Oi afunda 10% e renova mínima histórica, JBS cai 5% e Bematech salta 42%

Confira os principais destaques do pregão desta segunda-feira (17)

Paula Barra

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SÃO PAULO – Ibovespa fechou com perdas de 0,61% nesta segunda-feira (17), com ações de peso na Bolsa Petrobras, Vale e bancos tendo pouca movimentação. O dia foi marcado pelo vencimento de opções sobre ações e repercussão das manifestações de domingo, que foram menores do que as de março, mas maiores do que as de abril, o que foi visto como insuficiente para agravar a situação política da presidente Dilma Rousseff (PT).

Na ponta positiva, destaque para a Hering, que ganhou força pela manhã e registrou ganho de mais de 8%, figurando como a maior alta do índice. Na sequência ficaram as ações que refletiram seus resultados trimestrais, caso da MRV Engenharia e a Cemig.

Entre as perdas, destaque para a Oi, que renovou mais uma vez sua mínima histórica atingida no fim da semana passada, e a JBS, que caiu forte na sequência do balanço divulgado na manhã de sexta-feira. Confira abaixo os destaques do pregão desta segunda-feira:

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Cia Hering (HGTX3, R$ 13,45, +8,29%)
As ações da Cia Hering seguem em disparada desde o início do mês, com a divulgação do balanço do segundo trimestre, que embora tenha mostrado um cenário desafiador para a varejista, foi menos catastrófico do que no primeiro trimestre, quando após o balanço a empresa viu suas ações afundarem 22%. Desde a divulgação do resultado do segundo trimestre, os papéis já sobem 20%.

Sobre o movimento de hoje, operadores divergem entre uma possibilidade de “short squeeze” (pressão dos vendidos por falta de doadores no mercado de aluguel de ações) e uma forte compra de um investidor estrangeiro. Em relação ao aluguel, operadores comentam que tem sido “muito difícil” alugar a ação, com a taxa média subindo lentamente de 6% para 6,5% nos últimos 15 dias.

Do lado da compra, é possível observar que a maior parte das compras das ações da companhia são intermediadas pelo BTG Pactual e UBS, dois bancos utilizados normalmente por investidores estrangeiros. Cada um deles, intermediou 15% das compras realizadas com os papéis da varejista nesta sessão.

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JBS (JBSS3, R$ 14,34, -4,84%)
As ações da JBS desabaram na Bolsa, seguindo a movimentação de sexta-feira, quando caíram após divulgação de balanço do segundo trimestre. Nesses dois pregões, a queda dos papéis já passa de 9,5%. Apesar da melhora na parte operacional, o resultado negativo com derivativos para proteção (hedge) cambial derrubou o lucro líquido da produtora de carnes JBS no segundo trimestre. No período, a empresa viu seu lucro líquido cair 68,5% na comparação com um ano antes, para R$ 80,1 milhões.

Analistas do BTG Pactual ressaltaram que o lucro líquido da empresa veio bem abaixo do esperado, embora o lado operacional da companhia continue sólido, com espaço para melhorias no segmento de carnes no Brasil, enquanto a divisão de porcos continua performando bem. O banco informou que segue com recomendação de compra para ação e preço-alvo de R$ 21,00. 

MRV Engenharia (MRVE3, R$ 7,10, +3,65%)
As ações da MRV Engenharia subiram forte após a divulgação dos resultados do segundo trimestre. A companhia teve alta no lucro do segundo trimestre sobre um ano antes e acredita que continua resistente à fraqueza da economia brasileira, mas vai manter uma postura financeira mais conservadora diante das atuais incertezas. A construtora teve lucro líquido ajustado de R$ 188 milhões no segundo trimestre, ante R$ 142 milhões um ano antes. A média das estimativas de analistas obtidas pela Reuters apontava para lucro líquido ajustado de R$ 120,4 milhões. A receita operacional líquida da MRV aumentou 29% ano a ano e encerrou o segundo trimestre em R$ 1,3 bilhão, valor recorde para a companhia.

Segundo a Elite Corretora, a companhia conseguiu divulgar resultados fortes, mostrando que está conseguindo gerar caixa e aumentar mais uma vez suas margens. A companhia registrou a maior receita líquida da sua história, sem ter nenhum acontecimento pontual mais significativo. O destaque para isso foi o alto nível de construção no último trimestre (9.764 unidades, contra 8.599 nos últimos 12 meses), comentaram os analistas. Da parte negativa, eles destacaram os resultados de suas subsidiárias.

Gol (GOLL4, R$ 4,97, -0,80%)
O Credit Suisse cortou a recomendação para as ações da Gol, de outperform (desempenho acima da média) para neutra, com preço-alvo de R$ 5,50. De uma história de recuperação ajudada pelas perspectivas macroeconômicas, o cenário Brasil mudou hoje o case da empresa para “tempestade perfeita”, com receitas mais fracas e pressão de custos, uma vez que o real se depreciou para R$ 3,50, contra R$ 2,30 um ano atrás, comentaram os analistas do banco suíço.

Eles lembraram que 55% dos custos da Gol e 80% da dívida são expostos ao dólar, enquanto que 90% da receita é em real. Com isso, os analistas estão reduzindo as projeções de margem Ebit para 1,1% em 2015, contra 9,2%; e para 3,7% em 2016, ante 9,6%.

Oi (OIBR4, R$ 3,00, -9,91%)
As ações da operadora de telefonia Oi renovaram mínima histórica nesta sessão, seguindo movimentação negativa após divulgação de balanço na semana passada. A empresa teve lucro líquido de R$ 671 milhões no segundo trimestre, recuperando-se de um prejuízo de R$ 217 milhões no segundo trimestre do ano passado. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 1,899 bilhão, alta de 5,4% na mesma base de comparação.

Analistas do Credit Suisse comentaram que o resultado é negativo, pois a tendência de piora da margem pode gerar dúvidas quanto ao potencial das medidas de corte de custos que estão sendo implementadas pela diretoria e diminui sensivelmente as chances da empresa entregar resultados acima do guidance no ano, o que parecia possível no primeiro trimestre e que seria necessário para começar a reduzir a dívida líquida da empresa.

Petrobras (PETR3, R$ 10,20,  -1,45%; PETR4, R$ 9,12, -1,94%)
As ações da Petrobras aceleraram as perdas durante a tarde, em meio à baixa do preço do petróleo na sessão desta segunda-feira. O petróleo retoma queda com Irã dizendo que produção da Opep pode subir a recorde, além da preocupação com o PIB japonês e temores com a China. Nesta manhã, o brent registra queda de 0,39%, a US$ 49,00 o barril, enquanto o WTI cai 1,60%, a US$ 41,82. 

Equatorial (EQTL3, R$ 35,05, +1,45%)
As ações da Equatorial registraram alta após terem sido incluídas na segunda prévia do Ibovespa. Já os papéis da Gafisa (GFSA3), dos preferenciais da Marcopolo (POMO4) e as units do Santander (SANB11) seguem fora do índice, seguindo a primeira prévia. 

Além disso, assim como na primeira prévia, a Raia Drogasil (RADL3) segue cotada para entrar no Ibovespa. A terceira prévia do índice será divulgada em 4 de setembro.

Cemig (CMIG4, R$ 9,14, +1,56%)
As ações da elétrica mineira Cemig subiram após a companhia registrar um lucro líquido de R$ 534,2 milhões no segundo trimestre, queda de 28% na comparação anual, impactada por menores preços de venda no mercado de curto prazo de energia e por uma retração no consumo registrada na unidade de distribuição. 

Já a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) alcançou R$ 1,23 bilhão, valor 21,6% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado.

Segundo o Credit Suisse, o resultado ainda reflete os impactos dos ganhos com o mercado à vista de São Simão e Jaguara. No entanto, eles não farão mais parte do resultado para os próximos trimestres, devido à decisão no STJ (Superior Tribunal de Justiça). 

Eletrobras (ELET3, R$ 5,18, -1,33%ELET6, R$ 7,67, -1,67%) 
A Eletrobras registrou prejuízo líquido de R$ 1,4 bilhão no segundo trimestre, ante perdas de R$ 104 milhões no mesmo período do ano passado. A receita operacional líquida da estatal no trimestre foi de R$ 8,2 bilhões, com redução de 4,3% ante o mesmo período de 2014.

Sobre o balanço, a auditoria KPMG fez uma ressalva no resultado financeiro da estatal, destacando que possíveis ajustes contábeis decorrentes de esquemas de corrupção ainda dependem de avanços das investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, mas que, como estão em fase inicial, não foi possível determinar se havia necessidade de ajustes ou divulgações decorrente desse assunto. 

Além disso, a companhia colocou um ponto final em uma discussão que mantinha desde 2012 com a Petrobras e a Aneel. A Aneel acatou o argumento da Eletrobras de que o Tesouro Nacional deve R$ 1,8 bilhão por gastos com geração de energia na região Norte do País. Em contrapartida, a elétrica aceitou pagar R$ 3,3 bilhões à Petrobras por combustíveis comprados para a geração de energia por empresas do grupo Eletrobras da região Norte do País. 

Cesp (CESP6, R$ 17,29, +0,52%)
A Cesp registrou lucro líquido de R$ 265 milhões no segundo trimestre, com queda de 46% na comparação anual, principalmente devido a um menor preço da energia no mercado de curto prazo e ao déficit de geração das hidrelétricas. Com isso, as receitas com venda de energia da Cesp caíram 37,2%, para R$ 890 milhões, com destaque para a comercialização no mercado de curto prazo, que rendeu uma receita 68% menor, de R$ 101,4 milhões.

Após o balanço, o Credit Suisse elevou a recomendação das ações da companhia de underperform (desempenho abaixo da média) para neutra, revisando o preço-alvo de R$ 17,00 para R$ 18,50. Para os analistas, depois da correção de 20% no acumulado do ano, agora é possível ver algum potencial de valorização no papel. 

Ecorodovias (ECOR3, R$ 6,03, -4,29%)
A Ecorodovias viu seu lucro líquido atribuível aos controladores cair 62% no segundo trimestre, atingindo R$ 19,6 milhões. A piora no resultado financeiro e ganhos extraordinários um ano antes pesaram sobre o balanço.

A companhia informou, no resultado, que o lucro líquido do segundo trimestre foi impactado por uma aumento de despesa financeira no montante de R$ 46,6 milhões em doze meses, em consequência da elevação do IPCA, da Selic e pela maior participação de terceiros na estrutura de capital da companhia.

Bematech (BEMA3, R$ 9,50, +42,82%)
As ações da Bematech chegaram a disparar 50,23% na máxima do dia, após a Totvs (TOTS3, R$ 32,98, +3,55%) anunciar um acordo para aquisição da companhia. Pela proposta, que será submetida aos acionistas de ambas as companhias da área de tecnologia e à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), a Totvs será titular de todas as ações ordinárias da Bematech, que se tornará uma subsidiária integral da companhia. A operação pode movimentar R$ 549,9 milhões, dando um prêmio de 60% pela companhia. 

Os acionistas da Bematech que aderirem a oferta receberão em troca de suas ações R$ 9,35 e 0,0434 ação ordinária da Totvs, que encerrou o pregão de sexta-feira a R$ 31,85. Esses montantes não incluem dividendo de R$ 0,1585 por ação que será distribuído aos acionistas da Bematech. A transação atribui um valor de R$ 11 por ação à Bematech, um ágio de 61,5% sobre o fechamento do papel nesta sexta-feira, a R$ 6,81.

Analistas do Credit Suisse avaliaram a aquisição como neutra para a Totvs, citando que a Bematech reforçará a presença em alguns setores do varejo, mas deve trazer novos desafios devido a sua exposição a hardware, mudanças regulatórias e câmbio. “O preço pago … é maior do que qualquer outra transação que a Totvs já fez, mas não é transformacional”, destacaram.

Copel (CPLE6, R$ 31,63, -1,19%)
A estatal paranaense de energia Copel espera para a próxima semana a publicação de uma Medida Provisória que alteraria as regras para a realização, pelo governo, de leilões de hidrelétricas cuja concessão venceu, disse em teleconferência nesta sexta-feira o presidente da empresa, Luiz Fernando Vianna.
 

Segundo o executivo, essa MP traria mudanças significativas, permitindo que a vencedora da licitação fique com uma parcela da energia das usinas, o que melhoraria “bastante” as condições para as empresas –que pelas atuais regras devem direcionar toda a produção para as distribuidoras, em cotas, por tarifas baixas, que cobrem apenas custos de operação e manutenção.