto prazo de energia de maio. Este foi o terceiro adiamento do ano, sendo o segundo apenas neste mês. Embora a notícia seja aparentemente positiva, ela acaba pesando no desempenho das ações pois sinaliza dificuldade do governo em negociar o novo empréstimo com bancos.
Destaque para as ações da Energias do Brasil (ENBR3, R$ 10,68, -5,07%), Cesp (CESP6, R$ 30,36, -4,05%), AES Tietê (GETI4, R$ 19,25, -4,99%), Cemig (CMIG4, R$ 19,05, -2,66%), Copel (CPLE6, R$ 37,48, -2,81%) e Light (LIGT3, R$ 21,83, -3,04%).
Imobiliárias e varejistas
Hoje é o primeiro dos dois dias da reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), na qual será definida o futuro da política monetária do país. Segundo o analista João Pedro Brugger, da Leme Investimentos, o Fed pode sinalizar uma elevação na taxa de juros e isto pode acabar refletindo como um fator a mais para forçar o Banco Central do Brasil elevar ainda mais a Selic. “Isso traz um reflexo direto nas imobiliárias e varejistas, que são mais sensíveis a essas questões. Além disso, o mercado como um todo está mais sensível hoje, adotando um tom mais de cautela”, disse.
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No setor imobiliário, destaque para os papéis da Cyrela (CYRE3, R$ 12,90, -3,95%), MRV Engenharia (MRVE3, R$ 7,51, -3,72%), Rossi (RSID3, R$ 1,51, -3,82%), PDG Realty (PDGR3, R$ 1,44, -4,64%) e Even (EVEN3, R$ 6,34, -3,35%). O setor nao vêm performando bem na bolsa neste ano, mostrando um atraso em relação ao mercado – enquanto o Ibovespa apresenta alta de 11,20% em 2014, o setor está praticamente estável.
Outra diretamente impactada pela alta nos juros, as varejistas também tiveram um duro golpe na Bovespa. Destaque para a Arezzo (ARZZ3, R$ 29,33, -7,26%) e sua queda de mais de 7%. Dentro do Ibovespa, Lojas Renner (LREN3, R$ 71,19, -2,63%), Lojas Americanas (LAME3, R$ 12,40, -1,90%) e Hering (HGTX3, R$ 21,68, -2,17%).
Multiplan (MULT3, R$ 55,25, -0,45%)
Seguindo a temporada de resultados, o lucro líquido da companhia de shopping centers cresceu quase 33% no segundo trimestre na comparação anual, com impulso das receitas de aluguel e estacionamento e recuo de despesas no período, sem impacto negativo da Copa do Mundo. A companhia informou nesta segunda-feira que o lucro foi de R$ 93,4 milhões no mesmo período, alta de 32,7% sobre o lucro um ano antes. Entre abril e junho, a receita líquida da Multiplan, por sua vez, subiu 14,8% ano a ano, para R$ 272,5 milhões.
As vendas totais nos shoppings da companhia subiram 15,2%, a R$ 3 bilhões, enquanto as vendas nas mesmas lojas (abertas há mais de 12 meses) aumentaram 9,4%, ante 5,8% um ano antes. O aluguel nas mesmas lojas cresceu 10,1% no período, ante 8% no segundo trimestre de 2013. A receita de locação aumentou 21,6% e atingiu R$ 186,2 milhões, impulsionada pela consolidação do portfólio e entrega de novas áreas, disse a empresa.
TIM (TIMP3, R$ 12,30, -1,05%)
Segundo o jornal El Economista, Marco Patuano, presidente do Conselho da Telecom Italia, discutiu uma possível aliança entre TIM Brasil e GVT com a presidente Dilma, citando pessoas não identificadas com conhecimento da situação. As ações da companhia chegaram a subir 1,29% neste pregão, mas fecharam a sessão com queda de pouco mais de 1%.
Para a XP Investimentos, se a TIM for vendida ou associada a GVT é ruim para as concorrentes, pois mantém um competidor e forte (GVT) no mercado, sendo positivo para a TIM e negativo para o setor. Porém, a melhor solução para o setor de telecom é a companhia ser fatiada entre as três outras empresas, Vivo, Claro e Oi, pois retiraria um competidor do mercado.
JSL (JSLG3, R$ 10,90, -0,91%)
A empresa de logística fechou o trimestre com lucro líquido de R$ 9,8 milhões, queda de 56,7% ante mesma etapa de 2013. Já o resultado operacional da companhia medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), somou R$ 200,2 milhões, alta de 18,2%, informou a companhia na noite de segunda-feira.
A receita líquida cresceu 21,4% na comparação anual, para R$ 1,41 bilhão. Em bases recorrentes, o lucro líquido foi de R$ 19,5 milhões, queda de 15,2%. O Ebitda recorrente que desconsidera despesas com empresas pré-operacionais, foi de R$ 214 milhões, avanço de 26%.