Novo Ibovespa terá sua 1ª prévia nesta 2ª; confira ganhadores e perdedores

Índice trará mais peso para ações do setor de alimentos e de bancos, enquanto siderurgia e construção perderá fatia no benchmark da bolsa

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A BM&FBovespa divulgou em setembro a adoção de uma nova metodologia para o Ibovespa, com mudanças pela primeira vez em 45 anos. E, após mais de dois meses de expectativa, a prévia sobre o novo benchmark da bolsa será divulgada na próxima segunda-feira (2), devendo trazer diversas novidades. A nova carteira entra em vigor a partir do dia 6 de janeiro de 2014 e será válida até 30 de abril do mesmo ano.

Analistas apresentam opiniões algumas opiniões diversas sobre quais ações devem entrar e quais deverão sair do índice, mas também há convergência sobre quais serão os setores mais beneficiados e prejudicados com a mudança, que levará em conta o free float, além de mudanças no índice de negociabilidade, buscando maior replicabilidade do índice.  

As apostas para a Citi Corretora é de que oito ações entrem no índice: BB Seguridade (BBSE3), Estácio (ESTC3), Qualicorp (QUAL3), Arteris (ARTR3), Ecorodovias (ECOR3), Even (EVEN3), Raia Drogasil (RADL3) e Tractebel (TBLE3). Entre as apostas de saída do índice, estão a V-Agro (VAGR3), Transmissão Paulista (TRPL4), Usiminas ON (USIM3) e B2W (BTOW3).

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Enquanto isso, a analista do Santander, Renata Cabral, aposta também na entrada do BB Seguridade, Estácio, Arteris, Ecorodovias, Even e Qualicorp; dentre as saídas, além das quatro citadas pelo Citi, também aposta na saída dos ativos ordinários da Oi (OIBR3).

A Votorantim Corretora, por sua vez, também aposta, além das oito do Citi, na entrada dos ativos da OdontoPrev (ODPV3), Multiplus (MPLU3) e Multiplan (MULT3), totalizando onze apostas. Dentre quem sairá, aposta também na MMX Mineração (MMXM3), além de B2W, Oi, Usiminas, V-Agro e Transmissão Paulista.

Já na próxima revisão quadrimestral, de maio de 2014, que depende também da movimentação dos próximos meses, o estrategista do BB Investimentos, Hamilton Alves, correm o risco de sair do índice LLX Logística (LLXL3), Brookfield (BISA3) e MMX Mineração. “Vale ressaltar que, apesar das alterações favoravelmente tendendo a mostrar mais o momento do mercado dos ativos, os setores ante produtivos, ante líderes, onde se incluem a Vale PNA (VALE5) e a Petrobras PN (PETR4) poderão deixar de ser os maiores dentro da nova metodologia de cálculo do Ibovespa”, ressalta Alves. 

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Setor de bancos e alimentos devem aumentar participação 
Dentre as que fazem parte do Ibovespa, os bancos devem aumentar a sua participação, assim como o segmento de alimentos e bebidas. A expectativa da analista do Santander é de que as instituições financeiras vejam sua participação ser elevada de 16,9% com relação à carteira teórica de 19 de novembro para 20,2%, uma alta de 3,4 pontos percentuais. Alimentos e bebidas passariam de um peso de 5,1% para 7,4%. 

Por outro lado, as maiores perdedoras seriam as ações do setor de siderurgia, com a participação passando de 8,1% para 5,2%, queda de 2,9 pontos percentuais e das construtoras, que deixariam de representar 6,7% do índice e teriam uma participação de 4,8%, queda de 1,9 ponto percentual. Energia e saneamento também deve sofrer, aponta a analista. 

De acordo com o estrategista da Citi Corretora, Fernando Siqueira, as novas regras para o Ibovespa são positivas, uma vez que possibilitam uma maior diversidade de setores compondo o índice. 

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Confira as principais mudanças para o Ibovespa, segundo o Santander:

As possíveis entradas e saídas do Ibovespa

Ibovespa 2 - Santander

Quem poderá ganhar e perder mais 

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Santander 2 e II - Ibovespa

Mudanças na metodologia
Qual serão os critérios para a entrada de uma ação do Ibovespa? Para entrar no índice, será levado em conta o free float (valor de mercado das ações em circulação) com um “cap” (limite) de liquidez de duas vezes, evitando assim empresas com valor de mercado alto, mas com baixa liquidez, uma vez que espera um índice de alta replicabilidade. 

A bolsa anunciou também mudanças no chamado cálculo do IN (índice de negociabilidade), usado para determinar quais ações farão parte do índice. Será considerado 1/3 da participação no número de negócios e 2/3 da participação de volume financeiro, o que favorece as empresas de maior porte.

Anteriormente, o número de negócios e volume possuíam o mesmo peso. Além disso, para evitar uma forte concentração de uma única empresa no índice, a bolsa definiu que nenhum empresa poderá representar mais do que 20% na composição do Ibovespa – considerando aqui todas as classes de ações.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.