Nubank: ações fecham em queda de 2,9% na NYSE após balanço e corte de recomendação

Itaú BBA considera que nome pode apresentar bons dados no longo prazo mas que desaceleração de receita assusta no momento

Camille Bocanegra

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Os papéis do Nubank (BDR: ROXO34) chegaram a cair quase 10% ao longo desta tarde, após a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2024 na noite desta quarta-feira (13), amenizaram ao longo da sessão, mas ainda assim fecharam em queda. Na Bolsa de Nova York, os ativos NU caíram 2,88%, a US$ 15,19. Já os BDRs (recibo de ações negociados na B3 das empresas listadas lá fora) ROXO34 caíram 6,49%, a R$ 14,40.

Os dados superaram as estimativas de analistas de acordo com a pesquisa da LSEG. Mesmo assim, os números não foram bem recebidos pelo mercado, em especial o novo aumento de inadimplência.

Outro ponto que pesou negativamente contra as ações do banco digital foi o rebaixamento de recomendação do Itaú BBA. Em relatório, analistas do banco cortaram a classificação do papel de “compra” para “neutro”, com preço-alvo reduzido de US$ 17 para US$ 15. Na análise, o banco sugere que os dados do terceiro trimestre desencadearão uma revisões negativas de lucros e pausas na expansão de múltiplos.

O BBA destacou, ainda, que o trimestre trouxe um componente de desaceleração de receita que não era esperado. Mesmo assim, o banco considera que o nome pode ser um vencedor para o longo prazo, porém os “próximos desenvolvimentos serão monitorados à distância”.

“A desaceleração na receita atual de cartões e empréstimos pessoais está ocorrendo mais rapidamente do que outros poderiam ganhar tração. Embora acreditemos que a Nu tenha potencial para aumentar a participação de mercado nos segmentos de classe média alta, empréstimos consignados e em outros países, uma desaceleração no Brasil não pode ser ignorada. Além desse ponto de partida mais baixo, acreditamos que os ventos contrários macroeconômicos estão se acumulando para um ciclo de crédito provavelmente pior em 2025”, afirma o BBA.

A XP já tinha recomendação neutra para o nome e a manteve após a apresentação dos resultados.

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Na visão da corretora, o trimestre foi considerado forte, com uma fórmula que segue funcionando bem. Ainda assim, a XP não vê os resultados como gatilho para outra rodada de valorização das ações.

“O custo por serviço (em inglês, cost to serve) permanece estável, enquanto sua máquina de vendas continua a adicionar 5 milhões de clientes por trimestre, contribuindo para a expansão da receita, apesar de uma leve desaceleração no Receita Média Mensal por Cliente Ativo (ARPAC, na sigla em inglês) em comparação com o trimestre anterior”, afirmam analistas da XP.