Oi cai após “má notícia”, estatais despencam e apenas 1 papel sobe mais de 1%

Em dia negativo, Petrobras chegou a cair mais de 9% na mínima do dia, Cielo estendeu as perdas de ontem e telecoms voltam ao radar com presidente da Telecom Italia dizendo não ter interesses na Oi

Marina Neves

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SÃO PAULO – A quarta-feira (15) foi marcada por apenas uma ação fechando com ganhos superiores a 1% dentro do Ibovespa, que encerrou o dia com queda de 3,81%, a xxx pontos. Nesta sessão, o mercado precificou o cenário externo, que teve dia negativo em meio ao medo dos investidores de que a economia global tenha piorado após indicadores americanos se mostrarem abaixo do esperado.

Na ponta negativa do índice, vale mencionar as ações da estatal Petrobras, que chegou a despencar mais de 9% na sessão em meio à espera das pesquisas eleitorais Ibope e Datafolha, previstas para serem divulgadas na noite de hoje; além dela, as ações dos bancos também seguiram o movimento negativo. Também na ponta negativa, seguem as açlões das empresas de telecomunicações, que são destaque após o presidente-executivo da Telecom Italia – controladora da TIM – afirmar que não tem planos de comprar a Oi, concorrente brasileira da TIM.

Já na ponta positiva, estiveram apenas 2 papéis, sendo eles: Fibria, que reagiu à alta do dólar nesta sessão e Telefônica (VIVT4, R$ 49,09, +0,29%).

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Confira os destaques da Bolsa:

Petrobras (PETR3, R$ 19,02, -6,86%PETR4, R$ 20,15, -6,93%)
As ações da Petrobras fecharam com forte queda nesta quarta após terem chegado a despencar mais de 9% na mínima do dia, acompanhando o cenário externo. Hoje, os papéis das companhias brasileiras foram puxados para baixo logo após a abertura das bolsas norte-americanas, que também apresentam fortes perdas. 

Além disso, a estatal segue à espera das pesquisas eleitorais. Nesta quarta-feira, Ibope e Datafolha, devem divulgar dois novos levantamentos para mostrar qual o cenário das eleições no 2º turno. Vale ressaltar ainda a repercussão do debate entre os presidenciáveis na Rede Bandeirantes na noite de ontem.

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No radar da estatal também seguiu o “fim da defasagem” dos preços de gasolina vendidos no Brasil e no exterior com a queda do preço do petróleo e as indicações de que o governo deve reajustar o preço dos combustíveis neste ano. Segundo analistas do Credit Suisse, o preço da gasolina no mercado internacional está 1% mais baixo do que os valores no mercado doméstico brasileiro, invertendo dramaticamente uma situação de defasagem que colabora com prejuízos seguidos à divisão de Abastecimento da Petrobras.

Outras ações mais “sensíveis” ao “rali eleitoral” também repercutiram negativamente na sessão de hoje. Destaque para Eletrobras (ELET3, R$ 6,81, -3,68%ELET6, R$ 10,13, -3,34%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 32,00, -7,09%).

Oi (OIBR, R$ 1,34, -3,85%)
O presidente-executivo da Telecom Italia, Marco Patuano, disse que não tem planos de comprar a Oi porque atualmente a companhia passa por processo de crescimento orgânico. “Obviamente, o mercado brasileiro é muito dinâmico. Todas as opções tem que ficar de olho”. Porém, para agora, esta negociação não é uma prioridade. Patuano disse que o mercado brasileiro necessita de recursos e que o plano de investimentos da empresa para o próximo ano deve aumentar.

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Segundo o presidente, a consolidação do mercado não é a única possibilidade para o setor de telecomunicações, mas a empresa que quiser continuar nele terá que investir em qualidade de serviços.

“A única forma para competir é com qualidade, e só se tem isso com investimentos. Então, as operadoras que tenham capacidade de fazer os investimentos, não creio que necessariamente tenha que haver uma consolidação. Obviamente, se alguém não tem possibilidade de fazer investimento então a consolidação nesse caso seria boa para o mercado”, disse Patuano.

Fibria (FIBR3, R$ 24,80, +1,51%)
As ações da Fibria fecharam com alta, chegando a subir 2,50% na máxima do dia. Hoje, o dólar fechou com alta de 2,37%, a R$ 2,45. Dado o perfil exportador das empresas, um movimento como esse é visto como favorável, já que as receitas dessas companhias são atreladas à moeda norte-americana.

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Embraer (EMBR3, R$ 21,23, -2,44%)
Apesar dos dados operacionais, as ações da Embraer fecharam em queda, seguindo o movimento negativo do dia. A empresa informou nesta quarta-feira que sua carteira de pedidos firmes a entregar (backlog) atingiu um recorde histórico no terceiro trimestre, ao patamar de US$ 22,1 bilhões. No período, a companhia entregou 19 jatos comerciais e 15 executivos, totalizando 34 aeronaves. 

Vale mencionar também, que assim como uma alta do dólar é “bem recebida” por empresas exportadoras, os papéis da Embraer podem ser prejudicados pelo movimento, já que, ao invés de ter seu lucro cotado na moeda, a companhia tem seus custos em dólar.

Cemig (CMIG4, R$ 16,63, -1,83%)
Em Minas Gerais, o governador eleito Fernando Pimentel (PT) afirmou ontem que novos nomes para as estatais mineiras, entre elas a Cemig e a Copasa, serão anunciados somente em janeiro. “Não é o governo quem indica novos nomes, é a assembleia de acionistas e o conselho de administração dessas empresas. Tem um rito legal que demora a ser feito. Não será feito de uma maneira a ocorrer qualquer dano aos acionistas e investidores dessas empresas. Já deixamos isso claro e não há motivo de alarde para estas empresas”. O temor em relação à gestão de Pimentel impactou as ações da Cemig antes das eleições.

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Cielo (CIEL3, R$ 37,80, -2,22%)
As ações da Cielo estenderam as perdas da última sessão sendo pressionadas por rumores de que o Banco Central pode reduzir o prazo de compensação financeira para os lojistas nas compras com cartões. Além disso, a Justiça decretou, em primeira instância, a nulidade da marca Cielo e que a credenciadora de cartões deixe de utilizar a marca 6 meses após o fim da disputa judicial com o nadador Cesar Cielo. O entendimento para a decisão foi de que o sobrenome da família do atleta foi apropriada de forma indevida, depois de fechado contrato de uso de imagem.