Balanço mostrou que o Itaú está preparado para enfrentar a competição das fintechs, dizem analistas

Bruce Barbosa e Rafael Ragazi, da Nord Research, comentaram no Analistas sem Censura o resultado do banco

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Itaú Unibanco (ITUB4) teve um lucro de mais de R$ 7,1 bilhões no terceiro trimestre deste ano, número acima das expectativas dos analistas e que faz com que as ações subam mais de 1% nesta terça-feira (5). Na máxima do pregão, os papéis subiram 4,17% a R$ 37,99.

Em relatório, a equipe de análise do setor financeiro do Morgan Stanley destacou que o lucro gerencial veio acima das suas expectativas, com um trimestre “muito sólido”, impulsionado por uma rápida aceleração de empréstimos e controle de custos superior.

“O Itaú continua mostrando capacidades de execução de alto nível na frente de custos, atingindo um baixo índice de eficiência plurianual neste trimestre. No total, achamos que as ações reagirão positivamente aos resultados”, escreveram.

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Será que acabou o medo das fintechs que o próprio presidente do Itaú, Roberto Setúbal, admitiu tirar seu sono à noite?

Os analistas Bruce Barbosa e Rafael Ragazi, da Nord Research, comentaram essa competição entre os grandes bancos e as empresas disruptivas no programa Analistas sem Censura, do IMTV.

Para Ragazi, é interessante notar que o Itaú demitiu 3.500 pessoas no trimestre, mas contratou um grande número de programadores. “É um movimento claro de se digitalizar e competir de igual para igual com as fintechs”, avalia.

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Bruce Barbosa lembrou que de todos os bancos que divulgaram resultados até agora, o Itaú foi o único que teve alta nas ações no dia seguinte, mostrando que é o mais bem posicionado para enfrentar essa ameaça das fintechs, que acompanha a mudança nos hábitos financeiros dos brasileiros.

O programa vai ao ar ao vivo todas as terças às 15h (horário de Brasília).

Diante dos bons números, o Morgan Stanley reiterou a recomendação de overweight (exposição acima da média de mercado, ou comprar), com o Itaú classificado como top pick entre os bancos brasileiros.

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“Esperamos um período de crescimento de lucro por ação e expansão de ROE [Retorno sobre o patrimônio líquido] impulsionado pelo crescimento de empréstimos, melhoria do balanço patrimonial e ganhos de eficiência”, acrescentaram.

Já o Credit Suisse destacou como positiva a forte aceleração da margem financeira [NII] com clientes (+9,1%), o desempenho positivo de tarifas (+7,3%) e o bom controle das despesas operacionais (+1,2%) na comparação anual.

“No entanto, esses fatores foram compensados por uma provisão maior do que o esperado”, avaliam, apontando como consequência da mudança para uma concessão de crédito com taxas mais altas (e mais arriscadas).

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O banco suíço reforçou a recomendação outperform (desempenho acima da média) para os ativos ITUB4, destacando perspectiva de crescimento de lucro e possível surpresa positiva no opex.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.